Potencial terapêutico do extrato etanólico dos frutos da Pterodon pubescens Benth. no controle da dor aguda e crônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nucci, Catharina
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/123283
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Neurociências, Florianópolis, 2014.
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spelling Potencial terapêutico do extrato etanólico dos frutos da Pterodon pubescens Benth. no controle da dor aguda e crônicaNeurociênciasAcido glutamicoDor crônicaDor agudaPlantas medicinaisDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Neurociências, Florianópolis, 2014.A planta medicinal Pterodon pubescens tem sido tradicionalmente utilizada para tratamento de doenças reumáticas. O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil fitoquímico e o efeito antinociceptivo do extrato etanólico dos frutos de Pterodon pubescens (EEPp) em modelos de dor aguda e crônica, bem como investigar o possível mecanismo adjacente a este efeito em camundongos. Para a realização dos experimentos foram utilizados camundongos Swiss machos e fêmeas adultos (25 a 35 g) com aproximadamente 2 meses de idade. A análise fitoquímica do extrato evidenciou a presença de dezesseis compostos, sendo nove sesquiterpenos e sete diterpenos com esqueleto vouacapano, boa quantidade de conteúdo fenólico com pouca quantidade de flavonoides. O EEPp administrado 1 hora antes dos experimentos por via intragástrica (3-300 mg/kg, i.g.), mimetizando a via (oral) utilizada em seres humanos, promoveu redução da nocicepção de origem neurogênica (1ª fase) e inflamatória (2ª fase) induzida pela injeção intraplantar de formalina. O EEPp (30 e 300 mg/kg, i.g.) também inibiu de forma significativa e dependente da dose a nocicepção induzida pela injeção intraplantar ou intratecal de glutamato. Ademais, o EEPp (30 e 300 mg/kg, i.g.) também inibiu a resposta nociceptiva induzida pela injeção intratecal de agonistas glutamatérgicos do tipo ionotrópico (cainato e NMDA), e metabotrópico mGLUR 1 e 5 (pelo agonista trans-ACPD), bem como de citocinas pró-inflamatórias (TNF-a e IL-1ß) e ativadores dos receptores de potencial transiente vanilóide-1 (TRPV1) e anquirina-1 (TRPA1), capsaicina e cinamaldeído, respectivamente. O tratamento agudo ou prolongado com o EEPp diminuiu a hiperalgesia mecânica e térmica (calor e frio) causada pela cirurgia de incisão plantar (CIP ? dor pós-operatória), e pela ligadura parcial do nervo isquiático (LPNI ? dor neuropática); bem como a hiperalgesia mecânica no modelo animal de síndrome da dor complexa regional do tipo I (SDCR-I) induzida pela isquemia e reperfusão da pata (IRP), sem induzir efeito de tolerância ou mesmo interferir na atividade locomotora dos animais no teste do campo aberto. Finalmente, a administração prolongada do EEPp durante 10 dias não promoveu alterações macroscópicas nos órgãos vitais (fígado, coração, baço, rins e pulmões), nem de indicadores bioquímicos de lesão hepática (atividade das enzimas AST, ALT e GGT) e renal (concentrações séricas de creatinina, uréia e ácido úrico). Tomados em conjunto, os resultados do presente estudo demonstram que o efeito antinociceptivo do EEPp se deve, em parte, pelo antagonismo da sinalização glutamatérgica, reduzindo a ativação dos receptores de citocinas pró-inflamatórias e canais TRPV1 e TRPA1. Assim, os resultados do presente estudo suportam o uso popular da planta medicinal Pterodon pubescens por indicar que o EEPp possui eficácia e relativa segurança para o tratamento da dor aguda e crônica. Além disto, este estudo agrega novas evidências científicas e destaca o potencial da planta medicinal Pterodon pubescens no desenvolvimento de um fitoterápico.<br>Abstract : The medicinal plant Pterodon pubescens has traditionally been used to treat rheumatic diseases. The present study aimed to evaluate the phytochemical profile and the analgesic effect of the ethanolic extract of fruits of Pterodon pubescens (EEPp) in models of acute and chronic pain in mice, as well as to investigate the possible mechanism underlying this effect in mice. The experiments were conducted using 2-month-old adult (25 to 35 g) male and female Swiss mice. The phytochemical analysis of the extract showed the presence of sixteen compounds: nine sesquiterpenes and seven diterpenes with vouacapan skeleton, as well as a reasonable amount of phenolic content and a small amount of flavonoids. The EEPp (3-300 mg/kg, i.g.) administered intragastrically, mimicking the (oral) route used in humans, reduced the neurogenic (first phase) and inflammatory (second phase) nociception induced by intraplantar formalin injection. Moreover, the EEPp (30 and 300 mg/kg, i.g.) inhibited significantly, in a dose-dependent manner, the nociception induced by intraplantar or intrathecal injection of glutamate. Furthermore, EEPp (30 and 300 mg/kg, i.g.) also inhibited the nociceptive response induced by intrathecal injection of ionotropic (kainate and NMDA) and metabotropic mGLUR 1 and 5 (trans-ACPD) glutamate agonists, pro-inflammatory cytokines (TNF-a and IL- 1ß), as well as activators of transient receptor potential vanilloid-1 (TRPV1) and ankyrin-1 (TRPA1), capsaicin and cinnamaldehyde, respectively. The acute or long-term treatment with EEPp reduced mechanical and thermal (heat and cold) hyperalgesia caused by plantar incision surgery (postoperative pain), and by partial sciatic nerve ligation (neuropathic pain), as well as mechanical hyperalgesia in an animal model of complex regional pain syndrome type I induced by ischemia-reperfusion injury in mouse paw, without inducing tolerance effect or even interfere in locomotor activity of animals in open field test. Finally, the daily administration of EEPp for 10 days did not cause changes in the macroscopic observation of vital organs, such as liver, heart, spleen, kidney and lung, as well as biochemical indicators of liver injury (AST, ALT and GGT enzymes activities) and renal failure (serum creatinine, urea and uric acid). Taken together, the results of this study show that the antinociceptive effect of EEPp is due, in part, to antagonism of glutamatergic signaling, reducing the activation of pro-inflammatory cytokines receptors and TRPV1 and TRPA1 channels. Thus, the results of this study support the popular use of medicinal plant Pterodon pubescens by indicating that the EEPp has efficacy and relative safety for the treatment of acute and chronic pain. Moreover, this study adds new scientific evidence and highlights the potential of medicinal plant Pterodon pubescens in the development of a phytotherapic.Santos, Adair Roberto Soares dosMartins, Daniel FernandesUniversidade Federal de Santa CatarinaNucci, Catharina2014-08-06T18:02:06Z2014-08-06T18:02:06Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis179 p.| il., grafs., tabs.application/pdf326583https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/123283porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2014-08-06T18:02:06Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/123283Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732014-08-06T18:02:06Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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