Pelas cordas da viola, nas curvas da rabeca: uma etnografia dos movimentos de fazer musical caiçara
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/189951 |
Resumo: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2018. |
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Pelas cordas da viola, nas curvas da rabeca: uma etnografia dos movimentos de fazer musical caiçaraAntropologia socialMúsicaTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2018.Tendo o movimento como elemento constituidor de dinâmicas sociais, nesta tese busco descrever, a partir de um engajamento etnográfico, percursos e deslocamentos marcados pela circulação de violas e rabecas, por meio de seus fazeres, afinações, modas, versos e performances. Interessa-me perceber como a configuração destes espaços de produção musical se modulam de acordo com as relações que os condicionam, estabelecidas entre pessoas, como também entre elas, as coisas, os sons e os meios que motivam seus deslocamentos. Nestes percursos, o fazer musical produz balizas, constituindo e sendo constituído nestes movimentos, através das águas do litoral do Paraná e de São Paulo. É ao circular e fazer com que as coisas circulem que violas e rabecas e a musicalidade que delas se expressa ganham significação potencializando-se neste transito. Numa específica experiência de espaço, deslocar-se não significa perder-se em movimentos, mas implica em vivenciar pausas, descompassos, lacunas, ritmos e cadências próprios, como àqueles vivenciados em Fandangos e na Bandeira do Divino, lugares onde transitei e também constituí trajetos e afeições ao longo de uma intensa jornada de trabalho de campo. Apontar a dimensão transformadora do deslocamento, como fundador de dinâmicas de circulação, e nele observar o fazer musical como veículo potencial de transformação de coletivos e de paisagens, é um dos objetivos desta tese. Tratando-se, portanto, de regimes de conhecimento mediados pelo mundo da experiência, no fazer musical caiçara o conceito nativo de experimentar-fazendo nos informa sobre as múltiplas sensorialidades envolvidas na prática, chamando atenção para gestos técnicos derivados de sinergia de ações humanas em diferentes redes de movimentos que constituem múltiplos agenciamentos. Se, no tempo dos sítios, essa musicalidade mobilizava grupos domésticos e redes de vizinhança, nas cidades, amplia seu espaço de atuação produzindo e atualizando relações de afeto e consideração. A música neste ambiente cria narrativas através de performances e poéticas, cria também potencialidades políticas, na medida em que se constitui enquanto dispositivo de resistência, ligando essa população a esse território. Assim, é possível anunciar o argumento central desta tese, onde a presença e movência de violas e rabecas diz de forma mais radical sobre modos outros de existência, fala sobre a perseverança de populações e coletivos de base étnico-territorial, envolve resistência, oposição, defesa e afirmação dos seus territórios, produz atravessamentos, sendo portanto, ontológica, na medida em que da madeira ao som cria e re-cria lugares, pessoas e suas socialidades.Abstract : Having the movement as a constitutive element of the social dynamics, as from an ethnographic engagement, in this thesis I aim at describing routes and movements marked by the viola and rabeca circulation, as through the way they are made, their tuning, songs, verses and performances. It interests me to know how the configuration of these spaces of musical production are modelled according to the relations in which they are conditioned and established among people, and also among people and things, sounds and the ways that motivate their movements. In these routes, the musical making produces boundaries, both constituting and being constituted in these movements along the waters of the shore of Paraná and São Paulo. It is when they circulate and also when they make things circulate that violas and rabecas, and the musicality that is expressed by them, become meaningful and therefore potentialize themselves in this transit. In a specific experience of space, moving does not mean losing oneself in movements, but implies living specific pauses, unsteadiness, gaps, rhythms and cadencies similar to those experienced in the Fandangos and in the Divine Flag, places where I transited and also where I constituted directions and affections along an intense journey of field work. One of the aims of this thesis is to point at the transforming dimension of these movements, as founders of circulation dynamics, and observing the musical making in them as a potential vehicle of collectives and landscapes transformation. Therefore, because they are knowledge regimes mediated through the world of experience, in the caiçara musical making the native concept of experiment-making informs us about the multiples sensorialities involved in the practice, calling attention to technical gestures derived from the synergy of human actions in different movement nets that constitute multiple agencies. If in the time of the ranches this musicality mobilized domestic groups and neighborhood nets, in the cities it amplifies its acting space by producing and up to dating affection and consideration relations. In this environment, music creates narratives as through performances and poetics, but it also creates political potentialities as it constitutes itself in a resistance dispositive linking, thus, the population to their territory. Therefore, it is possible to announce the central argument of this thesis, where the presence and the movement of the violas and rabecas tell us in a radical way about other ways of existence, the perseverance of populations and collectives of ethnical-territorial basis, it involves resistance, opposition, defense and affirmation of their territories, it produces crossings, being, hence, ontological, as long as from the wood to the sound creates and recreates places, people and their socialities.Castells, Alicia Norma Gonzalez deHead, Scott CorrellUniversidade Federal de Santa CatarinaMartins, Patricia2018-09-15T04:47:26Z2018-09-15T04:47:26Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis208 p.| il.application/pdf354249https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/189951porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-09-15T04:47:28Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/189951Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732018-09-15T04:47:28Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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