Estudo de marcas de modalidade no Guineense
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFSC |
Texto Completo: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/255000 |
Resumo: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Lingüística, Florianópolis, 2023. |
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Estudo de marcas de modalidade no GuineenseLinguísticaLógica deônticaEpistemologiaDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Lingüística, Florianópolis, 2023.Este estudo descreve e analisa, do ponto de vista sintático e semântico, a ocorrência do processo de marcação de modalidade no guineense: uma língua de base lexical portuguesa, que resultou de contato entre línguas não distintamente inteligíveis, falada na Guiné-Bissau e pela sua comunidade na diáspora. A modalidade está relacionada à forma como os falantes de uma determinada língua natural expressam estados de coisas possíveis e/ou necessárias, isto é, como estes, nas suas línguas, se dão conselhos, ordens ou permissões para a realização de eventos (KRATZER, 1991). Neste estudo, investigou-se o emprego dos verbos auxiliares pudi (poder), dibidi (dever) e ten ku (ter que) como indicadores de modalidade epistêmica e deôntica no guineense, assim como seus comportamentos em relação às categorias de tempo e aspecto. A escolha por este tema se justifica por haver poucos estudos sobre as categorias tempo, modo-modalidade e aspecto (TMA) em línguas crioulas (cf. Winford, 2018) e, sobretudo, por não haver publicações sobre a marcação de modalidade no guineense. Na realização deste estudo, testaram-se três metodologias distintas, a saber: (i) questionário de elicitação de modais epistêmicos e deônticos, com base no Modal Questionnaire for Cross-Linguistic Use (VANDER KLOK, 2014); (ii) técnicas de storyboards, inspiradas nas histórias desenvolvidas pelo TFS Working Group (2011); e (iii) narrativas orais, com base no proposto em Agostinho e Rech (2023). Os resultados obtidos, a partir de aplicação das referidas metodologias, mostram que falantes do guineense empregam os auxiliares modais pudi, dibidi e ten ku em contextos epistêmicos e deônticos. O modal pudi figura em contextos de modalidade epistêmica (de possibilidade) e deôntica (de permissão). O auxiliar dibidi ocorre, igualmente, em contextos de modalidade epistêmica (de possibilidade) e deôntica (de obrigação). Por fim, nossos dados indicam que o auxiliar modal ten ku ocorre tanto em contextos epistêmicos quanto deônticos, com força modal de necessidade. Em relação à ocorrência das partículas junto aos auxiliares modais, verificamos o emprego de bin junto a modais com orientação temporal futura, sugerindo ser esta uma marca indicadora de tempo futuro. Constatamos também que um item modal deôntico, com perspectiva temporal passada e orientação temporal futura, figura com a partícula ba, indicadora de tempo passado e aspecto imperfectivo. Já modais epistêmicos e deônticos com perspectiva e orientação temporal presente não ocorrem com partículas TMA, indicando que a forma modal não marcada se associa também ao tempo presente, além de figurar em contextos deônticos com perspectiva temporal passada e aspecto perfectivo. Nesses casos, o contexto passa a ser determinante para a especificação tempo-aspectual.Abstract: This study describes and analyses, from a syntactic and semantic point of view, the occurrence of the modality marking process in Guinean: a Portuguese lexical base language, which resulted from contact between distinctly intelligible languages, spoken in Guinea-Bissau and by its community in the diaspora. Modality is related to the way speakers of a given natural language express possible and/or necessary states of affairs, that is, how they, in their languages, give advice, orders or permissions to carry out events (Kratzer 1991). In this study, we investigated the use of the auxiliary verbs pudi (can), dibidi ( must) and ten ku (have to) as indicators of epistemic and deontic modality in Guinean, as well as their behavior in relation to tense and aspect categories. The choice for this theme is justified by the fact that there are few studies on tense, mode-modality and aspect (TMA) categories in Creole languages (cf. Winford, 2018) and, above all, because there are no publications on modality marking in Guinean. In carrying out this study, three different methodologies were tested, namely: (i) questionnaire for elicitation of epistemic and deontic modals, based on the Modal Questionnaire for Cross-Linguistic Use (VANDER KLOK 2014); (ii) storyboarding techniques, inspired by the stories developed by the TFS Working Group (2011); and (iii) oral narratives, based on what is proposed in Agostinho and Rech (2023). The results obtained from the application of these methodologies show that Guinean speakers use the modal auxiliaries pudi, dibidi and ten ku in epistemic and deontic contexts. The modal pudi figures in contexts of epistemic modality (of possibility) and deontic (of permission). The auxiliary dibidi also occurs in contexts of epistemic modality (of possibility) and deontic (of obligation). Finally, our data indicate that the modal auxiliary ten ku occurs both in epistemic and deontic contexts, with a modal force of necessity. Regarding the occurrence of particles together with modal auxiliaries, we verified that bin occurs with epistemic and deontic modals with future temporal orientation, indicating that bin is a future marker. We also verified that a deontic modal item, with past temporal perspective and future temporal orientation, appears with the particle ba, indicator of past tense and imperfective aspect. Epistemic and deontic modals with present temporal perspective and orientation do not occur with TMA particles, indicating that the unmarked modal form is also associated with the present tense, in addition to appearing in deontic contexts with past temporal perspective and perfective aspect. In these cases, the context becomes determinant for the time-aspectual specification.Rech, Núbia Saraiva FerreiraAgostinho, Ana Lívia dos SantosUniversidade Federal de Santa CatarinaInlaté, Lucas Gonçalves2024-04-20T23:23:08Z2024-04-20T23:23:08Z2023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis142 p.| tabs.application/pdf386774https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/255000porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-04-20T23:23:08Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/255000Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732024-04-20T23:23:08Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false |
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