Expressão de receptores de superfície em neutrófilos e avaliação do metabolismo oxidativo em neutrófilos e monócitos de pacientes sépticos e sua associação com disfunção de órgãos
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/39357 |
Resumo: | A sepse apresenta crescente incidência e elevada morbidade e mortalidade, sendo a principal causa de óbito nas unidades de terapia intensiva. O controle da infecção depende do adequado reconhecimento dos microrganismos pelas células do hospedeiro e de resposta efetora competente. Paradoxalmente, na sepse, os mecanismos de proteção estão também envolvidos no processo de doença, sendo o limite entre resposta protetora e de lesão ainda impreciso. Objetivos: Avaliar o estado de ativação dos neutrófilos no continuum da sepse através da expressão de receptores de superfície e do metabolismo oxidativo; avaliar o estado de ativação de monócitos pelo metabolismo oxidativo; avaliar a associação do estado de ativação com disfunção orgânica. Métodos: Foram incluídos 41 pacientes sendo 14 em sepse, 12 em sepse grave e 15 em choque séptico, classificados de acordo com o consenso de 1992. Também foram incluídos 17 voluntários sadios (grupo controle). Por citometria de fluxo, foram estudadas a expressão dos receptores TLR2, TLR4, CD11b, CD11c e CD66b na superfície de neutrófilos em sangue total, e foi avaliada a produção de espécies reativas de oxigênio em neutrófilos e monócitos através da oxidação de DCFH em sangue total. Disfunção orgânica foi mensurada pelo SOFA. Resultados: Houve diminuição da expressão de TLR2 (p=0,05) e tendência a diminuição de TLR4 (0,06) no grupo de choque séptico em relação aos indivíduos sadios. Não houve diferença na expressão de CD11b e CD11c. Houve aumento da expressão de CD66b no conjunto de pacientes em relação ao grupo controle (p=0,01). O metabolismo oxidativo de neutrófilos foi maior no conjunto de pacientes em relação ao grupo controle na condição basal e após estímulos com PMA, fMLP, LPS e S. aureus (p<0,001 em todas as condições). O metabolismo oxidativo de monócitos também foi significativamente menor no conjunto de pacientes em todas as condições testadas (p<0,01). O metabolismo oxidativo em neutrófilos na sepse grave foi maior que o grupo controle em todas as condições, entretanto foi menor que o grupo de sepse após estímulo com PMA (p=0,04) e menor que o grupo de choque séptico após LPS (p=0,02) e S. aureus (p=0,04). O mesmo foi observado no metabolismo de monócitos na sepse grave em relação ao grupo de sepse após LPS (p=0,01) e ao grupo de choque séptico em relação a fMLP (p=0,03) e LPS (p=0,008). Houve correlação forte entre metabolismo oxidativo de neutrófilos e monócitos SOFA foi capaz de discriminar entre sobreviventes e não sobreviventes com curva ROC de 0,78 (p=0,02). Houve correlação entre disfunção de órgãos e metabolismo oxidativo em neutrófilos e monócitos nos grupos de sepse grave e choque séptico, embora o metabolismo oxidativo tenha sido maior no grupo de choque séptico. O metabolismo oxidativo do grupo de sepse esteve igualmente aumentado em relação ao grupo de choque séptico, porém o primeiro não desenvolve disfunção orgânica. Conclusões: Observou-se maior estado de ativação de neutrófilos e monócitos na sepse avaliados pelo maior metabolismo oxidativo. Todavia, nas fases iniciais da sepse a produção elevada de espécies reativas de oxigênio está relacionada a uma resposta efetiva para resolução do processo infeccioso e em fases mais avançadas parece estar relacionada a maior dano tecidual com conseqüente aumento do número de disfunções e morte. Dessa forma, a produção de espécies reativas de oxigênio no continuum da sepse deve ser interpretada à luz da observação clinica. |
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Expressão de receptores de superfície em neutrófilos e avaliação do metabolismo oxidativo em neutrófilos e monócitos de pacientes sépticos e sua associação com disfunção de órgãosIncreased leukocyte oxidative metabolism in severe sepsis and septic shock correlates with organ dysfunction and mortalitySepseChoque sépticoNeutrófilosMonócitosEspécies de oxigênio reativasFalência de múltiplos órgãosA sepse apresenta crescente incidência e elevada morbidade e mortalidade, sendo a principal causa de óbito nas unidades de terapia intensiva. O controle da infecção depende do adequado reconhecimento dos microrganismos pelas células do hospedeiro e de resposta efetora competente. Paradoxalmente, na sepse, os mecanismos de proteção estão também envolvidos no processo de doença, sendo o limite entre resposta protetora e de lesão ainda impreciso. Objetivos: Avaliar o estado de ativação dos neutrófilos no continuum da sepse através da expressão de receptores de superfície e do metabolismo oxidativo; avaliar o estado de ativação de monócitos pelo metabolismo oxidativo; avaliar a associação do estado de ativação com disfunção orgânica. Métodos: Foram incluídos 41 pacientes sendo 14 em sepse, 12 em sepse grave e 15 em choque séptico, classificados de acordo com o consenso de 1992. Também foram incluídos 17 voluntários sadios (grupo controle). Por citometria de fluxo, foram estudadas a expressão dos receptores TLR2, TLR4, CD11b, CD11c e CD66b na superfície de neutrófilos em sangue total, e foi avaliada a produção de espécies reativas de oxigênio em neutrófilos e monócitos através da oxidação de DCFH em sangue total. Disfunção orgânica foi mensurada pelo SOFA. Resultados: Houve diminuição da expressão de TLR2 (p=0,05) e tendência a diminuição de TLR4 (0,06) no grupo de choque séptico em relação aos indivíduos sadios. Não houve diferença na expressão de CD11b e CD11c. Houve aumento da expressão de CD66b no conjunto de pacientes em relação ao grupo controle (p=0,01). O metabolismo oxidativo de neutrófilos foi maior no conjunto de pacientes em relação ao grupo controle na condição basal e após estímulos com PMA, fMLP, LPS e S. aureus (p<0,001 em todas as condições). O metabolismo oxidativo de monócitos também foi significativamente menor no conjunto de pacientes em todas as condições testadas (p<0,01). O metabolismo oxidativo em neutrófilos na sepse grave foi maior que o grupo controle em todas as condições, entretanto foi menor que o grupo de sepse após estímulo com PMA (p=0,04) e menor que o grupo de choque séptico após LPS (p=0,02) e S. aureus (p=0,04). O mesmo foi observado no metabolismo de monócitos na sepse grave em relação ao grupo de sepse após LPS (p=0,01) e ao grupo de choque séptico em relação a fMLP (p=0,03) e LPS (p=0,008). Houve correlação forte entre metabolismo oxidativo de neutrófilos e monócitos SOFA foi capaz de discriminar entre sobreviventes e não sobreviventes com curva ROC de 0,78 (p=0,02). Houve correlação entre disfunção de órgãos e metabolismo oxidativo em neutrófilos e monócitos nos grupos de sepse grave e choque séptico, embora o metabolismo oxidativo tenha sido maior no grupo de choque séptico. O metabolismo oxidativo do grupo de sepse esteve igualmente aumentado em relação ao grupo de choque séptico, porém o primeiro não desenvolve disfunção orgânica. Conclusões: Observou-se maior estado de ativação de neutrófilos e monócitos na sepse avaliados pelo maior metabolismo oxidativo. Todavia, nas fases iniciais da sepse a produção elevada de espécies reativas de oxigênio está relacionada a uma resposta efetiva para resolução do processo infeccioso e em fases mais avançadas parece estar relacionada a maior dano tecidual com conseqüente aumento do número de disfunções e morte. Dessa forma, a produção de espécies reativas de oxigênio no continuum da sepse deve ser interpretada à luz da observação clinica.Sepsis is the leading cause of mortality in Intensive Care Unit. Sepsis morbidity and mortality are increasing through years. Infection control depends on adequate microbes recognition and satisfactory cell activation. Paradoxically it has been seen that in sepse cell activation can be both good and harmful to the host. Objectives: To evaluate neutrophil activation in the continuum of sepsis measuring cell surface receptors and oxidative metabolism; to evaluate monocyte activation measuring oxidative metabolism; to evaluate the correlation between cell activation and organ dysfunction. Methods: Regarding the 1992 ACCP/SCCM consensus, 41 patients were included: 14 with sepsis, 12 with severe sepsis and 15 with septic shock. 17 healthy volunteers were included as control group. TLR2, TLR4, CD11b, CD11c and CD66b expression on neutrophil surface using whole blood were measured using flow cytometry. Reactive oxygen species formation due to DCFH oxidation was also measured by flow cytometry. Organ dysfunction was characterized and measured using SOFA score. Results: It was observed diminished TLR2 and TLR4 expression in septic shock compared to healthy volunteers (p=0.05 and p=0.06, respectively). There were no differences found in CD11b and CD11c expression. CD66b expression was increased comparing the whole group of patients and the control group (p=0.01). Neutrophil oxidative burst has been increased in the whole group of patients compared to the control group at baseline and under PMA, fMLP, LPS and S. aureus stimulation (p<0.001 for all conditions tested). Monocyte oxidative metabolism was also significantly increased in the whole patient group compared to the control group in all conditions tested (p<0,01). Neutrophil and monocyte oxidative metabolismo due to PMA, LPS and S.aureus stimulation in severe sepsis have been diminished compared to sepsis and septic shock. A strong correlation was observed between neutrophil and monocyte oxidative metabolism. SOFA score discriminated patients between survivors and non survivors (ROC curve was 0.78; p=0.02). It has been observed positive correlation between organ dysfunction and oxidative metabolism in neutrophils and monocytes considering severe sepsis and septic shock. However, despite oxidative burst in sepsis has been as high as in septic shock, no organ dysfunction was found in sepsis. Conclusions: Neutrophils and monocytes are activated in the continuum of sepsis considering reactive oxygen species formation. Nonetheless, in the onset of sepsis increased oxidative metabolism was probably involved in resolution of the infectious course, but on late stages of sepsis it was associated with tissue damage and consequently organ dysfunction and death.Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Salomão, Reinaldo [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Martins, Paulo Sergio [UNIFESP]2016-07-06T13:51:58Z2016-07-06T13:51:58Z2005info:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion185 f.application/pdfMARTINS, Paulo Sérgio. Expressão de receptores de superfície em neutrófilos e avaliação do metabolismo oxidativo em neutrófilos e monócitos de pacientes sépticos e sua associação com disfunção de órgãos. 2005. 185 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2005.Publico-39357.pdfhttp://repositorio.unifesp.br/handle/11600/39357porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-07-27T23:56:37Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/39357Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-07-27T23:56:37Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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