Jovens em devir: invenção de novas possibilidades de vida para além da institucionalização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruz, Fernanda Guimarães
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/129169
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2014.
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spelling Jovens em devir: invenção de novas possibilidades de vida para além da institucionalizaçãoAntropologiaAntropologia socialJovensAspectos antropológicosAssistencia socialDevir (Filosofia)Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2014.A presente tese tem como temática a desinstitucionalização de jovens "egressas" de serviços de acolhimento institucional (abrigo e casa-lar), habitantes de Santa Catarina (Palhoça e Florianópolis) e Rio Grande do Sul (Porto Alegre). Para tanto, a desinstitucionalização é tomada como um processo amplo e complexo que implica mudanças, não só de lugar (desacolhimento), mas de estado, em especial em termos daquilo que as jovens podem vir a ser (devir), e também como contexto privilegiado para a emergência da dimensão vivencial dos sujeitos. Partindo dessa temática mais geral, a pesquisa buscou investigar as maneiras pelas quais estas jovens inventam/criam novas possibilidades de vida, a partir de condições que a princípio reforçariam sua vulnerabilidade e falta de potência, e também aquilo que elas podem vir a ser (devir) para além da institucionalização. A etnografia, realizada junto a oito jovens "egressas" de serviços de acolhimento (Isabelle, Nicole, Virgínia, Estella, Nina, Clarissa, Alice, Olívia), permitiu destacar fundamentalmente três modos pelos quais as jovens inventam/criam novas possibilidades de vida. Uma primeira via para a invenção estaria na prática de "circulação de crianças", a qual, ao invés de ser uma iniciativa da família ou mesmo do Estado, teve início pela ação das próprias jovens que, durante a infância, se desvencilharam, através da fuga, de diferentes situações de maus-tratos e exploração. A segunda está relacionada às maneiras pelas quais as jovens vivenciam a experiência da maternidade e de cuidado com os filhos, tendo em vista a relação que estabelecem com as políticas públicas assistenciais, com as novas tecnologias reprodutivas, com os seus companheiros e o trabalho, etc. E a terceira refere-se a uma espécie de "virada no jogo das relações de parentesco", em especial , quanto às relações que as jovens estabeleciam com os parentes (principalmente mãe, pai e irmãos) previamente ao acolhimento institucional. A análise dos modos de vida dessas jovens permitiu observar que estes têm como característica uma "espécie de improvisação contínua" que, ao contrário de revelar uma postura simplesmente reativa (marcada pela busca da sobrevivência) diante das adversidades, está relacionada àquilo que elas souberam criar, ou seja, à descoberta do que gostam e sabem fazer. Para contemplar essa diversidade de experiências, foi preciso conduzir a análise e a própria escrita etnográfica tendo em vista o desafio de compreender o sujeito de uma maneira que não estamos acostumados a ver. Ou seja, a improvisação contínua foi revelando não um sujeito acabado ou precário, mas sim configurações de sujeito que vão sendo constituídas contingencialmente e que apontam para novas possibilidades de devir.<br>Abstract : The present thesis dwells upon the deinstitutionalizat ion of young women from foster care services in the states, habitants of Santa Catarina (Palhoça and Florianopolis) and Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Brazil. Deinstitutionalizat ion is understood as a broad and complex process which involves changes, not only from one place to another (since they leave the institution), but also as a change in their state of being, especially when we consider what these young women could become (becoming). Likewise, deinstitutionalizat ion is understood as a fruitful context for the emergence of the experiential dimension of the subjects. Taking this general theme as a starting point, the research seeks to investigate the ways through which these young women invent/create new life possibilit ies based on conditions which, at first could reinforce their vulnerability and lack of potency, and it also explores what they could become beyond the boundaries of their institutionalizat ion. The ethnography, which took place with eight young women (Isabelle, Nicole, Virgínia, Estella, Nina, Clarissa, Alice, Olívia) who had been through the foster care system, enabled me to highlight three ways where they invent/create new life possibilit ies. The first path to invent ion can be found in the "children circulation" practice, a practice that, instead of being an init iat ive of the family or even the state, was an init iat ive of the young women themselves, who, during their childhood, ran away leaving behind different situations of abuse and exploitat ion. The second, is related to the way they experience motherhood and caring for their children. Here the idea is to think about these experiences in relation to the relat ionships they establish with welfare policies, with the new reproductive technologies, with their partners, with work, etc. The third path to invention deals with what one could describe as a ?turning tables on kinship?, notably reggarding the relat ionships they had with their kin (mainly mother, father, brothers and sisters) before their institutionalizat ion. The analyses of the ways of life of these young women, allowed me to observe that these ways of life have, as a prime characteristic, something like a "continuous improvisat ion". However, contrary to common belief, this "continuous improvisat ion" does not only mean a reactive attitude (given by a survival drive when faced with hardship), but it is related to what they knew and wanted to create. In other words, it is linked to their process of finding out what they knew and wished to do. In order to be able to contemplate the diversity of experiences it was necessary to build the analyses, and even the ethnographic text, taking into consideration the challenge of understanding the subject in a way not familiar to us. Thus, the notion of continuous improvisation helped to unfold not a final or precarious subject, but configurations of subjects, which are being constituted contingently and that signal to new possibilit ies of becoming.Maluf, Sônia WeidnerUniversidade Federal de Santa CatarinaCruz, Fernanda Guimarães2015-02-05T20:46:31Z2015-02-05T20:46:31Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf327211https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/129169porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2015-02-05T20:46:31Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/129169Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732015-02-05T20:46:31Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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