O desfecho perinatal da aloimunização eritrocitária não-relacionada ao antígeno RhD
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23554 |
Resumo: | Objetivos: Analisar o desfecho perinatal da Aloimunização eritrocitária não-relacionada ao antígeno RhD. De forma complementar, confrontar os resultados perinatais com os da Aloimunização RhD e com aqueles de gestantes Rh- não-sensibilizadas. Método: Estudo observacional descritivo realizado no período de Janeiro de 2000 a Julho de 2005. Foram avaliadas 15 gestantes sensibilizadas por anticorpos não-D (grupo A), 55 grávidas Rhsensibilizadas pelo anti-D (grupo B) e 130 gestantes Rh- não-sensibilizadas (grupo controle C). Foram apurados os seguintes parâmetros relativos à gestante e ao recémnascido: título do anticorpo, alterações ultra-sonográficas ao longo do acompanhamento pré-natal, transfusão intra-uterina, via de parto, idade gestacional ao nascimento, peso ao nascimento, índice de Apgar no quinto minuto, hematócrito do recém-nascido, necessidade de transfusão e/ou exsanguino transfusão no período neonatal, tempo de internação no berçário, natimortalidade e mortalidade no período neonatal. Resultados: No grupo A encontramos sete gestantes sensibilizadas por anticorpos do sistema Lewis, três por anticorpos do sistema Kell, três por anticorpos relacionados ao sistema MNS e duas pelo sistema Diego. Título de anticorpo ≥ 1/16 foi encontrado em todas as pacientes do grupo B e em 27% do grupo A. As alterações ultra-sonográficas estiveram presentes de maneira semelhante entre as grávidas dos grupos A e B (20% e 25%). Transfusão intra-uterina, embora mais freqüente no grupo B, em relação ao grupo A (20% e 7%), não apresentou significância estatística. O parto cesáreo foi realizado de forma crescente nos grupos C, A e B (44%, 53% e 78%). O parto pré-termo teve maior incidência no grupo B em comparação aos grupos A e C (40%, 27% e 7%), assim como o baixo peso ao nascer (39%, 27% e 7%). Índice de Apgar < 7 no 5º minuto foi semelhante entre os três grupos. O hematócrito médio, obtido de sangue do cordão umbilical, foi significativamente maior entre os recém-nascidos do grupo A, em relação ao grupo B (43% e 40,5%). Transfusão e/ou exsanguino transfusão foram indicadas mais vezes nos infantes do grupo B em relação àqueles dos grupos A e C (69%, 14% e 1%). Internação prolongada no berçário (maior que três dias) foi mais encontrada também no grupo B, quando comparada aos grupos A e C ( 75%, 14% e 2%). Verificaram-se quatro óbitos intra-uterinos, um no grupo A, dois no grupo B e um no grupo C. Nenhum óbito foi registrado no período neonatal entre infantes dos grupos A e C, enquanto no grupo B, três recém-nascidos tiveram êxito letal. Conclusões: A Aloimunização eritrocitária não-relacionada ao antígeno D pode determinar quadro de Doença hemolítica perinatal grave, com necessidade de tratamento intra-uterino. Em comparação à Aloimunização RhD, no entanto, determina melhor desfecho perinatal, considerando-se o hematócrito ao nascimento, a necessidade de transfusão e/ou exsanguino transfusão no período neonatal, o tempo de internação no berçário e o decesso perinatal. |
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O desfecho perinatal da aloimunização eritrocitária não-relacionada ao antígeno RhDPerinatal outcome of non-D alloimmunizationEritroblastose FetalAntígenosAnticorposObjetivos: Analisar o desfecho perinatal da Aloimunização eritrocitária não-relacionada ao antígeno RhD. De forma complementar, confrontar os resultados perinatais com os da Aloimunização RhD e com aqueles de gestantes Rh- não-sensibilizadas. Método: Estudo observacional descritivo realizado no período de Janeiro de 2000 a Julho de 2005. Foram avaliadas 15 gestantes sensibilizadas por anticorpos não-D (grupo A), 55 grávidas Rhsensibilizadas pelo anti-D (grupo B) e 130 gestantes Rh- não-sensibilizadas (grupo controle C). Foram apurados os seguintes parâmetros relativos à gestante e ao recémnascido: título do anticorpo, alterações ultra-sonográficas ao longo do acompanhamento pré-natal, transfusão intra-uterina, via de parto, idade gestacional ao nascimento, peso ao nascimento, índice de Apgar no quinto minuto, hematócrito do recém-nascido, necessidade de transfusão e/ou exsanguino transfusão no período neonatal, tempo de internação no berçário, natimortalidade e mortalidade no período neonatal. Resultados: No grupo A encontramos sete gestantes sensibilizadas por anticorpos do sistema Lewis, três por anticorpos do sistema Kell, três por anticorpos relacionados ao sistema MNS e duas pelo sistema Diego. Título de anticorpo ≥ 1/16 foi encontrado em todas as pacientes do grupo B e em 27% do grupo A. As alterações ultra-sonográficas estiveram presentes de maneira semelhante entre as grávidas dos grupos A e B (20% e 25%). Transfusão intra-uterina, embora mais freqüente no grupo B, em relação ao grupo A (20% e 7%), não apresentou significância estatística. O parto cesáreo foi realizado de forma crescente nos grupos C, A e B (44%, 53% e 78%). O parto pré-termo teve maior incidência no grupo B em comparação aos grupos A e C (40%, 27% e 7%), assim como o baixo peso ao nascer (39%, 27% e 7%). Índice de Apgar < 7 no 5º minuto foi semelhante entre os três grupos. O hematócrito médio, obtido de sangue do cordão umbilical, foi significativamente maior entre os recém-nascidos do grupo A, em relação ao grupo B (43% e 40,5%). Transfusão e/ou exsanguino transfusão foram indicadas mais vezes nos infantes do grupo B em relação àqueles dos grupos A e C (69%, 14% e 1%). Internação prolongada no berçário (maior que três dias) foi mais encontrada também no grupo B, quando comparada aos grupos A e C ( 75%, 14% e 2%). Verificaram-se quatro óbitos intra-uterinos, um no grupo A, dois no grupo B e um no grupo C. Nenhum óbito foi registrado no período neonatal entre infantes dos grupos A e C, enquanto no grupo B, três recém-nascidos tiveram êxito letal. Conclusões: A Aloimunização eritrocitária não-relacionada ao antígeno D pode determinar quadro de Doença hemolítica perinatal grave, com necessidade de tratamento intra-uterino. Em comparação à Aloimunização RhD, no entanto, determina melhor desfecho perinatal, considerando-se o hematócrito ao nascimento, a necessidade de transfusão e/ou exsanguino transfusão no período neonatal, o tempo de internação no berçário e o decesso perinatal.Objectives: Evaluate perinatal outcomes of non-D alloimmunization. Additionally to compare perinatal results with those of D alloimmunized pregnancies and RhD negative not sensitized. Methods: Descriptive observational study with a control group. The study involved 200 women examined between January 2000 and July 2005. Patients were divided in three groups: 15 non-D alloimmunized pregnant (group A), 55 D alloimmunized pregnant (group B) and 130 RhD negative women not sensitized (control group – C). Obstetric and neonatal variables analyzed were: antibody titer, ultrasound findings during pregnancy, intrauterine transfusion, mode and timing of delivery, birthweight, 5-minute Apgar score, neonatal hematocrit, need for neonatal transfusion or exchange transfusion, duration of neonatal stay, intrauterine and neonatal death. Results: Group A comprised 7 patients with Lewis sensitization, 3 with Kell sensitization, 3 with MNS sensitization and 2 with antibodies against Diego system antigens. Antibody titer ≥ 1/16 were seen in all group B patients and in 27% of group A pregnant. Abnormal ultrasound findings were similar between group A and B (20% and 25%). Intrauterine transfusion although more frequent in group B, compared to group A, did not reach statistically significance (20% e 7%). Rate of cesarean deliveries was crescent in C, A and B groups (44%, 53% and 78%). Prematurity was more incident in group B, compared to A and C groups (40%, 27% and 7%), and the same was found related to the low birthweight (39%, 27% e 7%). There were no significant differences regarding the 5-minute Apgar score between all groups. Mean neonatal hematocrit was higher in group B than in group A (43% and 40,5%). The need for neonatal transfusion or exchange transfusion was higher among group B infants, compared to A and C groups (69%, 14% and 1%). Neonatal stay was longer in group B newborn, in comparison to A and C groups (75%, 14% and 2%). There were 4 intrauterine deaths, one in group A, two in group B and one in group C. No death in the neonatal period was registered in group A and C infants while it occurred in three liveborns of group B. Conclusions: Non-D alloimmunization may cause hemolytic disease severe enough to require intrauterine treatment. Compared to D alloimmunization, yelds better perinatal results taking into consideration neonatal hematocrit, need for neonatal transfusion or exchange transfusion, duration of neonatal stay and perinatal mortalityBV UNIFESP: Teses e dissertaçõesUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Nardozza, Luciano Marcondes Machado [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Lobo, Guilherme Antonio Rago [UNIFESP]2015-12-06T23:47:03Z2015-12-06T23:47:03Z2007info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion101 p.application/pdfLOBO, Guilherme Antonio Rago. O desfecho perinatal da aloimunização eritrocitária não-relacionada ao antígeno RhD. 2007. 101 p. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2007.epm-711220949136.pdfPublico-23554.pdfhttp://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23554porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-07-30T14:27:41Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/23554Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-07-30T14:27:41Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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