Desafios à ampliação do acesso na atenção primária à saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aragón, Mayra Gonçalves
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/205140
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2018.
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spelling Desafios à ampliação do acesso na atenção primária à saúdeSaúde públicaSaúde coletivaAtenção Primária à SaúdeDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2018.O Sistema Único de Saúde (SUS) posiciona a Atenção Primária a Saúde (APS) como ordenadora do sistema público de saúde brasileiro, por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), seu modelo organizativo preferencial. A APS tem como atributo essencial o acesso, pré-requisito para os outros atributos como integralidade e equidade: o bom acesso ou o acesso oportuno é aquele em que o usuário consegue o cuidado quando dele necessita. Essa pesquisa investigou a experiência de profissionais da ESF selecionados por terem participado de processos de ampliação do acesso nos seus centros de saúde (CS), focando nas facilidades e barreiras presentes nesse processo. Realizou-se um estudo qualitativo, através de entrevistas semiestruturadas com 20 profissionais e gestores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Florianópolis-SC, cuja rede de serviços de APS é formatada via ESF. Na análise temática das entrevistas, emergiram três polos temáticos: Papel dos Profissionais , Questões organizacionais e Papel da Gestão . O primeiro revelou a grande importância dos processos internos das equipes, mostrando que características dos profissionais e suas inter-relações apresentaram forte influência na ampliação do acesso. Os médicos(as) e enfermeiros(as) são figuras chaves, cujo protagonismo e parceria foram fundamentais para mudanças nos processos de trabalho e sua manutenção. A relação entre profissionais de diferentes equipes dentro de um CS também foi importante (como facilitadora ou obstáculos). A formação pós-graduada específica em APS teve grande relevância para motivação profissional em ampliar o acesso, principalmente a residência em Medicina de Família e Comunidade (MFC), assim como uma forte atuação clínica da enfermagem aumentou de forma consistente o acesso. Um fator dificultador da ampliação do acesso foi a heterogeneidade de entendimento dos profissionais e coordenadores sobre como deve ser o acesso e sua importância na APS. Quanto às Questões organizacionais , destacou-se a importância do vínculo com uma população definida, ligando acesso com longitudinalidade do cuidado; a importância do manejo do tempo, devido à necessidade de priorizar a agenda para a assistência e de aperfeiçoar a habilidade de realizar consultas mais eficientes; espaços protegidos para reuniões, para articular as mudanças nos processos de trabalho; as tecnologias de comunicação, para tornar mais ágil a comunicação entre os profissionais, aprimorar as formas de agendamento e melhorar o contato com os usuários (e-mail, telefone e aplicativos de bate-papo). No polo Papel da Gestão , os coordenadores locais demonstraram ter grande importância para auxiliar (ou ser um obstáculo) nos processos de ampliação de acesso. Quanto à gestão municipal, foi unânime a percepção de seu pouco apoio nos processos internos de mudanças das equipes e CS, e da falta de alguma recompensa ou cobrança institucional para ampliar o acesso, que poderia facilitar os processos locais. Em consonância com a literatura, dois fatores estruturais básicos foram identificados como limitadores da ampliação do acesso: adequação de recursos humanos (equipes completas) e dimensionamento populacional das equipes, dependentes da gestão municipal. Ambos influenciam a capacidade das equipes e comumente favorecem a sobrecarga dos profissionais que trabalham na APS.Abstract : The Unified Health System (SUS) places Primary Health Care as the provider of the brazilian public health system, through the Family Health Strategy (ESF), its preferred organizational model. The essential attribute of Primary Health Care is access, a prerequisite for other attributes such as integrality and equity: good access or timely access is one in which the user can obtain care when needed. This research investigated the experience of ESF professionals selected for having participated in processes of increasing access in their health centers (CS), focusing on the facilities and barriers present in this process. A qualitative study was carried out through semi-structured interviews with 20 professionals and managers of the Municipal Health Department (SMS) of Florianópolis-SC, whose network of Primary Health Care services is formatted via ESF. In the thematic analysis of the interviews, three thematic poles emerged: \"Role of Professionals\", \"Organizational Issues\" and \"Role of Management\". The first one revealed the great importance of the internal processes of the health teams, showing that the characteristics of the professionals and their interrelationships had a strong influence on the expansion of access. The doctors and nurses are key figures, whose role and partnerships were fundamental for changes in work processes and their maintenance. The relationship between professionals from different health teams within a CS was also important (as facilitator or obstacles). The specific post-graduate training in Primary Health Care had great relevance for professional motivation in increasing access, especially to the residency in Family and Community Medicine (MFC), as well as a strong clinical practice of nursing has consistently increased access. A factor that made access more difficult was the heterogeneity of the understanding of the professionals and coordinators about how access should be and its importance in Primary Health Care. Regarding the \"Organizational issues\", the importance of the bond with a defined population was highlighted, linking access with longitudinality of care; the importance of time management, due to the need to prioritize the agenda for assistance and to improve the ability to conduct more efficient consultations; protected spaces for meetings, to articulate changes in work processes; communication technologies, to streamline communication among professionals, improve scheduling and improve contact with users (email, phone, and chat applications). In the \"Role of Management\" area, the local coordinators have demonstrated great importance in helping (or being an obstacle) in the processes of access expansion. Regarding municipal management, there was a unanimous perception of their lack of support in the internal processes of team and CS changes, and the lack of any institutional reward or fee to expand access that could facilitate local processes. In agreement with the literature, two basic structural factors were identified as limiting the access expansion: adequacy of human resources (complete health teams) and population dimensioning of the health teams, dependent on municipal management. Both influence the capacity of teams and commonly favor the overload of professionals working in Primary Health Care.Tesser, Charles DalcanaleUniversidade Federal de Santa CatarinaAragón, Mayra Gonçalves2020-03-31T13:28:40Z2020-03-31T13:28:40Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis172 p.| il., tabs.application/pdf360705https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/205140porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-03-31T13:28:40Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/205140Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-03-31T13:28:40Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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