Criptococose em pacientes submetidos a transplante renal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23503 |
Resumo: | Introdução: A criptococose e a terceira causa de infeccao fungica invasiva nos pacientes submetidos a transplante renal, apresentando alta mortalidade. Objetivo: Descrever as caracteristicas epidemiologicas, clinicas e diagnostica, assim como os fatores prognosticos e o impacto da anfotericina B sobre a funcao do enxerto da criptococose em pacientes submetidos a transplante renal. Metodos: Foi utilizada ficha clinica padrao, com mais de 250 variaveis, para avaliar todos os casos de criptococose acompanhados nos hospitais do complexo UNIFESP/EPM durante o periodo de janeiro de 1995 a janeiro de 2007. Resultados: Um total de 40 casos de criptococose foi identificado entre 4.727 transplantes renais, sendo 67,5 por cento do genero masculino. Desses, 37,5 por cento apresentaram rejeicao do enxerto previa a micose e 30 por cento dos casos eram portadores de hepatite C. A criptococose ocorreu com media de 4,5 anos apos o transplante renal, sendo que em 77,5 por cento dos casos ocorreu apos um ano do transplante. O antigeno criptococico teve alta sensibilidade, mas, correlacao limitada com a evolucao clinica frente ao tratamento. Os comprometimentos mais frequentes foram: do sistema nervoso central (75 por cento), pulmonar (30 por cento), cutaneo (30 por cento) e doenca disseminada (40 por cento). Dos 40 pacientes, 97,5 por cento foram tratados, sendo a anfotericina B utilizada em 89,7 por cento dos casos. A diminuicao da imunossupressao durante o tratamento foi realizado em 57,9 por cento dos casos. Apenas 41,4 por cento apresentaram resposta terapeutica favoravel em duas semanas. A mortalidade de 90 dias ocorreu em 29,4 por cento dos individuos, sendo maior no comprometimento disseminado. Os fatores prognosticos encontrados foram: sonolencia na admissao; hipoglicorraquia e tinta da China positiva no liquor inicial e resposta desfavoravel ao tratamento com duas semanas. A anfotericina B desoxicolato causou nefrotoxicidade em 97,1 por cento dos casos, sendo grave em 45,5 por cento. Observou-se a perda do enxerto em 12,1 por cento dos pacientes que utilizaram essa medicacao. A perda do enxerto em 30 dias foi significantemente mais frequente nos pacientes com idade superior a 50 anos; nos com creatinina basal ou do diagnostico elevada e nos pacientes que apresentavam causas adicionais para a nefrotoxicidade. Conclusoes: A criptococose se mantem como uma complicacao importante nos pacientes submetidos a transplante renal, com uma apresentacao tardia no periodo pos-transplante e alta mortalidade. A anfotericina B desoxicolato mostrou alta nefrotoxicidade nessa populacao, associada a significante taxa de perda do enxerto |
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Ponzio, Vinicius [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Colombo, Arnaldo Lopes [UNIFESP]2015-12-06T23:47:01Z2015-12-06T23:47:01Z2007PONZIO, Vinicius. Criptococose em pacientes submetidos a transplante renal. 2007. 116 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2007.http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23503epm-710230849306.pdfPublico-23503.pdfIntrodução: A criptococose e a terceira causa de infeccao fungica invasiva nos pacientes submetidos a transplante renal, apresentando alta mortalidade. Objetivo: Descrever as caracteristicas epidemiologicas, clinicas e diagnostica, assim como os fatores prognosticos e o impacto da anfotericina B sobre a funcao do enxerto da criptococose em pacientes submetidos a transplante renal. Metodos: Foi utilizada ficha clinica padrao, com mais de 250 variaveis, para avaliar todos os casos de criptococose acompanhados nos hospitais do complexo UNIFESP/EPM durante o periodo de janeiro de 1995 a janeiro de 2007. Resultados: Um total de 40 casos de criptococose foi identificado entre 4.727 transplantes renais, sendo 67,5 por cento do genero masculino. Desses, 37,5 por cento apresentaram rejeicao do enxerto previa a micose e 30 por cento dos casos eram portadores de hepatite C. A criptococose ocorreu com media de 4,5 anos apos o transplante renal, sendo que em 77,5 por cento dos casos ocorreu apos um ano do transplante. O antigeno criptococico teve alta sensibilidade, mas, correlacao limitada com a evolucao clinica frente ao tratamento. Os comprometimentos mais frequentes foram: do sistema nervoso central (75 por cento), pulmonar (30 por cento), cutaneo (30 por cento) e doenca disseminada (40 por cento). Dos 40 pacientes, 97,5 por cento foram tratados, sendo a anfotericina B utilizada em 89,7 por cento dos casos. A diminuicao da imunossupressao durante o tratamento foi realizado em 57,9 por cento dos casos. Apenas 41,4 por cento apresentaram resposta terapeutica favoravel em duas semanas. A mortalidade de 90 dias ocorreu em 29,4 por cento dos individuos, sendo maior no comprometimento disseminado. Os fatores prognosticos encontrados foram: sonolencia na admissao; hipoglicorraquia e tinta da China positiva no liquor inicial e resposta desfavoravel ao tratamento com duas semanas. A anfotericina B desoxicolato causou nefrotoxicidade em 97,1 por cento dos casos, sendo grave em 45,5 por cento. Observou-se a perda do enxerto em 12,1 por cento dos pacientes que utilizaram essa medicacao. A perda do enxerto em 30 dias foi significantemente mais frequente nos pacientes com idade superior a 50 anos; nos com creatinina basal ou do diagnostico elevada e nos pacientes que apresentavam causas adicionais para a nefrotoxicidade. Conclusoes: A criptococose se mantem como uma complicacao importante nos pacientes submetidos a transplante renal, com uma apresentacao tardia no periodo pos-transplante e alta mortalidade. A anfotericina B desoxicolato mostrou alta nefrotoxicidade nessa populacao, associada a significante taxa de perda do enxertoIntroduction: Cryptococcosis, which is the third cause of invasive fungal infections in renal transplant recipients, is an important life-threatening opportunistic infection. Objective: Describe the epidemiological, clinical and diagnostic features of cryptococcosis in renal transplant recipients, as well as the outcome, predictors of mortality and the amphotericin B impact on renal graft function. Methods: Cases of cryptococcosis among renal transplant recipients were identified in UNIFESP/EPM hospitals from January 1995 through January 2007. Results: Forty renal transplant recipients were diagnosed with cryptococcosis among 4,727 consecutive transplant recipients, being 67.5% male. 37.5% out of 40 patients had graft rejection preceding the infection and 30% had hepatitis C. Cryptococcosis occurred a mean of 4.5 years after transplantation; 77,5% of the infections developed more than 1 year after transplantation. The cryptococcal antigen had a high sensibility, although a limited clinical correlation during treatment. Cryptococcus neoformans was isolated in 22 patients and in 1 patient, Cryptococcus gattii infection was documented. Central nervous system involvement occurred in 75% of the cases, pulmonary and cutaneous involvement in 30% each and disseminated infection was observed in 40% of the patients. Regarding treatment, 97.5% of cases received antifungal therapy, whose primary therapy comprised amphotericin B in 89.7%. Primary Immunosuppression was reduced in 57.9% of cases during the infection and the outcome was favorable in 41.4% within 2 weeks. Mortality rate at 90 days was 29.4% and it was higher in disseminated cryptococcosis. Drowsiness on admission; low glucose and positive India ink in the initial cerebrospinal fluid and unfavorable outcome within 2 weeks were a significant predictor of death in these patients. In 45.5% of cases, the baseline serum creatinine level increased more than 50% during amphotericin B therapy and 12.1% had graft loss. The graft loss within 30 days was significantly more likely to occur in patient older than 50; in those with higher baseline and diagnostic serum creatinine levels and in patients who had an additional factor for nephrotoxicity. Conclusion: Cryptococcosis remains a relevant late-onset complication in renal transplant recipients, which describes high mortality rate. Amphotericin B deoxycholate had a negative influence on graft function, with a significant high graft loss rate.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).BV UNIFESP: Teses e dissertações116 f.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)CriptococoseTransplante de RimCryptococcus neoformansMicosesCriptococose em pacientes submetidos a transplante renalCryptococcosis in renal transplant recipientsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPEscola Paulista de Medicina (EPM)Infectologia - EPMORIGINALPublico-23503.pdfPublico-23503.pdfapplication/pdf632781${dspace.ui.url}/bitstream/11600/23503/1/Publico-23503.pdf2647c09431f37d64c959f068fea9bac9MD51open accessTEXTPublico-23503.pdf.txtPublico-23503.pdf.txtExtracted texttext/plain198347${dspace.ui.url}/bitstream/11600/23503/3/Publico-23503.pdf.txt511075c59327d889ddd0b6aa9c9b9c61MD53open accessTHUMBNAILPublico-23503.pdf.jpgPublico-23503.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3996${dspace.ui.url}/bitstream/11600/23503/5/Publico-23503.pdf.jpg6a0d97f44633b739f8e0367068eb5cebMD55open access11600/235032022-07-29 19:33:20.017open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/23503Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652022-07-29T22:33:20Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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