Impactos socioculturais e o comportamento do usuário em edificações residenciais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ramos, Greici
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/229042
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Florianópolis, 2020.
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spelling Impactos socioculturais e o comportamento do usuário em edificações residenciaisEngenharia civilHabitaçõesConforto térmicoTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Florianópolis, 2020.O consumo de energia elétrica relacionado ao conforto térmico ambiental vem crescendo em edificações residenciais nas últimas décadas. Este aumento tem como uma de suas causas o comportamento dos usuários, seja um efeito da ocupação, pelo uso de eletrodomésticos, ou pela busca de um ambiente mais confortável com o uso equipamentos como ventiladores, condicionadores de ar (CA) ou ainda aquecedores elétricos, no inverno. Segundo Stazi, Naspi e D?orazio (2017), o comportamento do usuário é influenciado tanto por fatores sociais, contextuais, ambientais quanto fisiológicos. Assim, o principal objetivo desta pesquisa é avaliar o impacto de fatores socioeconômicos (fatores sociais, econômicos e regionais ? clima) no comportamento relacionado ao conforto térmico em edificações residenciais. Para tanto a pesquisa foi dividida em duas etapas. Na primeira, buscou-se compreender o comportamento do usuário no âmbito nacional, analisando a percepção do usuário frente aos seus hábitos cotidianos, e também o impacto do clima nesta relação. A pesquisa nacional, baseada na aplicação de questionários, contou com 3.272 respostas provenientes de 281 cidades, englobando as cinco regiões do país. A segunda etapa, realizada em Florianópolis, procurou analisar o comportamento a partir do monitoramento das condições climáticas, temperatura e umidade dos ambientes internos, e de questionários online simultâneos a essas medições. O monitoramento contou com 51 residências e 92 voluntários que responderam aos questionários online de sensação térmica e adaptação. Os resultados apontaram que os comportamentos adaptativos dos usuários ocorrem de forma diferente ao longo do ano. Enquanto os ventiladores têm maior uso nos períodos de temperaturas altas, pico de 83,3% de uso a 31 °C, a adaptação por meio do vestuário é mais intensa no período intermediário frio (maio, setembro e outubro), com variação de 0,58 clo, seguido pelo período frio (junho a agosto), com variação de 0,29 clo. Por outro lado, o uso de condicionadores de ar e a operação de janelas tem maior correlação com a temperatura do ar e independem do período do ano. A abertura das janelas, além de ser um comportamento comum ao longo do ano, foi apontada como a principal forma de adaptação ao desconforto por calor (69,5%). Este fato é consequência direta da preferência por ambientes ventilados naturalmente pela maioria dos usuários (89%). A preferência do usuário é um dos fatores que impactou tanto nas estratégias adotadas pelos usuários, como o uso mais intenso do CA por aqueles que preferem ambientes condicionados, quanto no padrão de uso deste equipamento. Os usuários que preferem ambientes condicionados tendem a utilizar o equipamento com maior frequência, maior tempo de uso, por mais meses ao ano e com menor temperatura de setpoint. O clima é outra condição determinante do comportamento do usuário: climas mais severos induzem ao uso de equipamentos. Por exemplo, o clima extremamente quente apresentou o uso mais intenso do CA, enquanto o clima ameno foi o único a apresentar o uso mais expressivo de aquecedores no período frio. O clima, juntamente com a renda, impacta na posse dos equipamentos; assim, as faixas de renda mais altas e os climas mais quentes apresentam a maior posse de CA (93,2%). Em relação a análise das diferenças de comportamento decorrentes do gênero dos usuários verificou-se que as mulheres tendem a optar mais por operar as janelas e adequar seu vestuário como formas de adaptação ao desconforto térmico. Contudo, nos períodos mais quentes, ao utilizar o CA optam por temperaturas, em média, 1° C maior que a utilizada pelos homens. Com base nos resultados, concluiu-se que os usuários de edificações residências são ativos na sua adaptação, com comportamentos diferentes em função do clima, da faixa de renda, gênero e preferências individuais. Dessa forma, percebe-se a importância de que as edificações permitam esta interação entre o usuário e os ambientes, reconhecendo a preferência por ambientes naturalmente ventilados e o hábito de abrir janelas para esse fim.Abstract: The electrical energy consumption related to environmental thermal comfort has been growing in residential buildings in the last decades. Occupant?s behavior is the one of the causes for this increase, which can be the result of either occupancy, use of household appliances, search for a more comfortable environment, using devices such as fans, air conditioners (AC) or even electric heaters on winter. According to Stazi, Naspi and D'orazio (2017), the occupant's behavior is influenced by social, contextual, environmental and physiological factors. Therefore, this research aims to evaluate the impact of socio-cultural factors (social, economic and regional factors - climate) on the occupants? behavior towards thermal comfort in residential buildings. For this purpose, the research was divided into two parts. In the first, we pursued to understand the user's behavior in a national level, analyzing their perception and daily habits, and the impact of the climate on this relationship. The questionnaire-based national survey resulted in 3,272 responses from 281 cities, covering the five regions. The second part, carried out in Florianopolis, analyzed the behavior by monitoring the climatic data (indoor temperature and humidity) of 51 residences, while simultaneously applying online questionnaires. 92 volunteers participated in this part of the research. The results showed that the occupants use the devices in different ways throughout the year. While occupants use fans more with higher temperatures, 83,3% at 31 °C, the adaptation through clothing is more usual in the cold transition months (May, September and October), followed by the cold months (June to August). On the other hand, the use of air conditioners and window operation has a better correlation with air temperature, regardless of the season of the year. Opening the windows, besides being a usual behavior throughout the year, was identified as the main adaptive behavior to heat discomfort (69.5%). This fact is directly related with of the preference for naturally ventilated environments by the majority of the occupants (89%). User preference is one of the factors that influenced the strategies adopted by occupants, e.g. use of AC by those who prefer conditioned environments, and the frequency of this device use. Occupants who prefer conditioned environments tend to use the AC more frequently, for longer periods, more months a year, and with a lower setpoint temperature. The climate is another determinant factor on the occupants? behavior: climates that are more rigorous induce the use of devices. For example, the extremely hot climate presents the most intense use of AC, while the warm climate was the only one to present the expressive use of heaters in the winter. The climate, associated with the family income, influences the ownership of home appliances. Thus, the higher income ranges and the hottest climates have the higher number of houses with AC (93,2%). Concerning the analysis of differences in behavior due to occupants? gender, it was found that women tend to operate windows and adjust their cloths as a way to adapt to thermal discomfort. However, in the warmer periods of the year, when using AC, they choose to set for a temperature 1 ° C higher than that used by men, on average. The results inferred that users of residential buildings are active in the environment adaptation, with different behaviors depending on the climate, family income, gender and individual preference. Concluding, it is important that the buildings allow this interaction between the occupants and the environment, recognizing the preference for naturally ventilated environments and the habit of opening windows for this purpose.Lamberts, RobertoDe Vecchi, RenataUniversidade Federal de Santa CatarinaRamos, Greici2021-10-14T19:24:06Z2021-10-14T19:24:06Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis260 p.| il., gráfs.application/pdf373305https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/229042porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-10-14T19:24:06Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/229042Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-10-14T19:24:06Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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