Do mal banal ao humor cáustico: uma proposta inestética para o "terror sagrado" de Frank Miller

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Quevedo, Murilo Ariel de Araújo
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/229313
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-graduação em Literatura, 2021.
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spelling Do mal banal ao humor cáustico: uma proposta inestética para o "terror sagrado" de Frank MillerLiteraturaHistórias em quadrinhosHumor na literaturaArte e literaturaEstéticaTerror na literaturaDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-graduação em Literatura, 2021.No Pequeno Manual de Inestética, Alain Badiou (2002) postula a existência de três esquemas estéticos, nos quais uma obra de arte poderia se encaixar. Didatismo, romantismo e classicismo são os três esquemas que, diante uma situação de saturação, indicavam a necessidade de uma quarta via, através de uma configuração artística. Dessa forma, Badiou propõe a criação de um novo esquema, chamado inestético, que viria a solucionar o problema. Publicado em 2011, o quadrinho de Frank Miller, Holy Terror: Terror Sagrado, adapta e reconta os eventos do 11 de Setembro de 2001. Todavia, impregnado pelo Americanismo, o quadrinho foi duramente criticado por sua postura xenofóbica. A obra retrata um herói estadunidense realizando sua própria ?cruzada contra o terror?, apagando as identidades dos terroristas, torturando-os e matando-os até chegar ao objetivo de salvar sua cidade. O maniqueísmo do quadrinho, o sentimento de ?nós contra eles? mostra uma intencionalidade catártica por trás da escrita. Além disso, o quadrinho tem a intenção clara de promover o ?modo de vida americano?, criticando o fundamentalismo islâmico. Considerando a catarse como uma característica do esquema estético clássico, conforme Badiou (2002), Holy Terror: Terror Sagrado parecia ser mais uma obra de arte pertencente a esse esquema. No entanto, uma releitura da obra não apenas possibilita a inserção do quadrinho em outro esquema, que não o clássico, como também indica uma configuração artística que abrange o quadrinho. Dessa forma, nos propomos a fazer uma leitura inestética da obra que permitisse considerar as características de ambos os esquemas estéticos que a contemplam: o clássico e o didático. Para fazê-lo, resgatamos os conceitos da banalidade do mal e do inimigo objetivo, de Hannah Arendt (1979; 2012), e da teoria do humor e do riso, de Georges Minois (2003). Também nos debruçamos sobre os eventos do 11 de Setembro de 2001 para tentarmos compreender o embate entre o fundamentalismo islâmico e o estadunidense e as definições de jihad e americanismo. Após a análise da obra sobre essas lentes, foi possível averiguar que Holy Terror: Terror Sagrado transcende a intencionalidade do autor, criticando o extremismo de ambas as partes. Assim, inserido em sua configuração artística, Holy Terror: Terror Sagrado gera uma verdade-arte, a qual Badiou classifica como inestética.Abstract: In Handbook of Inaesthetics, Alain Badiou (2002) postulates the existence of three aesthetic schemata by which an artwork could be described. Didacticism, romanticism, and classicism are the three schemata which, when saturated, indicated the need for a fourth option of an artistic configuration. Thus, Badiou suggests the creation of a new scheme, called inaesthetics, to solve this problem. Published in 2011 by Frank Miller, the comic book Holy Terror adapts and retells the September 11th 2001 events. However, permeated by Americanism, the work was severely criticized due to its xenophobic tone. It portrays a hero from the United States of America fighting his own \"crusade against terror\", erasing the identities of terrorists and torturing and killing them in order to reach the goal of saving his city. The manicheism in the comic book, the sentiment of \"us against them\" reveals a cathartic intention behind the pages. In addition, Holy Terror clearly aims at promoting the \"American lifestyle\", criticizing Islamic fundamentalism. When considering catharsis as characteristic of the classic aesthetic scheme, according to Badiou (2002), the comic book seems to be one more artwork which fits in this scheme. Notwithstanding, a reinterpretation of the comic book creates the possibility of including it in another scheme but the classic one as well as shows an artistic configuration which embraces it. Therefore, we designed an inaesthetic approach for this comic book which allowed us to consider the characteristics from both aesthetic schemata it involves: the classic and the didactic ones. In order to do so, we revisited the concepts of banality of evil and of objective enemy, by Hannah Arendt (1979; 2012) and the theory of humor and laughter by Georges Minois (2003). We also explore the September 11th 2001 events for the purpose of understanding the conflict between Islamic and American fundamentalisms and the definitions of jihad and Americanism. After analyzing the comic book under these lenses, it was possible to verify that Holy Terror transcends the author's intention, criticizing the extremism of both parties. In conclusion, when inserted in its artistic configuration, Holy Terror produces an art-truth, which Badiou classifies as inaesthetic.Müller, Marcos JoséUniversidade Federal de Santa CatarinaQuevedo, Murilo Ariel de Araújo2021-10-14T19:32:04Z2021-10-14T19:32:04Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis108 p.| il.application/pdf373190https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/229313porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-10-14T19:32:04Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/229313Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-10-14T19:32:04Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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