Estudo farmacológico dos receptores purinérgicos de átrios de ratos normotensos e espontaneamente hipertensos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Juliano Quintella Dantas [UNIFESP]
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4542305
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Resumo: A hipertensão arterial sistêmica é uma doença de alta prevalência e mortalidade e dentre outros fatores, disfunções da neurotransmissão simpática foram descritas como importantes para sua gênese. O terminal nervoso simpático, além da noradrenalina, libera o neurotransmissor ATP, o qual ativa os receptores purinérgicos e modula a função cardíaca, per se ou através do seu metabolito adenosina. Portanto, a hipótese do presente projeto estabelece que alterações funcionais no sistema purinérgico P1 (A1, A2A, A2B e A3) e P2 (P2X e P2Y) possam estar relacionadas à disfunção cardíaca observada na hipertensão. Assim, este trabalho teve como objetivo estudar a ação cronotrópica da adenosina no átrio direito e identificar os receptores purinérgicos responsáveis pelo efeito inotrópico bifásico do ATP no átrio esquerdo de animais hipertensos. Para investigar o cronotropismo cardíaco utilizamos a preparação de átrio direito que contém o nó sinoatrial, marca-passo primário do coração, de ratos Wistar machos normotensos (NWR) e espontaneamente hipertensos (SHR). Nossos resultados mostraram que tanto a adenosina, agonista endógeno e não seletivo dos receptores P1, como o CPA, agonista seletivo dos receptores A1, diminuíram o cronotropismo do átrio direito de NWR e SHR, de forma concentração-dependente até a ausência de contração. Os efeitos cronotrópicos negativos da adenosina e do CPA apresentaram-se potencializados no átrio direito do animal hipertenso. Nossos resultados mostraram ainda a incubação simultânea dos antagonistas seletivos dos receptores A2 (ZM241385) e A3 (MRS1523) não modificou o efeito cronotrópico da adenosina, sugerindo a participação exclusiva do receptor A1 na resposta cronotrópica negativa. Estes resultados são corroborados pelo fato do DPCPX, antagonista seletivo do receptor A1, inibir a ação do CPA no átrio direito de ambas as linhagens. Além disso, o tratamento do átrio direito com a toxina pertussis (PTX) reduziu em 80% o efeito cronotrópico negativo da adenosina no átrio direito do NWR, indicando o envolvimento da proteína Gi e da inibição da AC no efeito cronotrópico negativo da adenosina em tecido de rato normotenso. Esse efeito inibitório da PTX não foi observado em átrio de SHR, sugerindo uma disfunção da via da proteína Gi. Nossos resultados mostraram ainda a participação das enzimas fosfolipase C ? (P C ?) e adenilil ciclase (AC) na sinalização do receptor A1, visto que, em átrios direitos de NWR e SHR, o efeito cronotrópico negativo do CPA foi potencializado pelo inibidor da PL C ? U73122 e bloqueado pelo inibidor da AC NKY80. Numa segunda etapa, para investigar o inotropismo cardíaco utilizamos átrio esquerdo de NWR e SHR adultos submetidos à estimulação elétrica transmural (2Hz, 5 ms). Nossos resultados mostram que o ATP produziu um efeito inotrópico negativo fásico de menor amplitude nas preparações de animais hipertensos seguindo de um aumento da força de contração de maior amplitude no átrio esquerdo do SHR. Tanto no átrio esquerdo de NWR como de SHR, a diminuição do inotropismo promovida pelo ATP foi relacionada majoritariamente à ativação direta de receptores A1, sendo descartada a participação do metabólito adenosina. Já o efeito inotrópico positivo do ATP foi decorrente da ativação de receptores P2, visto que foi abolido pelo antagonista não seletivo suramina. Nossos dados mostram ainda que o aumento da força de contração produzido pelo ATP independe da liberação de noradrenalina pelo terminal nervoso simpático, uma vez que esse efeito não foi modificado pelo antagonista dos adrenoceptores ? propranolol. Por outro lado, a desnervação química do terminal nervoso simpático promovida pela 6-hidroxidopamina aboliu o efeito inotrópico positivo do ATP no átrio esquerdo de NWR e SHR, indicando que a resposta inotrópica positiva do ATP depende de componentes pré-sinápticos. Além disso, o ?-?-Me-ATP (100 µM), análogo do ATP e agonista seletivo dos receptores P2X2 e P2X3, produziu somente aumento do inotropismo atrial em ambas as linhagens, indicando que o efeito inotrópico positivo do ATP é resulta da ativação exclusiva dos receptores pré-sinápticos P2X2/ P2X3. Por fim, o antagonista seletivo do receptor P2Y1 MRS 2179 potencializou o efeito inotrópico positivo do ATP, sugerindo que o receptor P2Y1 tem localização pré-sináptica e função inibitória. Em conjunto, os resultados apresentados mostram que a resposta cronotrópica negativa da adenosina apresenta-se potencializada no átrio direito do SHR, provavelmente, devido a um aumento da sinalização dependente da proteína Gi. Já o efeito inotrópico positivo do ATP apresenta-se aumentado no átrio esquerdo do SHR, processo relacionado à ação pré-sináptica dependente da liberação de neurotransmissores não adrenérgicos e da ativação dos receptores P2X2 ou P2X3 pré-sinápticos facilitatórios e P2Y1 inibitório.
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O terminal nervoso simpático, além da noradrenalina, libera o neurotransmissor ATP, o qual ativa os receptores purinérgicos e modula a função cardíaca, per se ou através do seu metabolito adenosina. Portanto, a hipótese do presente projeto estabelece que alterações funcionais no sistema purinérgico P1 (A1, A2A, A2B e A3) e P2 (P2X e P2Y) possam estar relacionadas à disfunção cardíaca observada na hipertensão. Assim, este trabalho teve como objetivo estudar a ação cronotrópica da adenosina no átrio direito e identificar os receptores purinérgicos responsáveis pelo efeito inotrópico bifásico do ATP no átrio esquerdo de animais hipertensos. Para investigar o cronotropismo cardíaco utilizamos a preparação de átrio direito que contém o nó sinoatrial, marca-passo primário do coração, de ratos Wistar machos normotensos (NWR) e espontaneamente hipertensos (SHR). Nossos resultados mostraram que tanto a adenosina, agonista endógeno e não seletivo dos receptores P1, como o CPA, agonista seletivo dos receptores A1, diminuíram o cronotropismo do átrio direito de NWR e SHR, de forma concentração-dependente até a ausência de contração. Os efeitos cronotrópicos negativos da adenosina e do CPA apresentaram-se potencializados no átrio direito do animal hipertenso. Nossos resultados mostraram ainda a incubação simultânea dos antagonistas seletivos dos receptores A2 (ZM241385) e A3 (MRS1523) não modificou o efeito cronotrópico da adenosina, sugerindo a participação exclusiva do receptor A1 na resposta cronotrópica negativa. Estes resultados são corroborados pelo fato do DPCPX, antagonista seletivo do receptor A1, inibir a ação do CPA no átrio direito de ambas as linhagens. Além disso, o tratamento do átrio direito com a toxina pertussis (PTX) reduziu em 80% o efeito cronotrópico negativo da adenosina no átrio direito do NWR, indicando o envolvimento da proteína Gi e da inibição da AC no efeito cronotrópico negativo da adenosina em tecido de rato normotenso. Esse efeito inibitório da PTX não foi observado em átrio de SHR, sugerindo uma disfunção da via da proteína Gi. Nossos resultados mostraram ainda a participação das enzimas fosfolipase C ? (P C ?) e adenilil ciclase (AC) na sinalização do receptor A1, visto que, em átrios direitos de NWR e SHR, o efeito cronotrópico negativo do CPA foi potencializado pelo inibidor da PL C ? U73122 e bloqueado pelo inibidor da AC NKY80. Numa segunda etapa, para investigar o inotropismo cardíaco utilizamos átrio esquerdo de NWR e SHR adultos submetidos à estimulação elétrica transmural (2Hz, 5 ms). Nossos resultados mostram que o ATP produziu um efeito inotrópico negativo fásico de menor amplitude nas preparações de animais hipertensos seguindo de um aumento da força de contração de maior amplitude no átrio esquerdo do SHR. Tanto no átrio esquerdo de NWR como de SHR, a diminuição do inotropismo promovida pelo ATP foi relacionada majoritariamente à ativação direta de receptores A1, sendo descartada a participação do metabólito adenosina. Já o efeito inotrópico positivo do ATP foi decorrente da ativação de receptores P2, visto que foi abolido pelo antagonista não seletivo suramina. Nossos dados mostram ainda que o aumento da força de contração produzido pelo ATP independe da liberação de noradrenalina pelo terminal nervoso simpático, uma vez que esse efeito não foi modificado pelo antagonista dos adrenoceptores ? propranolol. Por outro lado, a desnervação química do terminal nervoso simpático promovida pela 6-hidroxidopamina aboliu o efeito inotrópico positivo do ATP no átrio esquerdo de NWR e SHR, indicando que a resposta inotrópica positiva do ATP depende de componentes pré-sinápticos. Além disso, o ?-?-Me-ATP (100 µM), análogo do ATP e agonista seletivo dos receptores P2X2 e P2X3, produziu somente aumento do inotropismo atrial em ambas as linhagens, indicando que o efeito inotrópico positivo do ATP é resulta da ativação exclusiva dos receptores pré-sinápticos P2X2/ P2X3. Por fim, o antagonista seletivo do receptor P2Y1 MRS 2179 potencializou o efeito inotrópico positivo do ATP, sugerindo que o receptor P2Y1 tem localização pré-sináptica e função inibitória. Em conjunto, os resultados apresentados mostram que a resposta cronotrópica negativa da adenosina apresenta-se potencializada no átrio direito do SHR, provavelmente, devido a um aumento da sinalização dependente da proteína Gi. Já o efeito inotrópico positivo do ATP apresenta-se aumentado no átrio esquerdo do SHR, processo relacionado à ação pré-sináptica dependente da liberação de neurotransmissores não adrenérgicos e da ativação dos receptores P2X2 ou P2X3 pré-sinápticos facilitatórios e P2Y1 inibitório.Hypertension is a disease that presents a high prevalence and mortality. In its genesis have been described a dysfunction of sympathetic neurotransmission. The sympathetic nervous terminal, in addition to noradrenaline, releases the neurotransmitter ATP, which activates the purinergic receptors and modulates cardiac function, per se or through its metabolite adenosine. Therefore, the hypothesis of this study was that functional alterations in the P1 (A1, A2A, A2B, and A3) and P2 (P2X and P2Y) purinergic system may be related to the cardiac dysfunction observed in hypertension. Thus, this work aimed to study the chronotropic action of adenosine on the right atrium and identify which purinergic receptors are responsible for the biphasic inotropic effect of ATP on the left atrium of hypertensive animals. We use the right atrium to investigate the cardiac chronotropism because contains the sinoatrial node, primary pacemaker of the heart, of male normotensive Wistar rats (NWR) and spontaneously hypertensive rats (SHR). Our results show that adenosine, an endogenous non-selective agonist of P1 receptors and the CPA, a selective agonist of A1 receptors, decreased the atrial chronotropism of NWR and SHR in a concentration dependent manner, culminating in cardiac arrest (0 bpm). The negative chronotropic effects of both adenosine and CPA are potentiated on the right atrium of the SHR. Our results also showed that the simultaneous incubation of the selective antagonists of A2 (ZM241385) and A3 (MRS1523) receptors did not alter the chronotropic response of adenosine, suggesting an exclusive role of the A1 receptor. These results are corroborated by the fact that DPCPX, a selective A1 antagonist, inhibits the action of CPA in the right atria of both strains. Pre-incubation of the right atrium with pertussis toxin, which inactivates Gi protein subunit ?, reduced by 80% the negative chronotropic effects of adenosine only on the right atrium of NWR. This inhibitory effect of PTX was not observed in SHR atrium, suggesting there is a dysfunction in the Gi protein pathway. Furthermore, our results showed the involvement of phospholipase C ? (P C ?) and AC enzymes in A1 receptor signaling on the right atrium of NWR and SHR, because the negative chronotropic effect of CPA was potentiated by the PLC ? inhibitor, U73122, and blocked by the AC inhibitor, NKY80 To investigate the ATP inotropic effect, we used left atria preparations of adults NWR and SHR, submitted to transmural electrical stimulation (2 Hz, 5 ms). Our results shown that ATP promoted biphasic inotropic effect on atria of both strains: an initial negative inotropic effect followed by a subsequent positive inotropic effect. On the left atrium of both NWR and SHR, the negative inotropic effect of ATP was related mainly to the direct activation of A1 receptors excluding the participation of its metabolite adenosine. Compared with NWRs, the negative inotropic responses of ATP on the atria were lower and the positive inotropic responses of ATP were higher in SHRs. Furthermore, suramin, a non-selective antagonist of P2 receptors, abolished the positive inotropic effect of ATP on the left atria of NWR and SHR. Also, in both strains, the selective agonist of P2X2 and P2X3 receptors ?-?-Me-ATP (100 µM) only increased the inotropism of left atrium, mimicking the positive inotropic effect of ATP. Our data also show that the positive inotropic effect of ATP does not depend on the release of noradrenaline by the sympathetic nerve terminal because the pre-incubation of propranolol, beta blocker, on left atria in both strains did not change the positive inotropic effects of ?-?-Me-ATP or the ATP. However, pretreatment of left atrium with 6- hydroxydopamine, that promotes the chemical denervation of the sympathetic nerve terminal, completely abolished the positive inotropic effects of ATP and ?-?-Me-ATP, in both NWR and SHR left atria. This result indicates that the positive inotropic response of ATP dependent of presynaptic components. Finally, the positive inotropic effect of ATP was potentiated in the presence of MRS 2179 (300 nM), P2Y1 receptor antagonist. This result suggests that the P2Y1 receptor is presynaptic and it has an inhibitory action. In summary, our results show that the negative chronotropic response of adenosine is enhanced on the right atrium of SHR, probably due to an increase in signal pathway of Gi protein. Furthermore the positive inotropic effect of ATP presents increased on the left atrium of the SHR, process are due to presynaptic effects on 6- hydroxydopamine-sensitive neurons in left atrium of NWR and SHR. These effects involve activation of facilitatory presynaptic P2X2R and P2X3R and inhibitory P2Y1R.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2013 a 2016)136 f.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)HipertensãoReceptor purinérgicoNoradrenalinaEstudo farmacológico dos receptores purinérgicos de átrios de ratos normotensos e espontaneamente hipertensosPharmacological study of purinergic receptors on rat atria from normotensive and spontaneously hypertensive ratsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPSão Paulo, Escola Paulista de Medicina (EPM)FarmacologiaCiências biológicasFarmacologiaORIGINALJuliano Quintella Dantas Rodrigues - PDF A.pdfJuliano Quintella Dantas Rodrigues - PDF A.pdfTese doutoradoapplication/pdf3025885${dspace.ui.url}/bitstream/11600/48564/2/Juliano%20Quintella%20Dantas%20Rodrigues%20-%20PDF%20A.pdfbe7607acee9bd059133e063d1a184263MD52open access11600/485642023-05-11 11:36:50.061open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/48564Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-05-11T14:36:50Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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