Representações sociais da violência para pessoas em situação de rua
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/199003 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2019 |
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Representações sociais da violência para pessoas em situação de ruaPsicologiaRepresentações sociaisPessoas desabrigadasViolênciaDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2019A violência é um fenômeno complexo e multifacetado, vivenciado constantemente por pessoas em situação de rua de diversas formas, como violência física, sexual, simbólica, estrutural e institucional; e por diversos autores, como o Estado, o aparato policial, a sociedade civil e outras pessoas em situação de rua. A população em situação de rua é vista a partir de representações pejorativas, as quais legitimam as relações de poder e as diversas violências praticadas. Com isso, essa dissertação objetiva identificar as representações sociais da violência para pessoas em situação de rua. Utilizou-se como embasamento teórico, a Teoria das Representações Sociais, na interface com a Teoria da Atribuição de Causalidade e a Teoria Motivacional do Coping, além de articulá-las com as pesquisas científicas sobre população em situação de rua e violência. Para compreender a temática, buscou-se responder aos objetivos por meio de uma abordagem multi-métodos, de natureza exploratória e descritiva e de corte transversal. O estudo consistiu em entrevistas semiestruturadas realizadas com 91 pessoas em situação de rua, com mais de 18 anos e que possuíam no mínimo um mês de permanência nas ruas da Grande Florianópolis/SC. O instrumento foi elaborado pela pesquisadora e abarcou questões envolvendo as representações sociais da violência, os aspectos influenciadores, as estratégias de enfrentamento utilizadas frente a esse estressor e questões sociodemográficas. A análise de dados envolveu Classificação Hierárquica Descendente, com o auxílio do software IRaMuTeQ, análise categorial temática, análise descritiva (média, desvio-padrão e frequência) e correlacional (correlação de Spearman), realizada com auxílio do software PSPP. Os resultados, apresentados na forma de artigos, indicaram aspectos representacionais relacionados a definições da violência em si, da violência em situação de rua, das explicações sociais, aspectos influenciadores, estratégias de enfrentamento, história de vida, da desumanização vivenciada, de ações violentas sofridas e praticadas nas ruas e a naturalização e banalização das violências. As narrativas contemplam histórias que abarcaram a complexidade da sobre (vivência) na rua e das violências neste contexto e as suas relações no cotidiano. Verificou-se que em geral, os participantes atribuíram a violência perpetuada pelo outro a causalidades internas e quando praticada por si próprio foram por motivos externos. Os fatores influenciadores da violência elencados pelos participantes foram de conteúdos já existentes na representação dominante, a qual individualiza práticas violentas. Em relação às estratégias de enfrentamento, os resultados apontaram para uma prevalência da utilização de estratégias mal adaptativas. Constatou-se também diferenciações entre falas de participantes do Movimento Nacional de População em Situação de Rua, e não participantes, havendo falas mais politizadas entre os que participavam. Para além, observou-se a violência como constitutiva da vida nas ruas, sendo esta forma de se relacionar parte de uma sociabilidade complexa que envolve regras, códigos e morais próprias. Assim, utilizar da mesma violência, na maioria das vezes física, torna-se uma estratégia de enfrentamento necessária muitas vezes para a sobrevivência. No entanto, constatou-se que essas práticas podem contribuir negativamente para a saúde mental desta população. Com isso, considera-se necessárias intervenções para que sejam reduzidos os danos associados às violências. Para isso, é relevante compreender este fenômeno integralmente em sua complexidade ao pensar em políticas públicas e práticas profissionais efetivas e humanizadas, levando em conta todo o contexto político, estrutural, histórico, cultural e relacional que estas pessoas vivenciam. Apesar de algumas limitações do estudo, considera-se que este pode contribuir para novas práticas e olhares sobre a temática. Por fim, sugere-se novos estudos sobre esta temática, para que se possa dar maior suporte empírico a esta pesquisa.Abstract: Violence is a complex and multifaceted phenomenon, constantly experienced by street people in various forms, such as physical, sexual, symbolic, structural and institutional violence; and by various authors, such as the State, the police apparatus, civil society and other homeless. The population in a street situation is seen from pejorative representations, which legitimize the power relations and the various violence practiced. With this, this dissertation aims to identify the social representations of violence for homeless. Theory of Social Representations was used as a theoretical basis, in the interface with the Theory of Causation Attribution and the Motivational Theory of Coping, as well as articulating them with scientific research on the population living in the street and violence. To understand the theme, we sought to respond to the objectives through a multi-method approach, exploratory and descriptive in nature and cross-cutting. The study consisted of semi-structured interviews with 91 street people, over 18 years of age and who had at least one month in the streets of Greater Florianópolis / SC. The instrument was elaborated by the researcher and covered issues involving the social representations of violence, the influencing aspects, the coping strategies used in relation to this stressor and sociodemographic issues. The data analysis involved a descending hierarchical classification, with the aid of the IRaMuTeQ software, a thematic categorical analysis, descriptive analysis (mean, standard deviation and frequency) and correlation (Spearman correlation) performed by PSPP software. The results, presented in the form of articles, indicated representational aspects related to definitions of violence itself, street violence, social explanations, influencing aspects, coping strategies, life history, dehumanization experienced, violent actions suffered and practiced on the streets and their naturalization and trivialization of violence. The narratives contemplate stories that covered the complexity of the envelope (experience) in the street and of the violence in this context and their relations in the daily life. It was found that in general, participants attributed the violence perpetuated by the other as an inmate, and when practiced on their own were for external reasons. The factors influencing the violence narrated by the participants were contents already existing in the dominant representation, which individualized violent practices. Regarding coping strategies, the results pointed to a prevalence of the use of maladaptive strategies. Differences were also observed between the statements of participants of the National Movement of Population in Street Situation, and non-participants, with \"more politicized\" statements among those who participated. In addition, violence was observed as constitutive of life on the streets and this way of relating part of a complex sociability that involves rules, codes and moral of its own. Thus, using the same violence, in most of the times physical, becomes a coping strategy often necessary for survival. However, it was found that these practices can contribute negatively to the mental health of this population. With this, interventions are considered necessary to reduce the damage associated with violence. For this, it is relevant to understand this phenomenon fully in its complexity when thinking about effective and humanized public policies and professional practices, taking into account the entire political, structural, historical, cultural and relational context that these people experience. Despite some limitations of the study, it is considered that this contributed to new practices and looks on the subject. Finally, new studies on this subject are suggested, so that more empirical support can be given to this research.Bousfield, Andréa Barbará da SilvaGiacomozzi, Andréia IsabelUniversidade Federal de Santa CatarinaSilva, Mariana Luíza Becker da2019-07-25T12:27:08Z2019-07-25T12:27:08Z2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis78 p.| il., tabs.application/pdf361779https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/199003porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-07-25T12:27:08Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/199003Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732019-07-25T12:27:08Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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