Famílias afetadas pelo parente usuário problemático de substâncias psicoativas, procurando por ajuda: quem são elas?

• Autor(a) principal: Sakiyama, Helena Miyaco Takeyama [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3878113; http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46813
• topic: Família; Parente; Dependência química; Substâncias psicoativas; Assistência; Family; Relatives; Dependence; Psychoactive substances

Objetivo: Traçar o perfil geral de “Familiares Afetados pelo Uso de Substâncias Psicoativas” (FAUSP) que buscam suporte em Grupo de Ajuda Mútua (GAM) na cidade de São Paulo, e conhecer como enfrentam a TUS do “Parente Usuário Problemático de Substâncias (PUPSP). Método: Corte transversal, amostra de conveniência de 500 famílias (um participante por família) coletada com questionário estruturado, adaptado de estudo britânico com informações sóciodemográficas, além de questionários sobre o tempo levado para buscar ajuda e os locais de ajuda. Participantes foram recrutados no Grupo de Ajuda Mútua “Amor Exigente” (GAM – AE) na cidade de São Paulo, Brasil. Principais Resultados, FAUSP: 77% mulheres e 23% homens; Faixa etária concentrada: 63,6% entre 45 e 64 anos; Estado Civil: 57,5% casados; 20,4% divorciados, 14,2% solteiros e 7,8% viúvos. Escolaridade: Fundamental e Médio incompleto: 12,4%, Médio Completo 34,6% e Superior Incompleto, 33,2% Superior Completo. Classe Social: A 19,4%, B 47,8% e C 20,6%. Internações: 72,4% das FAUSP já internaram seus PUPSPs. Média de residentes por domicílio: da família: 3,35 pessoas. Responsabilidade pelo tratamento: 72% dos entrevistados. Consanguinidade: 81% são parentes sanguíneos. Outro membro da família com problema de uso de substâncias: 69% . Relação de Parentesco: 38% tio, 29% pai, 27% primos, 18% irmãos, 16% avô materno e 10% avô paterno, 5% mãe, 6% avó e 1% sobrinho. CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial – Àlcool e Drogas) ­ 62% das famílias não conhecem. Abstinência Total: desejo de 98% das famílias Parente Usuário Problemático de Substâncias (PUPSPs): Prevalência de 91,6% para o gêneroro masculino e 8,4% feminino. Faixa etária concentrada: 7% entre 13 e 17 anos, 31% entre 18 e 24 anos, 43% entre 25 a 34 anos, 11% entre 35 a 44 anos. Parentescos: 67,6% filhos, 11% marido/esposa. Droga consumida: Média de 2,4 drogas, sendo maconha 67,6%, cocaína 64,2%, álcool 47,6% e crack 38,8%. Tempo médio geral de uso: 10,12 anos. Tempo médio geral de conhecimento de uso: 6,4 anos. Crack: dos usuários de crack, 80% usam também maconha, 71% cocaína e 42% álcool. 23% apresentam Problemas psiquiátricos:23% e 27% depressão, 21% TDHA, 16% bipolaridade, 11% TDA e 5% ansiedade. Conclusão: Família desassistida pela Saúde Pública, desorientada e desinformada sobre drogadicção, sofre silenciosamente a sobrecarga dos “Transtornos por Uso de Substâncias” (TUS), apresenta estilos de enfrentamento orientados ora pela tolerância e acobertamento e ora por distanciamento, negando ou escondendo o uso do PUPSP. Levam em média 2,6 anos entre a descoberta pela família e a procura por ajuda, permanecem em média 6,3 anos em uso e sem tratamento. Experimenta sentimentos de tristeza, impotência, dor e angústia diante da situação de TUS; busca ajuda em Grupos de Ajuda Mútua Amor Exigente (GAM­AE).