Uso de álcool entre adolescentes em vulnerabilidade social: subsídios para programas preventivos.

• Autor(a) principal: Dos Santos, Elaine Lucas [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6313979; https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52912
• topic: Uso de álcool; Adolescentes; Prevenção; Ambiente educacional; Vulnerabilidade; Use of alcohol; Adolescents; Prevention; Educational environment; Vulnerability

O uso do álcool na adolescência é um problema que se destaca como prioridade em saúde pública, levando à criação de iniciativas preventivas em todo o mundo. Existe uma carência de intervenções baseadas em evidências científicas desenvolvidas para o contexto brasileiro. A fim de levantar subsídios para o desenvolvimento de futuras intervenções preventivas para adolescentes em vulnerabilidade social, o objetivo deste trabalho foi investigar as crenças e expectativas relacionadas ao uso de álcool na adolescência nas perspectivas de adolescentes, mães, educadores e especialistas na área de substâncias. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo que utilizou a técnica de grupos focais (GF) e entrevistas individuais. Participaram 153 adolescentes e 33 educadores de Centros da Juventude (CJ) e Escolas Públicas da cidade de São Paulo, 8 mães e 8 especialistas na área de uso de substâncias. Os dados foram gravados, transcritos, submetidos à análise de conteúdo e reportados com base nas diretrizes do COREQ (COnsolidated criteria for REporting Qualitative research). Resultados e discussão: Os adolescentes relataram diversos comportamentos de risco associados ao uso de álcool, com destaque para questões relacionadas ao gênero e violência, que são potencializadas por fatores contextuais que envolvem os Pancadões, principais cenários de uso de álcool por adolescentes na periferia de São Paulo. Com relação às formas de lidar com as questões ligadas ao uso de bebidas alcoólicas na adolescência, foram observadas diferenças de expectativas relacionadas à prevenção. Enquanto entre pais e educadores predominam expectativas de amedrontar e controlar o comportamento dos adolescentes, estes referem expectativa de desenvolver crítica e autonomia responsável. A percepção dos adolescentes se mostrou mais alinhada com a visão dos especialistas e da literatura científica. Considerações finais: Os resultados demonstram divergências de expectativas que podem estar representando obstáculos nos processos de prevenção aos riscos relacionados ao consumo de álcool. Tais dados evidenciam a necessidade de desenvolvimento de intervenções que contemplem e diminuam as diferenças nas concepções de adolescentes e, pais e educadores.