Desastres socioambientais e memória no sul de Santa Catarina (1974-2004)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Alfredo Ricardo Silva
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/135116
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2015.
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spelling Desastres socioambientais e memória no sul de Santa Catarina (1974-2004)HistóriaCatastrofes naturaisHistóriaSanta Catarina, SulTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2015.A presente tese tem o intuito de analisar as memórias dos desastres socioambientais no sul de Santa Catarina entre 1974 e 2004. Neste contexto, as intempéries mais marcantes para a memória coletiva foram: A enchente e os deslizamentos de 1974, que atingiram todo o sul de Santa Catarina; a enchente e os deslizamentos no extremo sul, que moldaram as memórias sobre o Natal de 1995; e, finalmente, o Furacão Catarina em 2004, que causou medo e destruição no extremo sul catarinense. Inicialmente é examinada a predisposição que a região possui a eventos extremos, destacando ainda a transformação da paisagem e o aumento da vulnerabilidade a desastres produzido pela introdução do cultivo do arroz pré-germinado irrigado e o aumento da densidade populacional nos últimos 40 anos. Em cada desastre os afetados são tratados e retratados de forma diferenciada pelos periódicos nacionais e estaduais, fruto de transformações nas formas das instituições governamentais lidarem com os flagelados. De forma semelhante às notícias dos periódicos, as memórias dos desastres socioambientais são permeadas pelas lembranças excepcionais, religiosidade e busca pelo entendimento do meio. Por outro lado, diferenças significativas estão presentes na maneira com que as memórias coletivas se articulam em cada cidade ou localidade, fruto das distintas condições locais para subsistência dessas formas de lembrar. A percepção de risco e das vulnerabilidades a novos desastres se mostrou mais acentuada em localidades rurais e nos centros urbanos mais próximos à Serra Geral. A partir de 1974 ocorre a sistemática institucionalização nas ações pós-desastre no Sul de Santa Catarina, no entanto a característica emergencial e assistencialista das ações não colabora para a redução do risco de novos desastres. Pelo contrário, na localidade da Barranca em Araranguá, por exemplo, o aumento da vulnerabilidade é usado pelos atingidos como estratégia para pleitear auxílios da Defesa Civil e da Prefeitura Municipal. No intuito de manter vivas as memórias para diminuir o risco de novas intempéries, os estudos sobre a memória dos desastres socioambientais precisam situar-se na difusa fronteira entre a vontade de lembrar e a necessidade esquecer.<br>Abstract : This dissertation?s intention is to analyze the memories of socio-environmental disasters in southern Santa Catarina State between 1974 and 2004. The most remarkable climate hazards for the collective memory were: the floods and earthslides from 1974, that permeated the entirety of southern Santa Catarina; the floods and earthslides from the southern part of Santa Catarina, that shaped the memories of Christmas in 1995; and, lastly, Hurricane Catarina in 2004, which caused fear and destruction in southern Santa Catarina. Initially, the region?s predisposition to extreme events was analyzed, with emphasis on landscape transformation, increasing vulnerability to disasters produced by introduced irrigated pre-germinated rice crops, and increasing population density during the last 40 years. During each disaster the affected population was treated and portrayed differently by national or state newspapers, a result of government institutional changes in ways of dealing with the suffering population. Similarly to the newspapers, the memories of socio-environmental disasters are permeated by exceptional remembrances, religiosity and search for understanding of the environment. On the other hand, significant differences are present in the way the collective memories are articulated in each town or city, a consequence of different local conditions to maintain these forms of remembering. The perception of risk and vulnerability to new disasters was more acute in rural areas and urban centers closer to the Serra Geral. Beginning in 1974 the systematic institutionalization of post-disaster actions take place in southern Santa Catarina, however the welfare and emergency characteristics of those actions does not help in reducing the risk of further disasters. On the contrary, in Barranca located in the municipality of Araranguá, for example, increased vulnerability is used by the affected population as a strategy for seeking aid from Civil Defense and City Hall. In order to keep memories alive to further decrease the risk of climate hazards, the studies on memories of socio-environmental disasters need to be in the diffuse boundary between the will to remember and the need to forget.Nodari, Eunice SueliUniversidade Federal de Santa CatarinaLopes, Alfredo Ricardo Silva2015-09-22T04:07:51Z2015-09-22T04:07:51Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis348 p.| il., grafs., tabs.application/pdf334523https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/135116porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2016-03-07T19:01:05Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/135116Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732016-03-07T19:01:05Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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