Comunicação de más notícias no centro de terapia intensiva: inquérito com médicos de hospitais de grande porte na cidade de são paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gibello, Juliana [UNIFESP]
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6875731
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52641
Resumo: Cuidar de pacientes graves e conversar com familiares sobre situações e decisões difíceis é uma prática rotineira dos médicos em Centros de Terapia Intensiva (CTI). A comunicação de más notícias, neste contexto, é considerada uma das tarefas mais difíceis para os médicos, que podem não ter tido formação adequada ou treinamento suficiente para desenvolver tal habilidade. Objetivo: Neste sentido, este estudo teve por objetivo avaliar a percepção dos médicos intensivistas sobre o processo de comunicação de más notícias para pacientes e familiares no Centro de Terapia Intensiva, identificando o grau de conforto e segurança auto referido e quais possíveis fatores podem facilitar ou dificultar tal processo. Métodos: Foi realizado um inquérito através de um questionário autoaplicável com médicos intensivistas e residentes em terapia intensiva de três hospitais de grande porte na cidade de São Paulo: Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital São Paulo – UNIFESP e Hospital Municipal Vila Santa Catarina (SBIAE). Resultados: Como resultado encontrado, os 103 médicos intensivistas que participaram (taxa de resposta 72,5%) referem que não tiveram em sua formação treinamentos ou cursos para desenvolver habilidades de comunicação, embora afirmem que seja uma prática frequente. Conclusões: Foram identificados como fatores facilitadores do processo de Comunicação de Más Notícias, o paciente possuir suporte emocional da família, paciente e familiares possuírem um vínculo de confiança com o médico e o paciente desejar participar das decisões sobre seu próprio tratamento. Além disso, os fatores complicadores e que dificultam o processo de comunicação foram: informar sobre mau prognóstico, falta de habilidade na comunicação (considerando que tiveram pouco treinamento sobre o tema), falta de familiares durante a internação ou, de presença de numerosos membros da família, persistência de medos e receios dos próprios médicos, as possíveis reações emocionais consequentes à comunicação, informações conflitantes e divergentes sendo comunicadas por vários médicos. Os médicos também relataram que discutir retirada de tratamento de suporte à vida é mais difícil do que conversar sobre iniciálos. Outro ponto referido pelos intensivistas foi sentir mais confortáveis quando as decisões sobre tratamento acontecem em conjunto entre paciente, família e médico, o que mostra uma possível mudança no posicionamento paternalista aprendido em sua formação para o de decisão compartilhada. Além disso, acreditam que Cuidados Paliativos no Centro de Terapia Intensiva tem impacto em seu futuro como médico.
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Objetivo: Neste sentido, este estudo teve por objetivo avaliar a percepção dos médicos intensivistas sobre o processo de comunicação de más notícias para pacientes e familiares no Centro de Terapia Intensiva, identificando o grau de conforto e segurança auto referido e quais possíveis fatores podem facilitar ou dificultar tal processo. Métodos: Foi realizado um inquérito através de um questionário autoaplicável com médicos intensivistas e residentes em terapia intensiva de três hospitais de grande porte na cidade de São Paulo: Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital São Paulo – UNIFESP e Hospital Municipal Vila Santa Catarina (SBIAE). Resultados: Como resultado encontrado, os 103 médicos intensivistas que participaram (taxa de resposta 72,5%) referem que não tiveram em sua formação treinamentos ou cursos para desenvolver habilidades de comunicação, embora afirmem que seja uma prática frequente. Conclusões: Foram identificados como fatores facilitadores do processo de Comunicação de Más Notícias, o paciente possuir suporte emocional da família, paciente e familiares possuírem um vínculo de confiança com o médico e o paciente desejar participar das decisões sobre seu próprio tratamento. Além disso, os fatores complicadores e que dificultam o processo de comunicação foram: informar sobre mau prognóstico, falta de habilidade na comunicação (considerando que tiveram pouco treinamento sobre o tema), falta de familiares durante a internação ou, de presença de numerosos membros da família, persistência de medos e receios dos próprios médicos, as possíveis reações emocionais consequentes à comunicação, informações conflitantes e divergentes sendo comunicadas por vários médicos. Os médicos também relataram que discutir retirada de tratamento de suporte à vida é mais difícil do que conversar sobre iniciálos. Outro ponto referido pelos intensivistas foi sentir mais confortáveis quando as decisões sobre tratamento acontecem em conjunto entre paciente, família e médico, o que mostra uma possível mudança no posicionamento paternalista aprendido em sua formação para o de decisão compartilhada. Além disso, acreditam que Cuidados Paliativos no Centro de Terapia Intensiva tem impacto em seu futuro como médico.Caring for seriously ill patients and talking to family members about difficult situations and decisions is routine practice for physicians at Intensive Care Units (ICUs). Communicating bad news in this context is considered one of the most difficult tasks for physicians who may not have had sufficient training to develop such skills. Objective: The objective of this study was to evaluate the perception of ICU physicians about the process of communicating bad news for patients and their families, identifying the degree of selfreported comfort and confidence and what factors may facilitate or hinder such process. Methods: A survey was conducted through a selfadministered questionnaire with ICU physicians and residents of three tertiary hospitals in the city of São Paulo: Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital São Paulo UNIFESP and Hospital Municipal Vila Santa Catarina (SBIAE). Results: The 103 ICU physicians who participated (response rate 72.5%) reported that they did not have training or courses to develop communication skills, although they affirm that it is a frequent practice. Conclusions: Facilitators of the process of communication of bad news were: emotional support from the family, patient and family trusting the doctor and patient’s wishes to participate in the decisions. Hindering factors identified were:: discussions on poor prognosis, lack of communication skills (considering that they had little training on the subject), lack of family members (or presence of numerous members) during hospitalization, , fears of the doctors themselves, the possible emotional reactions consequent to the communication, and conflicting and divergent information being communicated by several doctors at the same admission. Doctors also reported that discussing withdrawal from lifesustaining treatment is more difficult than talking about initiating them. Another point mentioned by the intensivists was to feel more comfortable when treatment decisions happen together with patient, family, and doctor, which shows a possible change in the paternalistic positioning learned in their formation to that of a shared decision making setup. In addition, they believe that Palliative Care at the Intensive Care Unit has an impact on their future as a physician.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2018)porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Comunicação em saúdeTomada de decisãoRevelação da verdadeRelações médico-pacienteCuidados críticosHealth communicationDecision makingTruth disclosurePhysician-patient relationsCritical careComunicação de más notícias no centro de terapia intensiva: inquérito com médicos de hospitais de grande porte na cidade de são pauloCommunicating bad news in the intensive care unit: survey with physicians of tertiary hospitals in São Paulo, Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisMestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPSão Paulo, Escola Paulista de MedicinaPsiquiatria e Psicologia MédicaCiências da SaúdeModalidades de Assistência Psicológica e PsiquiátricaORIGINALJuliana Gibello - A.pdfJuliana Gibello - A.pdfDissertação de mestradoapplication/pdf1046902${dspace.ui.url}/bitstream/11600/52641/1/Juliana%20Gibello%20-%20A.pdf1c441640514b571b8baf12d2e00b9246MD51open access11600/526412023-08-17 10:48:13.114open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/52641Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-08-17T13:48:13Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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