Uma história ambiental dos campos do planalto de Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brandt, Marlon
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/96449
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em História
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spelling Uma história ambiental dos campos do planalto de Santa CatarinaHistóriaMeio ambienteHistóriaPlanalto catarinensePaisagensHistóriaPlanalto catarinenseTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em HistóriaA presente tese procura reconstruir e analisar, sob a perspectiva da história ambiental, o processo de transformações da paisagem dos Campos do Planalto de Santa Catarina entre os séculos XVIII e a primeira metade do século XX. Para responder essa questão procurou-se compreender de que maneira a ação humana se expressou nessa paisagem e de que modo a natureza mediou essa relação, atuando na dinâmica social, econômica e cultural da região. A paisagem, fruto da ação humana ao longo do tempo, envolvendo um conjunto de objetos naturais e sociais acumulados a partir de atividades de muitas gerações, em diversas escalas temporais e espaciais, constituiu uma importante ferramenta para se entender esse processo de transformações dos Campos catarinenses. Desde as primeiras pegadas humanas nos Campos sua ação já se fazia sentir no ambiente, porém foi com a chegada do europeu e suas primeiras incursões a partir dos séculos XVI e XVII que o ambiente passou a sofrer as alterações mais intensas, com a introdução e manejo de animais e plantas exóticas. A feição fisionômica dos Campos vislumbrava a possibilidade de se desenvolver atividades ligadas à criação de animais, pela amplitude dessa vegetação e pela relativa inexistência de grandes predadores. Durante mais de dois séculos a pecuária constituiu-se na atividade predominante dos Campos. É, no entanto, principalmente a partir da segunda metade do século XX, dentro do contexto de modernização agrícola, que novas atividades passam a se disseminar em maior amplitude nos Campos. Percebe-se, a partir de então, sobretudo pela atuação estatal, visando o "progresso" da região, a melhoria da criação, com novas raças e a introdução de novas espécies forrageiras. Além de novas espécies forrageiras, os Campos, por sua topografia relativamente plana, se compararmos aos dissecados relevos das regiões de vale, mais ao Oeste, passaram a receber a implementação da agricultura mecanizada, destinada, sobretudo a plantação de trigo e soja. A atuação de diversas madeireiras na região, que também era vista como um importante fator de crescimento econômico, e de aumento das áreas de pastagens, acabou por exaurir praticamente todas as reservas florestais economicamente viáveis. A solução proposta para o escasseamento de araucárias que se vislumbrava em um futuro próximo não foi a recomposição da floresta, mas sim o cultivo com espécies exóticas do gênero Pinus. Ao longo de mais de dois séculos, a ação humana nos Campos atuou interferindo tanto sua dinâmica natural com a floresta quanto em sua composição faunística e florística. Pode-se afirmar dessa maneira que sua paisagem atual, além de ser resultado das condições edafoclimáticas, é também consequência da ação do homem.The thesis at hand attempts to reconstruct and analyze, under the perspective of the environmental history, the process of transformation of the landscape of Campos do Planalto de Santa Catarina1 between the 18th and the first half of the 20th century. To answer this question we have tried to understand the way in which human intervention expressed itself in that landscape and in what way nature mediated this relationship, acting in the social, economical and cultural dynamics of the region. The landscape, due to human intervention over time, involving a set of natural and social objects accumulated as a result of the activities of many generations, in a myriad of temporal and spatial scales, constituted an important tool for understanding that process of transformation of the Campos catarinenses2. Since the first human footprints in the Campos its actions were felt in the environment. However, it was with the arrival of the European and their first incursions, starting in the 16th and 17th century, that the environment began to go through more intense alterations with the introduction of animal handling and exotic plants. The physiognomic features of the Campos gave a hint of the possibility to develop animal husbandry related activities, in sight of the scope of that vegetation and the fact that large predators were almost inexistent. We can notice, from that moment on, the improvement in husbandry, especially through state action aiming at the "progress" of the region, with new races and the introduction of new species of grazing animals. Besides these new species, the Campos, because of its relatively level topography if we compare them to the dissected relief in the valley regions to the west, started receiving the implementation of mechanized agriculture, destined mainly to wheat and soy crops. The actions of a series of lumberyards in the region, which was also seen as a factor of economic growth, and the increase of grazing areas, ended up exhausting nearly all of the wood reserves that were economically viable. The proposed solution for the shortage of the Araucaria which was envisioned for the near future was not the recomposition of the forest, but, instead, the cultivation of exotic species of the Pinus genus. Over more than two centuries, human intervention in the Campos had the effect of interfering with its natural dynamics with the forest, as well as its faunistic and floristic composition. It can be said thus that its present landscape, besides being the result of edaphoclimatic conditions, is also the consequence of human intervention.Florianópolis, SCNodari, Eunice SueliUniversidade Federal de Santa CatarinaBrandt, Marlon2012-10-26T12:11:31Z2012-10-26T12:11:31Z20122012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis332 p.| il., tabs., mapas, plantasapplication/pdf301284http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/96449porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2013-05-04T12:45:44Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/96449Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732013-05-04T12:45:44Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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