Reatividade cerebrovascular ao dióxido de carbono em mulheres com hipertensão arterial pulmonar e controles saudáveis: implicações nos distúrbios respiratórios do sono e na resposta ventilatória

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Treptow, Erika Cristine [UNIFESP]
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23113
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=915938
Resumo: Fundamentação: O dióxido de carbono (CO2) tem relevância crucial no controle ventilatório já que alterações nas suas pressões parciais influenciam o grau de estimulação dos quimiorreceptores - particularmente os centrais - e o tônus vascular cerebral. A hipertensão arterial pulmonar (HAP) caracteriza-se por hiperventilação alveolar e consequente hipocapnia, tanto no repouso quanto no exercício. A hipocapnia crônica tem o potencial de instabilizar o controle ventilatório via embotamento da reatividade cerebrovascular ao CO2 (RCVCO2). Neste contexto, o comprometimento da capacidade vasodilatadora permitiria excessiva estimulação ventilatória na hipercapnia e a vasoconstrição deficiente levaria a insuficiente estimulação ventilatória na hipocapnia. Tais anormalidades tendem a ser particularmente importantes quando as influências humorais tem papel preponderante no controle ventilatório, e.g., no sono e no exercício. Portanto, torna-se lícito supor que, se presente, o comprometimento da RCVCO2 seria particularmente deletério na HAP induzindo a distúrbios respiratórios do sono (DRS) e excessiva resposta ventilatória ao CO2. Objetivos: Investigar a RCVCO2 e suas possíveis interrelações com os DRS e a resposta ventilatória no repouso e no exercício em pacientes com HAP e indivíduos saudáveis de mesma idade e sexo. Hipótese: A menor RCVCO2, nas pacientes com HAP, estaria associada com maior frequência de DRS e resposta ventilatória excessiva tanto no repouso quanto no exercício comparativamente às controles. Métodos: A RCVCO2 foi medida em 25 pacientes do sexo feminino com HAP e 10 controles pareadas por idade. Um índice de fluxo sanguíneo cerebral (IFS, Mol.l-1.s-1) foi obtido pela taxa de incremento do corante indocianina verde mensurada pela espectroscopia por raios quasi-infravermelhos (NIRO 200, Hamamatsu Inc, Japan) sobre o córtex pré-frontal. A razão entre variações no IFS e na PCO2 trancutânea (PCO2tc, mmHg) estimou a RCVCO2 durante dois testes em hipercapnia (CO2 3% e 5%) e dois em hipocapnia (leve e moderada). A investigação de DRS foi realizada pela polissonografia de noite inteira e a resposta ventilatória avaliada durante o repouso e no exercício cardiorrespiratório incremental em cicloergômetro. Resultados: Como esperado, menores valores de pressão PCO2 foram encontrados nas pacientes em comparação às controles (30 ± 4 mmHg vs. 33 ± 2 mmHg; p <0,05). Embora estatisticamente significante, houve pequena variação dos valores de PCO2tc entre as duas provas de hipocapnia e as duas de hipercapnia. Portanto, as comparações foram realizadas entre os extremos de estimulação ventilatória, i.e., hipocapnia moderada (HIPO) e CO2 5% (HIPER). As pacientes apresentaram menores valores de IFS na HIPO e na HIPER, menor variação de IFS e menor RCVCO2 entre os testes (0,82 [0,26;2,83 Mol.l-1.s-1/mmHg] vs. 0 [- 0,73;1,58 Mol.l-1.s-1 /mmHg]; p<0.05). Um grupo de pacientes apresentou resposta paradoxal da RCVCO2 com valores inferiores de IFS na HIPER (21 ± 10 Mol.l-1.s-1) em relação à HIPO (25 ± 12 Mol.l-1.s-1). Em relação aos DRS, 10/25 pacientes (40%) apresentaram índice de distúrbios respiratórios maior 5 no /h, principalmente pela maior frequência de hipopneias e 9/25 (36%) tiveram dessaturação da oxi-hemoglobina noturna. Foi demonstrada resposta ventilatória excessiva na HAP em relação às controles na hipercapnia a 3% e no exercício (p<0.05). Entretanto, não houve correlação entre a menor RCVCO2 com os DRS ou a maior resposta ventilatória no repouso e no exercício (p>0,05). Conclusão: Pacientes com HAP apresentam importante comprometimento da RCVCO2. Tais anormalidades, entretanto, não parecem estar mecanisticamente relacionadas com os DRS e a excessiva resposta ventilatória no repouso e no exercício.
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Tese (Doutorado em Medicina Translacional) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2014.https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23113https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=915938Tese - versão final - Erika Cristine Treptow.pdfFundamentação: O dióxido de carbono (CO2) tem relevância crucial no controle ventilatório já que alterações nas suas pressões parciais influenciam o grau de estimulação dos quimiorreceptores - particularmente os centrais - e o tônus vascular cerebral. A hipertensão arterial pulmonar (HAP) caracteriza-se por hiperventilação alveolar e consequente hipocapnia, tanto no repouso quanto no exercício. A hipocapnia crônica tem o potencial de instabilizar o controle ventilatório via embotamento da reatividade cerebrovascular ao CO2 (RCVCO2). Neste contexto, o comprometimento da capacidade vasodilatadora permitiria excessiva estimulação ventilatória na hipercapnia e a vasoconstrição deficiente levaria a insuficiente estimulação ventilatória na hipocapnia. Tais anormalidades tendem a ser particularmente importantes quando as influências humorais tem papel preponderante no controle ventilatório, e.g., no sono e no exercício. Portanto, torna-se lícito supor que, se presente, o comprometimento da RCVCO2 seria particularmente deletério na HAP induzindo a distúrbios respiratórios do sono (DRS) e excessiva resposta ventilatória ao CO2. Objetivos: Investigar a RCVCO2 e suas possíveis interrelações com os DRS e a resposta ventilatória no repouso e no exercício em pacientes com HAP e indivíduos saudáveis de mesma idade e sexo. Hipótese: A menor RCVCO2, nas pacientes com HAP, estaria associada com maior frequência de DRS e resposta ventilatória excessiva tanto no repouso quanto no exercício comparativamente às controles. Métodos: A RCVCO2 foi medida em 25 pacientes do sexo feminino com HAP e 10 controles pareadas por idade. Um índice de fluxo sanguíneo cerebral (IFS, Mol.l-1.s-1) foi obtido pela taxa de incremento do corante indocianina verde mensurada pela espectroscopia por raios quasi-infravermelhos (NIRO 200, Hamamatsu Inc, Japan) sobre o córtex pré-frontal. A razão entre variações no IFS e na PCO2 trancutânea (PCO2tc, mmHg) estimou a RCVCO2 durante dois testes em hipercapnia (CO2 3% e 5%) e dois em hipocapnia (leve e moderada). A investigação de DRS foi realizada pela polissonografia de noite inteira e a resposta ventilatória avaliada durante o repouso e no exercício cardiorrespiratório incremental em cicloergômetro. Resultados: Como esperado, menores valores de pressão PCO2 foram encontrados nas pacientes em comparação às controles (30 ± 4 mmHg vs. 33 ± 2 mmHg; p <0,05). Embora estatisticamente significante, houve pequena variação dos valores de PCO2tc entre as duas provas de hipocapnia e as duas de hipercapnia. Portanto, as comparações foram realizadas entre os extremos de estimulação ventilatória, i.e., hipocapnia moderada (HIPO) e CO2 5% (HIPER). As pacientes apresentaram menores valores de IFS na HIPO e na HIPER, menor variação de IFS e menor RCVCO2 entre os testes (0,82 [0,26;2,83 Mol.l-1.s-1/mmHg] vs. 0 [- 0,73;1,58 Mol.l-1.s-1 /mmHg]; p<0.05). Um grupo de pacientes apresentou resposta paradoxal da RCVCO2 com valores inferiores de IFS na HIPER (21 ± 10 Mol.l-1.s-1) em relação à HIPO (25 ± 12 Mol.l-1.s-1). Em relação aos DRS, 10/25 pacientes (40%) apresentaram índice de distúrbios respiratórios maior 5 no /h, principalmente pela maior frequência de hipopneias e 9/25 (36%) tiveram dessaturação da oxi-hemoglobina noturna. Foi demonstrada resposta ventilatória excessiva na HAP em relação às controles na hipercapnia a 3% e no exercício (p<0.05). Entretanto, não houve correlação entre a menor RCVCO2 com os DRS ou a maior resposta ventilatória no repouso e no exercício (p>0,05). Conclusão: Pacientes com HAP apresentam importante comprometimento da RCVCO2. Tais anormalidades, entretanto, não parecem estar mecanisticamente relacionadas com os DRS e a excessiva resposta ventilatória no repouso e no exercício.Rationale: Carbon dioxide (CO2) is paramount for the ventilatory control as changes in its partial pressures influence chemoreceptor stimulation – particularly central chemoreception -, and the cerebrovascular tone. Pulmonary arterial hypertension (PAH) is characterized by alveolar hyperventilation with consequent hypocapnia at rest and exercise. Chronic hypocapnia, in turn, might destabilize the ventilatory control system by impairing cerebrovascular reactivity to CO2 (CVRCO2). In this context, impaired vasodilation would allow excessive ventilatory stimulation during hypercapnia and insufficient vasoconstriction would lead to blunted ventilatory response to hypocapnia. Such abnormalities are likely to be particularly relevant when the humoral influences play a dominant role in the ventilatory control, e.g., during sleep and exercise. It is valid to assume, therefore, that any impairment in RCVCO2 would be particularly harmful in PAH patients leading to sleep disordered breathing (SDB) and excessive ventilation. Purposes: To determine CVRCO2 and its possible interrelations with SDB and excessive ventilatory responses at rest and exercise in PAH patients and age- and gender-matched controls. Hypothesis: Blunted CVRCO2 in PAH patients would be related to a higher frequency o SDB events and excessive ventilatory responses at rest and during exercise in PAH patients compared to controls. Methods: CVRCO2 was measured in 25 females with PAH and 10 controls. A cerebral blood flow index (BFI, Mol.l-1.s-1) was obtained by measuring the rate of increase in indocyanine green by near-infrared spectroscopy (NIRO 200, Hamamatsu Inc, Japan) in the prefrontal cortex. The ratio between changes in BFI and transcutaneous PCO2 (PCOtc, mmHg) estimated CVRCO2 in response to two hypercapnic (CO2 3% and 5%) and two hypocapnic (low and moderate) tests. SDB was investigated in a full-night polysomnography and the ventilatory responses assessed during the above-mentioned maneuvers and on an incremental cardiopulmonary exercise test. Results: As expected, lower PartCO2 values were found in patients compared to controls (30± 4 mmHg vs. 33 ± 2 mmHg; p <0,05). There were small variations in PCO2tc between the two hypocapnic and the two hypercapnic tests. Therefore, comparisons were restricted to the extremes of ventilatory stimulation, i.e., moderate hypocapnia (HYPO) and CO2 5% (HYPER). Patients had lower BFI values in both HYPO and HYPER, less BFI changes and smaller CVRCO2 (0,82 [0,26;2,83 Mol.l-1.s-1/mmHg] vs. 0 [-0,73;1,58 Mol.l-1.s-1/mmHg]; p<0.05). A sub-group presented with a paradoxical response to RCVCO2, i.e., lower BFI in HYPER (21 ± 10 Mol.l-1.s-1) than HYPO (25 ± 12 Mol.l-1.s-1). In relation to SDB, 10/25 patients (40%) showed increased respiratory disturbances, mainly due to higher frequency of hypocapnias, and 9/10 (36%) showed significant oxihemoglobin desaturation. Excessive ventilatory response was found in PAH in relation to controls both in hypercapnia at 3% and exercise (p<0.05). However, no significant correlations were found between RCVCO2 with SDB or with the ventilatory responses (p>0,05). Conclusion: PAH patients presented with substantial impairments in RCVCO2. These abnormalities, however, were neither related to SDB nor to excessive resting and exercise ventilatory responses in this patient population.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)BV UNIFESP: Teses e dissertações122 p.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Dióxido de CarbonoHipertensão Pulmonar/fisiopatologiaTranstornos do SonoHipocapniaVentilação Pulmonar/fisiologiaReatividade cerebrovascular ao dióxido de carbono em mulheres com hipertensão arterial pulmonar e controles saudáveis: implicações nos distúrbios respiratórios do sono e na resposta ventilatóriaCerebrovascular Response to Carbon Dioxide in women with Pulmonary Arterial Hypertension and Healthy Controls: implications for Sleep Disordered Breathing and Ventilatory Responseinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPSão Paulo, Escola Paulista de Medicina (EPM)Medicina translacional – São PauloORIGINALTese - versão final - Erika Cristine Treptow.pdfTese - versão final - Erika Cristine Treptow.pdfapplication/pdf2352176${dspace.ui.url}/bitstream/11600/23113/1/Tese%20-%20vers%c3%a3o%20final%20-%20Erika%20Cristine%20Treptow.pdf546c1285c89b3b90df5a06ae60b56b62MD51open access11600/231132022-09-01 15:33:37.771open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/23113Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652022-09-01T18:33:37Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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