Corpos despossuídos: vulnerabilidade em Judith Butler

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Demetri, Felipe Dutra
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193638
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2018.
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Colocando-se contra qualquer doutrina que sustente a materialidade corpórea como superfície de inscrição , para Butler é preciso tematizar a responsividade do corpo, situando-a na órbita de uma agência politicamente necessária. Tal intento levou a autora a teorizar a vulnerabilidade do sujeito enquanto categoria linguística, isto é, a abertura do sujeito aos regimes normativos que, paradoxalmente, permitem sua agência. Após os atentados de 11 de setembro, Butler volta a tematizar a vulnerabilidade, mas em termos sensivelmente diferentes. A invulnerabilidade projetada pelos Estados Unidos leva a filósofa à consideração da importância da vulnerabilidade do outro para repensar as categorias políticas e os regimes éticos. Nesse sentido, pensar em questões de luto e reconhecimento exemplificam, para a filósofa, a forma como determinadas vidas podem estar mais expostas ao perigo; mais vulnerabilizadas, portanto. Repensar a vulnerabilidade em termos de ética demanda reconhecer a precariedade da vida, isto é, sua característica de dependência fundamental e de exposição ao perigo. Isso leva a autora a questionar o modo como a ontologia considera o corpo, colocando-o como unidade discreta ou superfície de inscrição. Para Butler, é preciso de uma ontologia corpórea que considere essa dimensão de relacionalidade do corpo. Por último, a vulnerabilidade, para a filósofa, não se confunde com uma posição de passividade ou de exclusão: ao contrário, vulnerabilidade implica em resistência na medida em que corpos, ao exibirem essa vulnerabilidade, encenam uma resistência aos poderes instituídos, reconfigurando a gramática do reconhecimento. Argumenta-se, nesse sentido, que vulnerabilidade pode ser considerada como uma chave de leitura possível de sua obra.Abstract : The present work, titled Dispossessed Bodies: Vulnerability in Judith Butler, seeks to investigate the uses and modulations of the notion of vulnerability in the work of the North American philosopher Judith Butler. The author, in a first moment of her work, problematized the themes of sex, gender and corporeal materiality within the feminist thought. Butler pointed to the failure of feminist identity politics, suggesting another way of understanding gender in the form of what she called gender performativity, undermining the metaphysical division of sex / gender. Putting up against any doctrine that supports corporeal materiality as an "inscription surface," Butler argues that one must thematize the responsiveness of the body, placing it in the orbit of a politically necessary agency. Such an attempt led the author to theorize the subject's vulnerability as a linguistic category, that is, the subject's openness to the normative regimes that, paradoxically, allow their agency. After the September 11 attacks, Butler re-discussed the concept of vulnerability, but in noticeably different terms. The "invulnerability" projected by the United States leads the philosopher to consider the importance of the other's vulnerability to rethinking political categories and ethical regimes. In this sense, thinking about matters of mourning and recognition exemplifies, for the philosopher, the way in which certain lives may be more exposed to danger; and, therefore, more vulnerable. Rethinking vulnerability in terms of ethics demands the recognition of the precariousness of life, that is, its fundamental dependence and exposure to danger. This leads the author to question how the ontology considers the body by placing it as a discrete unit or as an inscription surface. For Butler, a new corporeal ontology that considers this dimension of relationality of the body is necessary. Finally, vulnerability, for the philosopher, must not be confused with a position of passivity or exclusion: on the contrary, vulnerability implies resistance insofar as bodies, in exhibiting this vulnerability, stage a resistance to the powers that be, reconfiguring the grammar of recognition. I argue, in this sense, that vulnerability may be read as a possible key to understand her work.167 p.porPsicologiaRelações de gêneroCorpos despossuídos: vulnerabilidade em Judith Butlerinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALPPSI0807-D.pdfPPSI0807-D.pdfapplication/pdf981165https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/193638/-1/PPSI0807-D.pdff1a1c5731519adae67b0190be5d1c835MD5-1123456789/1936382019-03-07 01:01:57.292oai:repositorio.ufsc.br:123456789/193638Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732019-03-07T04:01:57Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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