Como chegamos a ?lugar nenhum?: reflexões neurossociológicas (dos fenômenos emocionais) nas relações de ?violência extrema? no campo de refugiados de Kakuma e no assentamento integrado de Kalobeyei, Quênia (1992-2022)
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/254723 |
Resumo: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política, Florianópolis, 2023. |
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Como chegamos a ?lugar nenhum?: reflexões neurossociológicas (dos fenômenos emocionais) nas relações de ?violência extrema? no campo de refugiados de Kakuma e no assentamento integrado de Kalobeyei, Quênia (1992-2022)Sociologia políticaEmoçõesViolênciaRefugiadosAssentamentos humanosTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política, Florianópolis, 2023.Esta tese aborda o estudo dos fenômenos emocionais presentes nas relações de ?violência extrema? no Campo de Refugiados de Kakuma ? CRK (1992-2022), que vem do suaíli ?lugar nenhum?, e seu sucessor: o Assentamento Integrado de Kalobeyei ? AIK (2016-2022), ambos no Quênia. Após quase três décadas de existência, superlotação e conflitos no CRK, o AIK foi criado próximo a Kakuma com o intuito de atender a demanda do local e também de gerar novas propostas de integração sustentável entre refugiados(as) e cidadãos(ãs) locais. Conforme resultados alcançados durante a pesquisa teórica e de campo no mestrado, concluída em 2016, há uma correlação direta entre as relações de ?violência extrema? no Campo de Kakuma e nos países de origem, o que gera trauma emocional cumulativo. O ?nexo vergonha-raiva-violência? não pode ser ignorado nesses processos. Para alcançar os objetivos propostos por esta pesquisa, utilizei a metodologia quantitativa através da Revisão Sistemática da Literatura sobre ambos os locais e qualitativa com a Análise Textual Discursiva. Sequenciei meus estudos partindo da disciplina Sociologia das Emoções à Neurossociologia. Tanto na metodologia quanto nos resultados privilegiei a abordagem ?biossocial?. Os resultados obtidos apontam que as relações sociais de ?violência extrema? que ocorrem nos dois Campos se devem a diversos mecanismos neuroemocionais que estreitaram as relações de solidariedade social e de ?status e poder? ao longo do processo evolutivo humano. No entanto, tais mecanismos são confrontados com uma lógica impessoal e, muitas vezes, arbitrária e hostil, que acaba estimulando a excitação emocional negativa dessas pessoas. Tal estimulação ocorre tanto pelo fato de que seu self e identidades são afetados negativamente, quanto por estas pessoas falharem em suprir as expectativas dos grupos ao qual pertencem e das agências humanitárias, passando a sofrer sanções negativas com frequência. Essas confluências de acontecimentos evidenciam-nos que a Neurossociologia aliada ao estudo de imagens cerebrais é um subcampo promissor de investigação científica das relações sociais e que permitirá novas compreensões dos diversos comportamentos envolvidos nessas configurações. Afinal, a Neurossociologia possibilita utilizar o diálogo disciplinar para pensarmos as emoções humanas e as relações sociais de ?violência extrema? situadas cronologicamente neste pós-século XXI, sem anular a longa história neuroevolutiva que precede a constituição, há trinta anos, do próprio Campo de Refugiados de Kakuma.aboradas para compreender essas preferências.Abstract: This thesis approaches the study of the emotional phenomena existing in the relations of ?extreme violence? in Kakuma Refugee Camp ? KRC (1992-2022), which comes from Swahili ?nowhere?, and its successor: Kalobeyei Integrated Settlement ? KIT (2016-2022), both in Kenya. After almost three decades of existence, overcrowding and conflicts in KRC, the KIT was created close to Kakuma with the purpose of attending the local demand and also to generate new proposals of sustainable integrations between the refugees and local citizens. According to the results reached during the theoretical and camp research in the master, concluded in 2016, there is a direct correlation between the relations of ?extreme violence? in Kakuma Camp and countries of origin, which generates cumulative emotional trauma. The ?shame-anger-violence nexus? cannot be ignored in these processes. To reach the objectives proposed by this research, I used the quantitative methodology through the Systematic Revision of Literature about both localities and qualitative with the Discursive Textual Analysis. I sequenced my studies stating from the field Sociology of Emotions to Neurosociology. Both in methodology and in results I privileged a ?biosocial? approach. The results obtained point that the social relations of ?extreme violence? that occurs in both Camps are due to several neuroemotional mechanisms that narrow the relations of social solidarity and of ?status and power? through the human evolutional process. However, these mechanisms are confronted with impersonal logic and, many times, arbitrary and hostile, that ends up stimulating the negative emotional excitement from those people. This stimulation occurs not only by the fact that their self and identities are negatively affected, but also by these people failing in fulfill their groups expectations and humanitarian agencies, frequently suffering negative sanctions. Those confluences of situations show us that Neurosociology allied to brain images studies is a promising subfield of scientific investigation of social relations and will allow new understanding of several involved behaviors in those configurations. After all, the Neurosociology makes it possible to use the disciplinary dialogue to think the human emotions and the social relations of ?extreme violence? chronologically situated in this post century XXI, without cancelling the long neuroevolutive history that precedes the constitution, thirty years ago, of Kakuma Refugee Camp itself.Silva, Elizabeth Farias daUniversidade Federal de Santa CatarinaKrüger, Jucéli Silva2024-03-13T23:23:22Z2024-03-13T23:23:22Z2023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis239 p.| il.application/pdf386569https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/254723porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-03-13T23:23:22Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/254723Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732024-03-13T23:23:22Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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