A prostituta sagrada e os entrelaçamentos transculturais no antigo crescente fértil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/189176 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2018. |
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A prostituta sagrada e os entrelaçamentos transculturais no antigo crescente fértilHistóriaProstituiçãoEstudos interculturaisDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2018.Ao comparar e analisar a narrativa mítica de Tamar (Gênesis 38) comoutras narrativas da Torá e do Antigo Testamento, bem como mitos dospovos mesopotâmicos e cananeus e também com artefatos arqueológicosda região, identifiquei um contexto de entrelaçamentos transculturais noantigo Crescente Fértil. Sendo assim, os objetivos que nortearam minhapesquisa foram compreender como se davam esses entrelaçamentostransculturais entre os povos da região do Crescente Fértil na antiguidade;investigar como esses entrelaçamentos transculturais se encontrampresentificados na fonte (Gênesis, 38) e em outros documentos ligados aesses povos; perceber o trânsito de elementos míticos e cultos na regiãopor meio de menções na Torá e no Antigo Testamento e de sua conexãocom os mitos de outros povos que habitavam o Crescente Fértil; discutircomo a Torá, enquanto livros de leis e condutas, contribuiu para aformação e unificação dos hebreus como povo ao mesmo tempo em quebuscava diferenciar suas condutas daquelas praticadas pelos povosvizinhos. Para alcançar esses objetivos traçados, adotei como arcabouçoteórico-metodológico a alegoria histórica , inspirada em WalterBenjamin, além disso, me inspirei também em Benjamin para construiruma perspectiva subalterna na análise das fontes, visando trazer para adiscussão pessoas marginalizadas e que durante muito tempo ficaram emsegundo plano na escrita da história. Adotei ainda, a ideia de presença pautada em Hans Ulrich Gumbrecht, que também pude encontrar nasdiscussões de Zainib Bahrani sobre arte na Antiguidade Oriental. A partirdesse suporte metodológico e das fontes adotadas, minhas teses são deque os entrelaçamentos transculturais entre os povos do Antigo CrescenteFértil se davam de diversas formas: pelo comércio, pelos casamentosinterculturais e também pelos conflitos e guerras, os quais aconteciam anível de micro e macrocosmo. Assim, o espaço do Antigo OrientePróximo não era estático e sem conexões, mas repleto de interações ediversas formas de convivência. Identifiquei que o rito da prostituiçãosagrada no Antigo Crescente Fértil estava diretamente ligado com o cultoà deusas da sexualidade e da fertilidade, principalmente mesopotâmicas ecananeias, e que existem indícios de que essas deusas eram adoradas entreos hebreus, por isso a tentativa de construção de um monoteísmo javistaperpassou por combater os cultos à deusas e deuses consideradosestrangeiros. Percebendo que esse projeto de construção de ummonoteísmo javista estava também ligado à construção da identidade dopovo hebreu afirmo que os entrelaçamentos transculturais que se davam entre os povos eram repletos de hierarquias, de relações de poder etambém de resistências, pois essas formas de interações e contatos queocorriam nesse mundo antigo do Oriente Próximo acabavam porconstituir essas identidades, de forma que estar em contato tão constantecom povos que são considerados como estrangeiros criou a necessidadede construir mecanismos de defesa contra a assimilação das práticas desse outro , o que, muitas vezes, acarretava em posturas de intolerâncias ediscursos de ódio. Além disso, identifiquei que essa identidade do povohebreu foi construída à imagem do patriarca e concluí que o combate aoscultos destinados à deusas entre os hebreus afetava diretamente a vidacotidiana das mulheres e que elas não tinham a possibilidade deestabelecer uma aliança com o deus Yahweh da forma como era possívelpara os homens.Abstract : When comparing and analyzing the mythical narrative of Tamar (Genesis38) with other narratives from the Torah and the Old Testament, as wellas myths from the mesopotamian and canaanite peoples andarchaeological artifacts from the region, I could idendify a context oftransculturals entanglements in the Fertile Crescent. Given this, theobjectives that guided my research were to comprehend how thesetranscultural entanglements happened among these peoples in antiquity;to percieve the movement of mythical elements and cults in the regionusing mentions in the Torah and the Old Testament and its connectionswith the myths from other peoples in the Fertile Crescent; to discuss howthe Torah, while a book of laws and behavior, contributed to the formationand unification of the Hebrews as a people, at the same time they seek todiffer its practices from the nearby nations. In order to achieve thesespecified objectives, I adopted as theoretic-methodological backgroundthe "historic alegory", inspired by Walter Benjamin. I was also inspiredby Benjamin to build a subaltern perspective when analyzing the sources,trying to bring to the discussion marginalized people that were, for a longtime, put aside when History was being written; I adopted, too, the ideaof "presence", outlined by Gumbrecht, that I could also find in thediscussion of Zainib Bahrani about art in Oriental Antiquity. From thismethodological base and the sources, my theses are that the transculturalentanglements among the peoples of the Ancient Fertile Crescenthappened in many ways: by commerce, by intercultural marriages andalso by conflicts and wars, which happened both in the micro and themacrocosmos. As so, the space in the Ancient Fertile Crescent was notstatic and disconnected, but was full with interactions and many ways ofcoexistece. I could identify that the ritual of sacred prostitution in theAncient Fertile Crescent were connected to the cult to fertility goddesses,mainly mesopotamic and caananites, and that are evidences that thesegoddesses were worshipped among hebrews, and that is why there is theproject for building a javist monotheism, that is intertwined with the fightagainst cults of goddesses and gods considered foreigners. Percieving thatthis project was also connected to the building of a Hebrew identity, Iaffirm that the transcultural entanglements among the peoples were filledwith hierarchies, with power relations and also with resistences, for thesekind of contacts and interactions in the Ancient Near East took part in theconstituition of these identities, so much that, as this constant contact with"foreign" peoples urged the need for new defense mechanisms agains the assimilation of practices from the "others", what, in many times, couldlead to intolerances and hate speeches. Beside that, I could identify thatthe identity of thw Hebrew people were build following the image of thepatriarch and concluded that the fight against the cults destined togoddesess among the Hebrews affected the daily life of women, and thatthey had no possibility to forge an alliance with god Yahweh the way mancould.Silveira, Aline Dias daUniversidade Federal de Santa CatarinaZdebskyi, Janaina de Fátima2018-08-18T04:04:46Z2018-08-18T04:04:46Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis273 p.| il.application/pdf354389https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/189176porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-08-18T04:04:46Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/189176Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732018-08-18T04:04:46Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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