Pertença profissional, trabalho e sindicalização dos professores: mediações e contradições nos movimentos do capital

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Amaral, Cláudia Letícia de Castro do
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Manancial - Repositório Digital da UFSM
dARK ID: ark:/26339/0013000001zq3
Texto Completo: http://repositorio.ufsm.br/handle/1/3508
Resumo: Este estudo integra-se às pesquisas desenvolvidas pelo Kairós Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Educação e Políticas Públicas, no âmbito da UFSM/SM/RS. O objetivo geral foi analisar o modo como os professores sindicalizados do Colégio Politécnico da UFSM elaboram discursos sobre a pertença profissional, considerando as mediações de seu trabalho e sindicalização e as contradições da totalidade capitalista. O processo de produção de dados aconteceu através da realização de quatro grupos focais, organizados sob o critério de década de ingresso como professor(a) no Colégio Politécnico: décadas de 1970, 1990, 2000 e 2010; já que não há professores sindicalizados ingressantes em 1980. Após a realização desses grupos focais, os dados foram transcritos e analisados, considerando as categorias do método marxista historicidade, mediação, contradição, totalidade e práxis. O passo seguinte foi a socialização das análises em Grupo de Interlocução que contou com dez sujeitos das diferentes décadas. A técnica revelou seu caráter dialético ao evidenciar o movimento de sentidos da subjetividade dos sujeitos em si e entre si, como professores, profissionais, trabalhadores, sindicalizados; com a historicidade do Colégio Politécnico como local de trabalho e, este como espaço de entrecruzamento de políticas, revelando sua relação com a totalidade. As diferentes formas de flexibilização do trabalho indicam o fim da sociedade do emprego, estável com garantias; e apontam para era da empregabilidade, na ótica empreendedora de cada um por si reforçando aspectos individualistas. O quadro ilegitima a perspectiva ideológica dos sujeitos e, particularmente, dos sindicatos; em privilégio de uma concepção pragmática e conjuntural. Porém, apesar de predominarem motivos instrumentais (FERREIRA, 2007b) para sindicalização, também foram observados sentidos solidários (FERREIRA, 2007b) que relacionam o sindicato ao coletivo e contribuem na elaboração social da pertença profissional dos professores. Igualmente quanto ao trabalho dos professores, observaram-se sentidos pragmáticos, mercadológicos, individualistas; mas também consenso sobre a centralidade do conhecimento e dos estudantes. Para que essa concepção avance no entendimento do trabalho como práxis, pedagógica e política, há a necessidade de formação voltada para objetivos elaborados coletivamente e consubstanciados em um projeto pedagógico comum. Defende-se a tese de que a pertença profissional dos professores é elaborada a partir de seus processos de trabalho e sindicalização e se constitui como práxis político-pedagógica na medida em que esses estabelecem relações dialéticas entre teoria e prática; individual e coletivo.
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