Corpo e tempo livre: as plazas vecinales de cultura física em MonteVidéu (1911-1915)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Scarlato García, Inês
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/158909
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2015.
id UFSC_b697bafe2b2346b1f09f8ae3ac777480
oai_identifier_str oai:repositorio.ufsc.br:123456789/158909
network_acronym_str UFSC
network_name_str Repositório Institucional da UFSC
repository_id_str 2373
spelling Corpo e tempo livre: as plazas vecinales de cultura física em MonteVidéu (1911-1915)EducaçãoEducação físicaUruguaiPraçasUruguaiDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2015.A presente dissertação inscreve-se em uma série de problemáticas próprias do campo da Educação Física no Uruguai, ao analisar, nas primeiras décadas do século XX, condições históricas, políticas e culturais que deram lugar à emergência de um saber sobre o tempo livre, com sua tradução em um saber sobre o corpo. Nesse sentido, indagamos os primeiros anos de funcionamento da ?Comissão Nacional de Educação Física? (CNEF), no período de 1911 a 1915, especialmente no que se refere à idealização e criação da primeira ?Plaza Vecinal de Cultura Física? na capital Montevidéu. Vários têm sido os trabalhos e investigações centrados no estudo das primeiras décadas do século XX no Uruguai. Reconhecido pela historiografia uruguaia como período de modernização do país, é associado às políticas reformistas impulsionadas pelo governo de José Batlle e Ordóñez, que foi presidente entre os anos de 1903-1907 e 1911-1915. Este conjunto de novas políticas, produto de uma série de diálogos, lutas e disputas materializadas naquilo que se chama de batllismo, tinha por finalidade, nos termos de Michel Foucault, a ?maximização da vida da população?. A população apresenta-se como realidade com natureza e mecanismos próprios, nos quais será preciso intervir. O corpo e a espécie são ali, onde a (bio)política opera, fim e instrumento de governo. Mecanismos de disciplina e de segurança se combinam para a produção do corpo individual e coletivo: distinguir, separar, organizar, produzir tempos e espaços, estabelecer práticas e rotinas a serem integradas, corporificadas no próprio indivíduo. A conhecida ?lei das oito horas?, impulsionada por José Batlle e Ordóñez em 1906, e aprovada finalmente em 1915, pretendeu uma racionalização e normalização da jornada do trabalhador. A concreção dessa lei faz parte do estabelecimento das condições de possibilidade do que hoje reconhecemos como tempo livre. Uma nova esfera do tempo social emerge como realidade e foco de intervenção governamental. A CNEF apresenta-se como um dos âmbitos que se encarregará não tanto de proibir ou permitir, senão de regular, administrar, produzir um ?dever ser? para essa nova realidade. Foi nessa direção que analisamos um, senão o principal, projeto que concentrou os esforços dos primeiros anos de funcionamento deste novo organismo, as ?Plazas Vecinales de Cultura Física?, indagando-nos sobre o lugar e a função desses espaços ?populares? de ?cultura física? na cidade de Montevidéu. Nossas fontes principais foram atas de sessão e outras publicações da CNEF no período, bem como o projeto de criação das ?Plazas Vecinales de Cultura Física?,de autoria de a publicação do, Juan A. Smith (1913), primeiro presidente da CNEF. Jornais, revistas, fotografias da época (achados principalmente na ?Biblioteca Nacional de Montevideo?, ?Archivo de Fotográfia de Montevideo? e ?Ministerio de Turismo y Deporte?), foram outras importantes fontes para a construção de nosso objeto de investigação. Os resultados da pesquisa mostram que as praças de cultura física e esporte engendraram, organizaram e sistematizaram um conjunto de práticas de intervenção e saberes sobre o corpo e o tempo livre, constituindo-se como elemento substancial na formação de Montevidéu como ?cidade modelo?, que devia guiar-se por um ?civismo ativo e participativo?, expandindo esta nova ?religião civil?, que teria que dominar o espaço público, para outros âmbitos: uma cultura física a serviço da formação da cultura cívica.<br>Resumen : La presente disertación se inscribe en una serie de problemáticas propias del campo de la Educación Física en Uruguay, al analizar, en las primeras décadas del siglo XX, condiciones históricas, políticas y culturales que dieron lugar a la emergencia de un saber sobre el tiempo libre, con su traducción en un saber sobre el cuerpo. En este sentido, indagamos en los primeros años de la Comisión Nacional de Educación Física (CNEF), período 1911-1915, especialmente en lo que refiere a la idealización y creación de la primera  Plaza Vecinal de Cultura Física en la capital Montevideo. Varios han sido los trabajos e investigaciones centrados en el estudio de las primeras décadas del siglo XX en Uruguay. Reconocido por la historiografía uruguaya como período de modernización del país, es asociado a las políticas reformistas impulsadas por el gobierno de José Batlle y Ordóñez, que fue presidente entre los años 1903-1907 e 1911-1915. Este conjunto de nuevas políticas, producto de una serie de diálogos, luchas y disputas materializadas en aquello que se chama de batllismo, tenía por finalidad, en los términos de Michel Foucault, la  maximización da vida de la población . La población se presenta como realidad con naturaleza y mecanismos propios, en los cuales será preciso intervenir. El cuerpo y la especie son allí, donde la (bio)política opera, fin e instrumento de gobierno. Mecanismos de disciplina y de seguridad se conjugan para la producción del cuerpo individual y colectivo: distinguir, separar, organizar, producir tiempos y espacios, establecer prácticas y rutinas a ser integradas, corporificadas en el propio individuo. La conocida  ley de las ocho horas , impulsada por José Batlle y Ordóñez en 1906, y aprobada finalmente en 1915, pretendió una racionalización y normalización de la jornada laboral del trabajador. La concreción de esta ley forma parte del establecimiento de las condiciones de posibilidad de lo que hoy reconocemos como tiempo libre. Una nueva esfera del tiempo social emerge como realidad y foco de intervención gubernamental. La CNEF se presenta como uno de los ámbitos que se encargará no tanto de prohibir o permitir sino de regular, administrar, producir un  deber ser para esa nueva realidad. Fue en esa dirección que analizamos uno, sino el principal, proyecto que concentró los esfuerzos de los primeros años de funcionamiento de este nuevo organismo, las  Plazas Vecinales de Cultura Física , indagando sobre el lugar y la función de eses espacios  populares de  cultura física en la ciudad de Montevideo. Nuestras fuentes principales fueron actas de sesión y otras publicaciones de la CNEF del período, así como el proyecto de creación de las  Plazas Vecinales de Cultura Física , publicación de autoría de, Juan A. Smith (1913), primer presidente de la CNEF. Diarios, revistas, fotografías del período (encontrados principalmente en  Biblioteca Nacional de Montevideo ,  Archivo de Fotografía de Montevideo y  Ministerio de Turismo y Deporte ), fueron otras importantes fuentes para la construcción de nuestro objeto de investigación. Los resultados de la investigación muestran que las plazas de cultura física e deporte, gestan, organizan y sistematizan un conjunto de prácticas de intervención y saberes sobre el cuerpo y el tiempo libre, constituyéndose en elemento sustancial en la formación de Montevideo como  ciudad modelo , que debía expresar un  civismo activo y participativo , expandiendo esa  religión civil que habría de dominar el espacio público, para otros ámbitos: una cultura física al servicio de la formación de la cultura cívica.Bassani, Jaison JoséUniversidade Federal de Santa CatarinaScarlato García, Inês2016-02-09T03:17:55Z2016-02-09T03:17:55Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis152 p.| il.application/pdf337033https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/158909porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2016-03-07T18:56:59Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/158909Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732016-03-07T18:56:59Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
dc.title.none.fl_str_mv Corpo e tempo livre: as plazas vecinales de cultura física em MonteVidéu (1911-1915)
title Corpo e tempo livre: as plazas vecinales de cultura física em MonteVidéu (1911-1915)
spellingShingle Corpo e tempo livre: as plazas vecinales de cultura física em MonteVidéu (1911-1915)
Scarlato García, Inês
Educação
Educação física
Uruguai
Praças
Uruguai
title_short Corpo e tempo livre: as plazas vecinales de cultura física em MonteVidéu (1911-1915)
title_full Corpo e tempo livre: as plazas vecinales de cultura física em MonteVidéu (1911-1915)
title_fullStr Corpo e tempo livre: as plazas vecinales de cultura física em MonteVidéu (1911-1915)
title_full_unstemmed Corpo e tempo livre: as plazas vecinales de cultura física em MonteVidéu (1911-1915)
title_sort Corpo e tempo livre: as plazas vecinales de cultura física em MonteVidéu (1911-1915)
author Scarlato García, Inês
author_facet Scarlato García, Inês
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Bassani, Jaison José
Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.author.fl_str_mv Scarlato García, Inês
dc.subject.por.fl_str_mv Educação
Educação física
Uruguai
Praças
Uruguai
topic Educação
Educação física
Uruguai
Praças
Uruguai
description Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2015.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015
2016-02-09T03:17:55Z
2016-02-09T03:17:55Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv 337033
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/158909
identifier_str_mv 337033
url https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/158909
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 152 p.| il.
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFSC
instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron:UFSC
instname_str Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron_str UFSC
institution UFSC
reponame_str Repositório Institucional da UFSC
collection Repositório Institucional da UFSC
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1823041811627638784