O canteiro-escola de Rodrigo Lefèvre e a educação libertadora de Paulo Freire: o que o fazer arquitetônico ainda pode extrair dessa convergência?
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/253981 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Florianópolis, 2023. |
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O canteiro-escola de Rodrigo Lefèvre e a educação libertadora de Paulo Freire: o que o fazer arquitetônico ainda pode extrair dessa convergência?ArquiteturaCanteirosEducação popularExtensão universitáriaDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Florianópolis, 2023.Essa pesquisa se propõe a explorar complementaridades, afinidades e correspondências estruturais entre os espaços de canteiros autogeridos e o modelo pedagógico de educação popular através de uma análise crítico-comparativa de marcos conceituais, quais sejam: o canteiro-escola idealizado na dissertação de mestrado do arquiteto Rodrigo Lefèvre e o ideário da educação libertadora presente na obra do educador Paulo Freire. A introdução da formulação de Lefèvre, que é precedida pela crítica à divisão social do trabalho na arquitetura, conduz a uma compreensão do canteiro autogerido enquanto vetor de experiências que instituem uma tessitura de vínculos nos quais mulheres e homens assumem papéis antes imprevistos no espaço da construção arquitetônica e para além dele, ressignificando a relação entre sujeitos espoliados e a cidade. Quanto às teses da educação popular em Freire, são elucidados alguns pontos seminais que interseccionam o debate acerca do canteiro. São eles: o quadro de desumanização generalizada, onde os sujeitos em opressão se ajustam a relações prescritas, estranhas a si mesmos; a experiência coletiva de ensino-aprendizagem na qual "ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho"; a emancipação dos sujeitos por meio das práticas mediadas pelas relações homens-mundo; e o espaço pedagógico que prefigura desde já um espaço democrático. Mediante uma abordagem eminentemente teórica, de caráter exploratório e qualitativo, evidenciam-se aproximações do ponto de vista das formas de sociabilidade, dos métodos organizacionais e da incidência na constituição de territórios e sujeitos transformados. Tratados como utopias possíveis, os espaços de formação propostos por Freire e por Lefèvre têm momentos e tarefas em comum, posto que ambos visam, seja no canteiro ou na experiência pedagógica, a conscientização, a criação de vínculos sociais e a construção coletiva de ações que se traduzem em relações ativas e emancipadas com o espaço e entre os pares. Dentre as reflexões críticas que se prolongam dessa convergência, a pesquisa situa tais formulações na atualidade e amplia a tarefa em comum de redefinição dos ofícios, reconhecendo na Universidade, na prática extensionista e no ínterim da formação uma abertura possível à constituição de um novo “quefazer” profissional — e também social — coerente às urgências do aqui e agora. Contribuindo, em alguma medida, com os debates sobre a função social da arquitetura e do urbanismo no contexto brasileiro, a pesquisa traz como um de seus resultados a afirmação de perspectivas concretas de emancipação dos sujeitos e de transformação dos territórios a partir do canteiro-escola, ao mesmo tempo em que se coloca como instrumento de amparo teórico e de fomento a proposições vinculadas a novas metodologias pedagógicas, à auto-organização na produção do espaço e ao despertar da cidadania dos envolvidos nessas experiências.Abstract: This research explores affinities and structural correspondences between self-managed construction sites (canteiros autogeridos) and the pedagogical model of popular education through a critical-comparative analysis of the conceptual frameworks of the construction site-school (canteiro-escola), as conceptualized in architect Rodrigo Lefèvre's master's thesis, and the liberating pedagogy, ideology found in the work of educator Paulo Freire. Lefèvre's formulation, introduced through a critique of the social division of labor in architecture, leads to an understanding of the construction site as a context for experiences that establish connections in which women and men assume roles previously unforeseen in the realm of architectural construction and beyond, thereby redefining the relationship between marginalized individuals and the city. Regarding Freire's theses on popular education, this research elucidates some seminal points that intersect with the construction site debate: the framework of widespread dehumanization, where oppressed individuals conform to prescribed relationships, becoming estranged from themselves; the collective teaching and learning experience in which “nobody liberates anybody, nobody liberates themselves alone”; the emancipation of subjects through practices mediated by the human-world relationship; and the pedagogical space that prefigures a democratic environment. Through an inherently theoretical, exploratory, and qualitative approach, this study emphasizes convergences in terms of sociability patterns, organizational methods, and their impact on the formation of transformed territories and subjects. Considered as attainable utopias, the educational spaces proposed by Freire and Lefèvre share common moments and tasks, as both aim, whether in the construction site or in the pedagogical experience, to promote awareness, the creation of social bonds, and the collective construction of actions that result in active and emancipated relationships with space and among peers. Among the critical reflections extended from this convergence, this work situates such formulations in the contemporary context and concrete reality by expanding the shared task of redefining professions, recognizing in the university, in extension practice, and in the field of education a possible opening towards the establishment of a new professional - and also social - assignment (a new "quefazer") that is coherent with the urgencies of the present moment. Contributing to the debates on the social role of architecture and urbanism in the Brazilian context, this research brings forth, among its outcomes, concrete perspectives for the emancipation of individuals and the transformation of territories through the construction site-school. Simultaneously, it aims to serve as a tool for theoretical support and to develop propositions linked to new pedagogical methodologies, self-organization in spatial production, and the awakening of citizenship among those involved in these experiences.Colosso, PaoloFank, Cíntia Maria2024-01-12T23:24:19Z2024-01-12T23:24:19Z2023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis148 p.| il., tabs.application/pdf385722https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/253981porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-07T13:16:53Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/253981Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732024-02-07T13:16:53Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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