Glifosato em diversas áreas protegidas pelo mundo

• Autor(a) principal: Oliveira, Ana Julya Luna Andrade de [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://hdl.handle.net/11600/72083
• topic: Áreas protegidas; Glifosato; Contaminação; Unidade de conservação; Impactos Ambientais; Protected areas; Glyphosate; Contamination; Conservation unit; Environmental impacts

A implementação de Áreas Protegidas é de extrema importância para a conservação dos ecossistemas marinhos e terrestres, bem como para a preservação da biodiversidade e dos aspectos socioculturais das regiões. No entanto, a contaminação e a poluição são desafios significativos enfrentados por essas áreas, e poucos estudos têm investigado a ocorrência do glifosato e seus metabólitos em matrizes ambientais obtidas no interior das APs. O glifosato é um herbicida amplamente utilizado na agricultura e no manejo de vegetação, mas tem gerado discussões sobre seus potenciais efeitos nocivos à saúde humana e ao ambiente. Estudos têm relatado efeitos tóxicos adversos do glifosato e de seus metabólitos em mamíferos e organismos aquáticos. Além disso, a presença do glifosato em águas subterrâneas foi detectada em diferentes regiões do mundo, inclusive em áreas protegidas. Compreender o grau de proteção das APs contra a contaminação por glifosato é crucial para garantir a preservação dos ecossistemas terrestres e marinhos, bem como evitar a perda de biodiversidade. No entanto, monitorar essas áreas de forma direta é um desafio devido à sua extensão e quantidade. Portanto, abordagens recentes utilizando dados coletados na literatura têm fornecido informações sistematizadas que permitem avaliar os impactos sobre as APs de forma mais abrangente. Os resultados indicam que estudos sobre glifosato nos últimos cinco anos abrangeram 20 países em quatro continentes, com 710 pontos de amostragem, revelando ampla contaminação por esse composto. No entanto, a maior parte dos dados se concentra em alguns países, como Japão, Brasil, Polônia, Grécia e Marrocos, evidenciando uma baixa representatividade global e uma lacuna significativa no conhecimento sobre a contaminação por glifosato. Em 47 áreas protegidas APs, foram identificados 238 registros de ocorrência de glifosato em países como Brasil, França, Grécia, Japão, Polônia, Suíça e Venezuela. As APs afetadas, classificadas em diferentes categorias de restrição pela IUCN, podem ter seus objetivos de conservação comprometidos devido à toxicidade do glifosato e seus metabólitos. Portanto, há necessidade de mais estudos para avaliar os efeitos desses contaminantes sobre a biota dessas áreas e fornecer subsídios para a gestão ambiental dessa ameaça.