Transtorno de estresse pós-traumático em crianças de seis a doze anos vítimas de violência familiar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Maiara Pereira
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/122578
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2013.
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spelling Universidade Federal de Santa CatarinaCunha, Maiara PereiraBorges, Lucienne Martins2014-08-06T17:06:14Z2014-08-06T17:06:14Z2013325195https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/122578Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2013.A criança em desenvolvimento está em constante interação com o ambiente e possui momentos de avanços, transições e regressões. No período de transição é possível que a criança seja exposta à situações de risco e, dependendo das suas características individuais e contextuais, desenvolva problemas de saúde mental, como por exemplo, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Esse transtorno é caracterizado pela Associação de Psiquiatria Americana como um quadro clínico pertencente à categoria dos transtornos de ansiedade em que há necessariamente exposição a um estressor traumático extremo. Um dos eventos estressores que pode ocasionar o TEPT é a violência familiar. Sendo assim, o presente estudo procurou investigar o TEPT em crianças de seis a 12 anos expostas à violência familiar, atendidas em um serviço de saúde mental do sul do Brasil. Para atingir os objetivos, utilizou-se a abordagem quanti-qualitativa com delineamento documental, transversal e exploratório. A fim de verificar a sintomatologia do TEPT, foi utilizada a entrevista clínica K-SADS-PL com os responsáveis e com as crianças, além de uma entrevista semiestruturada com os responsáveis. Os dados extraídos da pesquisa documental e da entrevista clínica K-SADS-PL foram organizados no Microsoft Excel. A análise descritiva foi realizada com o auxílio do programa Stata versão 12 e, para a análise dos dados provindos da entrevista semiestruturada, utilizou-se o software Atlas/Ti 5.0. Ao total participaram 20 sujeitos, 10 crianças entre seis e 12 anos de idade e 10 responsáveis. A média de idade das crianças foi de 8,7 anos e a queixa mais frequente, agressividade. Predominou a composição familiar composta e o tipo de violência que sobressaiu foi a psicológica. Das 10 crianças que fizeram parte da pesquisa, três apresentaram diagnóstico de TEPT e quatro demonstraram sintomas, porém não fecharam todos os critérios diagnósticos para o transtorno. O sintoma ?relembranças recorrentes, intrusivas e aflitivas do evento, incluindo imagens, pensamentos ou percepções?, do critério B ? revivência, apareceu em 50% dos casos no passado. Com os sintomas ?evita pensamentos, sentimentos ou conversas associadas ao trauma? e ?diminuído interesse ou participação em atividades importantes?, referentes ao critério C ? evitação persistente, 50% das crianças o apresentaram no passado. O sintoma ?hipervigilância?, do critério D ? excitabilidade aumentada, apareceu em 70% dos participantes no passado. Os eventos traumáticos mais frequentes vividos pelas crianças foram: abuso físico, testemunhar violência doméstica, receber notícias traumáticas e testemunhardesastres. Constatou-se na entrevista semiestruturada o traumático na percepção dos responsáveis enquanto perdas e violências às quais as crianças foram expostas. Os sintomas psíquicos, comportamentais e cognitivos manifestaram-se como decorrentes do evento traumático. Frente à situação, os responsáveis buscaram apoio em pessoas de referência. Conclui-se que é premente problematizar e pensar em estratégias de prevenção à violência, assim como pesquisar sobre violência e TEPT nos serviços de saúde mental.<br>Abstract : The developing child is constantly interacting with the environment and has moments of progress, transitions and regressions. In the transition period, it is possible that children are exposed to risk situations and, depending on their individual and contextual characteristics, they may develop mental health problems, such as Post-Traumatic Stress Disorder (PTSD). This disorder is characterized by the American Psychiatric Association as a clinical condition that belongs to the category of anxiety disorders in which there is necessarily an exposure to an extreme traumatic stressor. One of the stressful events that can cause PTSD is family violence. Therefore, the present study aimed to investigate PTSD in children from six to 12 years exposed to family violence, attending a mental health service in southern Brazil. To achieve the objectives, it was used a quantitative and qualitative approach with a documentary, transversal and exploratory design. In order to check the symptoms of PTSD, clinical interview K-SADS-PL was used with officials and with children, and a semistructured interview with the responsible.The data extracted from the documentary research and from the clinical interview K-SADS-PL were organized in the Microsoft Excel. The descriptive analysis was performed with the aid of Stata version 12 software and, for the analysis of data coming from the semi-structured interview, the Atlas/Ti 5.0 software was used. In total 20 subjects participated, 10 children between six and 12 years of age and 10 caregivers. The average age was 8.7 years and the most frequent complaint was aggressiveness. The family composition that predominated was blended and the type of violence that has surfaced was the psychological. Of the 10 children who participated in the survey, three were diagnosed with PTSD and four of them showed symptoms, but not closed all the diagnostic criteria for the disorder. The symptom ?recurrent and intrusive distressing recollections of the event, including images, thoughts, or perceptions?, of criterion B ? ?revival?, appeared in 50% of cases in the past. With the symptoms efforts to ?avoid thoughts, feelings, or conversations associated with the trauma? and ?diminished interest or participation in significant activities?, related to the criterion C - persistent avoidance, 50 % of the children presented them in the past. The symptom of ?hypervigilance?, of the criterion D - increased arousal, appeared in 70% of participants in the past. The most common traumatic events experienced by children were:physical abuse, witnessing domestic violence, receiving traumatic news and witnessing disasters. It was found in semi-structured interviews the traumatic in the perception of the caregivers as losses and violence to which children were exposed. The psychological, behavioral and cognitive symptoms manifested as a result from the traumatic event. In this situation, caregivers sought support in reference people. These findings suggest that it is urgent to question and think of strategies to prevent violence, as well as researching on PTSD and violence in mental health services.146 p.| il.porPsicologiaVítimas de violência familiarAspectos psicológicosCriançasDesenvolvimentoStress em criançasTranstornos de Estresse Pós-TraumáticosTranstorno de estresse pós-traumático em crianças de seis a doze anos vítimas de violência familiarinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINAL325195.pdfapplication/pdf3754945https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/122578/1/325195.pdf78b4ea461349b335caaedffa08995a05MD51123456789/1225782014-08-06 14:06:14.502oai:repositorio.ufsc.br:123456789/122578Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732014-08-06T17:06:14Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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