Narrativas de si em movimento uma genealogia da ação política de mulheres trabalhadoras rurais do sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Rita de Cássia Maciazeki
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/180436
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017.
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spelling Narrativas de si em movimento uma genealogia da ação política de mulheres trabalhadoras rurais do sul do BrasilPsicologiaMulheres na políticaAspectos psicológicosBrasil, SulTrabalhadoras ruraisAspectos psicológicosBrasil, SulTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2017.Este estudo articula discussões em torno da ação política interseccionada com as questões de gênero e ruralidade e tem por objetivo analisar os efeitos da ação política na produção de subjetividade de mulheres trabalhadoras rurais participantes de movimento social do campo da região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. A ação política é entendida como uma prática ética expressa na relação consigo mesmo e na relação com os outros. Inspirado na abordagem genealógica de Michel Foucault, tomou a escuta, o registro e a análise das narrativas das experiências relacionadas à ação política para compor: i) a historicização de como são produzidas as práticas discursivas presentes nas relações familiares, de trabalho, espaços de ação e participação política no movimento social, nas relações consigo e com os outros, ii) o mapeamento dos jogos de saber e poder e efeitos de subjetividade produzidos a partir das práticas, dos dispositivos e assim compor, iii) a produção de uma genealogia da trajetória da ação política de mulheres trabalhadoras rurais. A pesquisa seguiu uma perspectiva etnográfica, com a inserção e acompanhamento das atividades nos espaços da casa, da propriedade e do movimento social das mulheres trabalhadoras rurais, além da realização de entrevistas. As análises contemplaram o mapeamento das racionalidades imersas nas práticas associadas às especificidades da agricultura familiar da região sul do Brasil, bem como, a inserção no movimento social de mulheres e a ação política daí decorrentes, associadas a um éthos agricultora. A trajetória de vida, ligada à herança de terra, trabalho e família, narrada pelas mulheres constituiu o fio condutor das reflexões e análises. A partir das narrativas das mulheres trabalhadoras rurais é possível afirmar que a participação política no movimento social deu visibilidade ao trabalho realizado pelas mulheres. Por meio de lutas e embates, essa participação resultou em avanços nos processos de consolidação da estratégia identitária da ?mulher trabalhadora rural? e culminou no acesso aos benefícios sociais, previdenciários e fundiários. A organização do movimento, mesmo marcada por influências essencialistas de gênero, tem nas lutas por igualdade e diferença a identificação e o fortalecimento de pontos comuns entre as mulheres e o respeito às singularidades como potentes estratégias de reivindicações coletivas. E ainda, ao contar em sua base com um conjunto de práticas discursivas heterogêneas, entre elas sindicais, religiosas e feministas, amplia as perspectivas de enfrentamento das problemáticas apresentadas. O exercício da ação política se operacionaliza, além das instâncias organizativas sociais e comunitárias, como cooperativas, organizações não-governamentais, sindicais, religiosas, legislativas, também nos espaços privados da casa e da propriedade. Assim, ação política, como dispositivo de produção de subjetividade, tensiona as posições historicamente ocupadas pelas mulheres nas relações familiares, de trabalho e na comunidade onde vivem. Simultaneamente, amplia forças para que as mulheres possam resistir à dominação e à hierarquização patriarcal, e potencializa a composição de modos de vida para além das atribuições normativas de gênero que imprimem, a priori, moldes de como deveriam agir, a quem obedecer, como trabalhar, amar e viver.<br>Abstract : This study articulates intersectional discussions on political action with gender issues and rurality, and aims to analyze the effects of political action on the production of subjectivity of female rural workers participating in the social movement of rural areas, in the northwest region of the State of Rio Grande do Sul, Brazil. Political action is understood as an ethical practice expressed in the relationship with oneself and in the relationship with others. Inspired by Michel Foucault's genealogical approach, this study started by listening, recording and analyzing the narratives about experiences related to political action in order to prepare: i) the historicization of how discursive practices are produced in family relationships, at work, within spaces of political action and participation in the social movement, and in the relationships with oneself and with others; ii) the mapping of the games of knowledge and power, and the effects of subjectivity produced from social practices and devices, and thus establish iii) the production of a genealogy about the trajectory of the female rural workers and their political action. The research followed an ethnographic perspective, introducing and monitoring the activities in the spaces of the home, the property and the social movement of the female rural workers, in addition to interviewing. The analysis of the study includes the mapping of the rationalities involved in the practices associated with the specificities of family agriculture in the southern region of Brazil, as well as the integration into the social movement of women and the resulting political action, related to a farmer ethos. The life trajectories narrated by the participants of this study, linked to the inheritance of land, work and family, was the guiding thread of reflections and analyzes. From the narratives of female rural workers, it is possible to claim that political participation in the social movement gave visibility and appreciation to the work done by women. Trough struggles and clashes, this participation resulted in advances in the processes of consolidation of the identity strategy of the "female rural worker" and culminated in the access to the social benefits, social security and land tenure. The organization of the movement, even if marked by essentialist gender influences, has, in the struggles for equality and difference, the identification and strengthening of commonalities among women and respect for singularities as powerful strategies of collective demands. Moreover, having a set of heterogeneous discursive practices, including the ones related to unions, religion and feminism, in its base broadens the perspectives of confronting the problems faced. The exercise of political action operates, in addition to social and community organizations, with cooperatives, nongovernmental organizations, unions and legislative organizations, and also in the private spaces of home and property. Thus, political action as a device that produces subjectivity, brings tension to the positions historically occupied by women in family and work relationships, and in the community where they live. At the same time, it strengthens the power of women to resist patriarchal domination and hierarchy, and enhances the composition of ways of life beyond normative gender attributions that give, a priori, a mold of how to act, who to obey to, and how to work, love and live.Nogueira, Maria da Conceição Oliveira CarvalhoToneli, Maria Juracy FilgueirasUniversidade Federal de Santa CatarinaUniversidade do PortoGomes, Rita de Cássia Maciazeki2017-10-24T03:20:25Z2017-10-24T03:20:25Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis231 p.| il.application/pdf348091https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/180436porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-10-24T03:20:25Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/180436Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732017-10-24T03:20:25Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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