Florestas do antropoceno: tensões no contexto das mudanças climáticas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/175316 |
Resumo: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2016. |
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Florestas do antropoceno: tensões no contexto das mudanças climáticasCiências sociaisFlorestas tropicaisAspectos sociaisMudanças climáticasAspectos sociaisTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2016.Esta tese buscou analisar o papel das florestas tropicais no contexto das mudanças climáticas pela importância que assumem nessa conjuntura. Em boa medida, isso se deve à função que cumprem no armazenamento de gases de efeito estufa (GEE) que contribuem para as mudanças climáticas antropogênicas. Os cenários criados pelas medidas de proteção das florestas constituem o objeto central da pesquisa, a partir do qual se propôs aqui a noção de Florestas do Antropoceno. Esta ideia também se fundamenta no quadro abrangente em que a tese se inscreve, pois considera tanto os relacionamentos passados das florestas com as mudanças climáticas quanto as tendências futuras que essas possam vir a provocar caso se confirmem os graves prognósticos científicos sobre ao aumento da temperatura do planeta. No presente, os efeitos das mudanças climáticas se fazem sentir na ação dos agentes políticos e econômicos que pautam suas decisões no sentido de atenuar o impacto das ações humanas incidentes no clima. Isso é ilustrado pelo Acordo de Paris, celebrado em dezembro de 2015, numa decisão conjunta de governos de vários países, em que se firmou o compromisso de diminuir as emissões dos GEE. A preocupação com os desdobramentos da crise climática, cuja origem decorre do uso intensivo de combustíveis fósseis, a coloca como uma das grandes problemáticas contemporâneas com repercussões de várias ordens. Uma delas se refere ao debate envolvendo a criação de uma nova época geológica, chamada de Antropoceno, formulada em razão da magnitude da interferência humana sobre os diversos ciclos e fluxos naturais, dentre os quais, o clima. Esse debate constitui uma situação inédita na história e se apoia na premissa de que os destinos dos humanos estão entrelaçados aos rumos seguidos pela natureza. Por essa razão, afloram discussões se estaríamos (ou não) vivendo uma situação de fim do mundo. No entanto, a despeito das perspectivas sombrias presentes nessa discussão, há os que enxergam nos tempos que estão por vir a abertura para novas possibilidades. Essas se dariam pelo potencial de aplicação de inovações tecnológicas que permitiriam a expansão dos negócios e investimentos em novos setores econômicos. Os rendimentos viriam do reparo aos danos que a ação humana causa à natureza.É nesse panorama que as florestas tropicais estão inseridas uma vez que sua devastação, em todo o mundo, configura um duplo problema. Por um lado, eliminam um agente que metaboliza os GEE e, por outro, ao serem desmatadas, as florestas contribuem para a emissão desses gases (em especial, o gás carbônico) que é armazenado em sua biomassa. Isso é o que faz do Brasil um importante participante nas discussões internacionais sobre o combate às mudanças climáticas tanto pela extensão de florestas tropicais que possui, particularmente na Amazônia quanto pelas mudanças no uso da terra ocasionadas pelos elevados índices de desmatamento. Ainda que as emissões oriundas desse setor sejam menores do que as da queima de combustíveis fósseis, essas duas fontes de emissão se relacionam no que toca ao desenvolvimento de políticas para proteção das florestas tropicais em que há compensação financeira para o desmatamento evitado. Essas políticas se incluem nos chamados pagamentos por serviços ambientais, sendo REDD+ a principal delas. Para combater o desmatamento, essa política também pretende dar apoio (financeiro, inclusive) às populações tradicionais que vivem junto à floresta. Contudo, o histórico de ocupação da Amazônia conduzido pelo Estado brasileiro, tem trazido sérias consequências para essas populações por desconsiderarem as formas particulares como elas se relacionam com seus territórios e com a floresta. Essa tese procurou mostrar que essa herança constitui um desafio para a aplicação das novas políticas de proteção florestal na medida em que muitas das populações tradicionais que vivem junto à floresta tropical ainda não têm assegurados os direitos constitucionais que lhes foram atribuídos, principalmente a garantia do domínio sobre suas próprias terras.<br>Abstract : This thesis seeks to analyze the role of tropical forests in the context of climate change for the importance in this issue. To a large extent, this is due to the role that tropical forests assume in the storage of greenhouse gas (GHG) that contribute to anthropogenic climate change. The scenarios created by the forest protection measures are the central object of this research, from which it was proposed here the notion of Forests of the Anthropocene. This idea is also based on the broad framework in which the thesis is part because it considers both the past relationships of forests with climate change and the future trends that are likely to result if confirmed the serious scientific predictions about the increase in temperature of the planet. At present, the effects of climate change are felt in the actions of political and economic agents based on their decisions to mitigate the impact of human activities on climate changes. This is illustrated by the Paris Agreement, signed in December 2015, a joint decision of governments of various countries that entered into a commitment to reduce GHG emissions. Concern about the consequences of the climate crisis whose origin stems from the intensive use of fossil fuels, poses as one of the great contemporary issues with implications of various orders. One of them refers to the debate involving the creation of a new geological epoch called the Anthropocene, formulated due to the magnitude of human interference on the various natural cycles and flows, including the climate. This debate is an unprecedented situation in history and is based on the premise that human destinies are intertwined with the paths followed by nature. For this reason, discussions arise if we would be (or not) living the end of the world. However, despite the bleak prospects present in this discussion, there are those who see in the days to come the opening to new possibilities. These would be the potential application of technological innovations that enable business expansion and investments in new economic sectors. Profits will emerge as a result of the repairement of the damage that human activities cause to nature.It is in this view that tropical forests are inserted once their devastation worldwide, sets a double problem. On the one hand, eliminates an agent that metabolizes GHGs and, secondly, as they are devastated, forests contribute to the emission of greenhouse gases (especially carbon dioxide) that is stored in their biomass. This is what makes Brazil an important player in international discussions on combating climate change both the extent of tropical forests, particularly in the Amazon, and the changes in land use caused by the high rates of deforestation. Although emissions from this activity are lower than the emissions produced during the burning of fossil fuels, these two sources of emissions are related in relation to the development of policies for the protection of tropical forests where there is financial compensation for avoided deforestation. These policies include the so-called payments for environmental services and REDD + is the main one. To combat deforestation, this policy also intends to support (even financially) traditional communities living near the forest. However, the Amazon occupation history conducted by the Brazilian State has brought serious consequences for these populations by disregarding the particular ways in which they relate to their territories and with the forest. This thesis sought to show that this heritage is a challenge to the application of new forest protection policies to the extent that many of the traditional populations living near the tropical forest have not yet secured the constitutional rights assigned to them, especially the guarantee of control of their own lands.Nodari, Eunice SueliVernal, Javier IgnacioUniversidade Federal de Santa CatarinaSanson, Fábio Eduardo De Giusti2017-05-02T04:11:47Z2017-05-02T04:11:47Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis375 p.| il., grafs., tabs.application/pdf345416https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/175316porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-05-02T04:11:48Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/175316Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732017-05-02T04:11:48Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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