Desenvolvimento e validação de modelo de inteligência artificial para a refração ocular
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69442 |
Resumo: | Objetivo: Descrever o desenvolvimento e a validação de um modelo preditivo para a refração ocular, que visa determinar a refração subjetiva do paciente a partir de seus dados clínicos e demográficos. Métodos: Coletamos retrospectivamente dados de 16.135 pacientes durante suas avaliações oftalmológicas. Os seguintes elementos foram usados para treinar o modelo: idade do paciente, sexo, raça, sintoma principal, acuidade visual não corrigida, pressão intraocular, medidas ceratométricas e refração objetiva medida por autorrefrator. O atributo-alvo foi a refração subjetiva, sendo o padrão ouro a refração subjetiva realizada por um oftalmologista. Os dados de refração foram transformados para a expressão vetorial do poder da lente, a fim de utilizar adequadamente os dados nos cálculos estatísticos. Dois experimentos foram conduzidos, o primeiro para a predição do borrão esferocilíndrico, e o segundo para a predição multiclasse dos componentes vetoriais da refração. Três algoritmos de aprendizagem (floresta aleatória, regressão linear e rede neural) foram testados nos dois experimentos. O treinamento e a validação do modelo foram conduzidos no software Orange Data Mining Toolbox, sendo a amostra dividida em 90% para treino e 10% para teste. Os desempenhos dos modelos foram avaliados em termos de erro absoluto médio (MAE) e outras métricas de regressão. A distribuição do erro médio na amostra foi comparada ao resultado do autorrefrator, ao medir a refração objetiva. Resultados: Foram utilizados dados de 31.628 olhos de 16.135 pacientes. A idade média dos pacientes foi de 48,2 ± 17,3 anos. Pacientes do sexo feminino representaram 68,9%; pacientes caucasianos representaram 79,1% da amostra. A validação cruzada no experimento 1 demonstrou que a predição do borrão esferocilíndrico teve MAE de 0,23, enquanto no experimento 2 a predição do equivalente esférico teve MAE de 0,25 dioptria, o que significa que o equivalente esférico do modelo foi em média 0,25 dioptria, diferente da refração realizada pelo oftalmologista. Os cilindros cruzados J0 e J45 tiveram MAE de 0,09 e 0,06, respectivamente. Os três algoritmos testados apresentaram performance semelhante. A análise da distribuição do erro dentro do conjunto de dados demonstrou que 68,2% dos casos tiveram erro menor de 0,25 de borrão esferocilíndrico, enquanto a mesma análise da medida do autorrefrator resultou em 59,5% dos casos dentro desta faixa. Conclusões: Dados clínicos e demográficos foram utilizados para treinar algoritmos de aprendizado de máquina na previsão de refração subjetiva, obtendo-se erro médio de 0,25 dioptria no equivalente esférico. O modelo tem potencial para fins de triagem e vigilância de erros refrativos não corrigidos ou subcorrigidos em pacientes ou populações. |
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Desenvolvimento e validação de modelo de inteligência artificial para a refração ocularDevelopment and validation of an artificial intelligence model for ocular refractionAplicações de informática médicaAprendizado de máquina supervisionadoAgregação de dadosRefração ocularObjetivo: Descrever o desenvolvimento e a validação de um modelo preditivo para a refração ocular, que visa determinar a refração subjetiva do paciente a partir de seus dados clínicos e demográficos. Métodos: Coletamos retrospectivamente dados de 16.135 pacientes durante suas avaliações oftalmológicas. Os seguintes elementos foram usados para treinar o modelo: idade do paciente, sexo, raça, sintoma principal, acuidade visual não corrigida, pressão intraocular, medidas ceratométricas e refração objetiva medida por autorrefrator. O atributo-alvo foi a refração subjetiva, sendo o padrão ouro a refração subjetiva realizada por um oftalmologista. Os dados de refração foram transformados para a expressão vetorial do poder da lente, a fim de utilizar adequadamente os dados nos cálculos estatísticos. Dois experimentos foram conduzidos, o primeiro para a predição do borrão esferocilíndrico, e o segundo para a predição multiclasse dos componentes vetoriais da refração. Três algoritmos de aprendizagem (floresta aleatória, regressão linear e rede neural) foram testados nos dois experimentos. O treinamento e a validação do modelo foram conduzidos no software Orange Data Mining Toolbox, sendo a amostra dividida em 90% para treino e 10% para teste. Os desempenhos dos modelos foram avaliados em termos de erro absoluto médio (MAE) e outras métricas de regressão. A distribuição do erro médio na amostra foi comparada ao resultado do autorrefrator, ao medir a refração objetiva. Resultados: Foram utilizados dados de 31.628 olhos de 16.135 pacientes. A idade média dos pacientes foi de 48,2 ± 17,3 anos. Pacientes do sexo feminino representaram 68,9%; pacientes caucasianos representaram 79,1% da amostra. A validação cruzada no experimento 1 demonstrou que a predição do borrão esferocilíndrico teve MAE de 0,23, enquanto no experimento 2 a predição do equivalente esférico teve MAE de 0,25 dioptria, o que significa que o equivalente esférico do modelo foi em média 0,25 dioptria, diferente da refração realizada pelo oftalmologista. Os cilindros cruzados J0 e J45 tiveram MAE de 0,09 e 0,06, respectivamente. Os três algoritmos testados apresentaram performance semelhante. A análise da distribuição do erro dentro do conjunto de dados demonstrou que 68,2% dos casos tiveram erro menor de 0,25 de borrão esferocilíndrico, enquanto a mesma análise da medida do autorrefrator resultou em 59,5% dos casos dentro desta faixa. Conclusões: Dados clínicos e demográficos foram utilizados para treinar algoritmos de aprendizado de máquina na previsão de refração subjetiva, obtendo-se erro médio de 0,25 dioptria no equivalente esférico. O modelo tem potencial para fins de triagem e vigilância de erros refrativos não corrigidos ou subcorrigidos em pacientes ou populações.Objective: To describe the development and validation of a predictive model for ocular refraction, which aims to determine the patients’ subjective refraction from their clinical and demographic data. Methods: We collected a dataset with ophthalmic evaluations from 16,135 patients. The following elements were used to train the model: patient’s age, gender, race, main symptom, uncorrected visual acuity, intraocular pressure, keratometry measurements, and objective refraction measured by an automatic refractometer. The target attribute was subjective refraction, and the gold standard was subjective refraction performed by an ophthalmologist. Clinical refraction data were transformed into the vector expression of lens power to utilize the data in statistical calculations properly. Two experiments were conducted, the first for predicting cylindrical sphere blur and the second for multi-class prediction of vector components of refraction. Three learning algorithms (random forest, linear regression, and neural network) were tested in both experiments. Model training and cross-validation were conducted using the Orange Data Mining Toolbox software. Model performances were evaluated regarding mean absolute error (MAE) and other regression metrics. The distribution of the mean error in the sample was compared to the automatic refractometry when measuring objective refraction. Results: Data from 31,628 eyes of 16,135 patients were utilized. The mean age of the patients was 48.2 ± 17.3 years. Female patients accounted for 68.9% of the sample, and Caucasian patients represented 79.1%. Cross-validation in experiment 1 demonstrated that the prediction of spherical-cylindrical blur had an MAE of 0.23. In contrast, in experiment 2, the spherical equivalent prediction had an MAE of 0.25 diopters, indicating that the model’s spherical equivalent differed on average by 0.25 diopter from the refraction performed by the ophthalmologist. Crossed cylinders J0 and J45 had MAEs of 0.09 and 0.06, respectively. The three tested algorithms showed similar performance. Analysis of the error distribution within the dataset showed that 68.2% of cases had an error of less than 0.25 in spherical-cylindrical blur, whereas the same analysis of the automatic refractometry resulted in 59.5% of cases within this range. Conclusions: Clinical and demographic data were used to train machine learning algorithms in predicting subjective refraction, achieving a mean error of 0.25 diopters in spherical equivalent. The model can potentially screen and monitor uncorrected or undercorrected refractive errors in patients or populations.Universidade Federal de São PauloSchor, Paulo [UNIFESP]http://lattes.cnpq.br/3542867700396961http://lattes.cnpq.br/4758501555157372Araujo, Aline Lütz de [UNIFESP]2023-11-07T18:56:32Z2023-11-07T18:56:32Z2023-08-11info:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion73 f.application/pdfhttps://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69442porSão Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-08-13T07:45:16Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/69442Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-08-13T07:45:16Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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