Estimulação transcraniana por corrente contínua em crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro do Autismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: de Castro, Mariana
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/60913
Resumo: O transtorno do espectro autista (TEA) é uma grave e complexa alteração do neurodesenvolvimento caracterizado por alterações na comunicação social e em domínios comportamentais que incluem comportamentos repetitivos e estereotipados e de interesses restritos. Entre os problemas motores encontrados no TEA estão frequentemente presentes as estereotipias, a incoordenação motora, entre outros. Como ferramenta terapêutica, a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) vem se destacando como uma técnica promissora para a intervenção terapêutica em diversas patologias, entre elas o TEA. Assim, o objetivo do estudo foi comparar os efeitos da ETCC anódica sobre o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo com efeitos da estimulação sham sobre a gravidade dos sintomas, funcionamento global e o desenvolvimento motor de crianças e adolescentes com TEA. Foi realizado um ensaio clínico cruzado, controlado, randomizado e duplo cego em que 46 crianças e adolescentes foram triados no ambulatório do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil Interdisciplinar, sendo incluídos 18 participantes. A intervenção do estudo foi constituída por dez sessões de ETCC anódica (ativa ou sham; 1mA, 20 minutos), associadas a tarefas e jogos de atenção, memória e estímulos sensoriais. Os desfechos foram avaliados pelas escalas Childhood Autism Rating Scale (CARS), Autism Behavior Checklist (ABC), Autism Treatment Evaluation Chechlist (ATEC) e Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) nos momentos pré, pós e 3 meses (follow up) após as intervenções. Os resultados demonstraram que não houve diferença estatística significante entre as intervenções da ETCC anódica ativa e placebo sobre o desempenho motor dos participantes; a ANOVA mostrou haver diferença significante nas variáveis idade motora geral (F(1,9)=3,7; p=0,01) e motricidade fina (F(1,9)=2,8; p=0,03). A análise post hoc demonstrou que em comparação com a intervenção sham, a intervenção anódica resultou em médias superiores na avaliação de follow up nas variáveis IMG e IM1 (p<0,05 para todas as comparações). Não foram encontradas diferenças significantes entre as intervenções para as demais variáveis analisadas. Nas avaliações do funcionamento global e gravidade de sintomas, a análise GEE para o ATEC demonstrou diferença significante em todas as variáveis nos momentos pós e follow up em ambos grupos, não havendo diferença significante entre os grupos, exceto na variável Sociabilidade, em que o grupo sham manteve o melhor desempenho no follow up. No ABC houve diferença estatística significante em quase todas as variáveis nos momentos pós e follow up, exceto na variável Pessoal/Social no grupo experimental, e na comparação entre os grupos houve diferença significante na variável Estímulo Sensorial no follow up (p= 0,016). Na CARS, os testes de Wilcoxon e Teste T pareado demonstraram diferença significante em todas as variáveis entre os momentos pré e pós intervenção (p<0,05), exceto na variável Impressão Global.
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