O paradoxo do mentiroso: argumentos contra o dialeteísmo
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/185553 |
Resumo: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2017. |
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O paradoxo do mentiroso: argumentos contra o dialeteísmoFilosofiaMentira e falsidadeParadoxosTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2017.O paradoxo do Mentiroso é caracterizado como um argumento que conduz à contradição, através de recursos intuitivos das línguas naturais. Dialeteístas como, Graham Priest, argumentam que nenhuma abordagem consistente para o Mentiroso pode ser bem-sucedida, sobretudo, por restringirem alguma característica intuitiva importante que leva ao paradoxo. Diferentemente das abordagens consistentes, no dialeteísmo os princípios que conduzem à contradição são conservados e, de acordo com os dialeteístas, a noção intuitiva de contradição é capturada (modelada). Diante disso, dialeteístas argumentam que a resposta mais natural para o Mentiroso é aceitar os paradoxos como fatos da vida. Desse modo, na perspectiva dialeteísta, o Mentiroso nos ensina que há contradições verdadeiras (dialeteias). Em tal perspectiva, a sentença do mentiroso resulta verdadeira e falsa (i.e., ela porta um excesso (glut) de valor de verdade). Assim, a abordagem dialeteísta se apresenta como uma resposta definitiva ao paradoxo do Mentiroso, tomando-o como um dos principais argumentos para defender que há contradições verdadeiras. Como o dialeteísmo é a visão de que algumas, mas não todas, contradições são verdadeiras, uma lógica subjacente é requerida para que a linguagem não trivialize na presença de contradições; i.e., a regra de explosão é rejeitada. Todavia, não é qualquer lógica paraconsistente que pode atender as exigências do dialeteísmo. Há um sentido intuitivo (pré-teórico), mas bastante claro, de contradição que a lógica deve atender. De acordo com Priest, tal sentido reside justamente na ?essência do Mentiroso? e funciona como uma espécie de guia para teorização de noções importantes, como contradição, negação e verdade. A Lógica do Paradoxo (LP) é colocada como a lógica capaz de representar a contradição do Mentiroso e de, portanto, capturar o sentido intuitivo de contradição sem trivialidade. Nesta tese vamos apresentar uma série de argumentos defendendo que esse desideratum dialeteísta não pode ocorrer. Especificamente, argumentaremos que lógicas paraconsistentes, como LP, não podem retratar contradição do Mentiroso sem trivialidade. Isso, por sua vez, acarretará sérias consequências não apenas para a noção formal de contradição, mas também para outras noções centrais no dialeteísmo, como as noções de negação e de verdade. Argumentaremos que o tratamento dialeteísta de tais conceitos é incoerente. Além disso, vamos argumentar que conceitos fundamentais na teoria dialeteísta, como os conceitos de dialeteia e excesso (glut) também carecem de sentido. Assim, ao contrário da propaganda dialeteísta, vamos defender que o dialeteísmo, como um todo, é uma visão incoerente. Vamos voltar o argumento dialeteísta contra si mesmo: enquanto o dialeteísta toma o Mentiroso como um dos principais argumentos para defender que há contradições verdadeiras; nos defendemos que o Mentiroso fornece uma série de argumentos que mostra que o dialeteísmo não pode funcionar.Abstract : The Liar Paradox is an argument that arrives at a contradiction employing the intuitive resources of natural languages. Dialetheists, like Graham Priest, argue that consistent approaches to Liar problem cannot be successful, mainly because they restrict some intuitive resources that lead us to the paradox. Unlike consistent approaches, in the dialetheist approach, principles that drive us to the contradiction are preserved and, according to dialetheits, the intuitive notion of contradiction is captured (modelled). Thus, dialetheists urge that the most natural answer to the Liar is to accept the paradoxes as facts of life. Hence, in the dialetheistic view, Liar paradox teaches us that there are true contradictions (dialetheias). In that view, the liar sentence comes out both true and false; it bears true-value gluts. So, dialetheism is presented as the definitive answer to the Liar paradox, taking such paradox as one of the main reasons to hold that there are true contradictions. Since dialetheism is the view that some contradictions are true, but not all of them, a paraconsistent logic is required in order to grant that contradictions do not imply everything; that is, the so-called explosion rule is rejected. However, it is not any paraconsistent logic that can meet the requirements of dialetheism. There is an intuitive (pre-theoretic) ? but quite clear ? sense of contradiction that the logic must capture. According to Priest, such sense lies precisely in the ?essence of the Liar? and it works as a kind of guide to theorizing other important notions, like contradiction, negation, and truth. The Logic of Paradox (LP) is put forward as the formalism able to represent the contradiction of the Liar and, therefore, to account for the intuitive sense of contradiction, without triviality. In this thesis, we shall present a number of arguments to hold that this dialetheist desideratum cannot be accomplished. In particular, we shall argue that paraconsistent logics, like LP, cannot account for the intended meaning of the contradiction of the Liar without triviality. This, in turn, will lead to serious consequences, not just to the formal notion of contradiction, but also to other central notions to dialetheism, like negation and truth. We shall argue that the dialetheist account of those concepts is incoherent. Moreover, we argue that fundamental concepts of dialetheism, like dialetheia and glut, make no sense as well. So, unlike the dialetheist advertisement, we shall defend that dialetheism, as a whole, is an incoherent view. We shall turn the dialetheist?s argument on it?s head: the dialetheist takes the Liar as one of the main arguments to hold that there are true contradictions; we hold that the Liar provides a range of good reasons for us to believe that dialetheism cannot work.Mortari, Cezar AugustoUniversidade Federal de Santa CatarinaMelo, Ederson Safra2018-04-13T19:34:32Z2018-04-13T19:34:32Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis220 p.| il.application/pdf352150https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/185553porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-04-13T19:34:33Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/185553Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732018-04-13T19:34:33Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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