Correlação do sítio de implantação placentário frente às principais intercorrências da transfusão intrauterina pela aloimunização ao fator RH
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/11600/70947 |
Resumo: | RESUMO Objetivos: este trabalho teve como proposição estudar a correlação do sítio de implantação placentário frente às principais intercorrências da transfusão intrauterina pela aloimunização ao fator Rh, através da análise dos resultados do programa de TIU da Escola Paulista de Medicina (EPM), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no período entre janeiro de 1991 e julho de 2021. Foram também avaliadas as associações entre a localização do sítio placentário com as seguintes intercorrências: aumento do tempo de procedimento, aumento do tempo de sangramento, hidropsia fetal e bradicardia fetal e também em relação ao desfecho adverso do óbito fetal e neonatal, bem como, do óbito global. Método: Foram avaliadas retrospectivamente 388 TIUs realizadas em 169 fetos de mães aloimunizadas, entre janeiro de 1991 e julho de 2021. Regressões logísticas univariadas e multivariadas e também o modelo linear foram utilizados para avaliação da ocorrência das seguintes intercorrências do procedimento: aumento do tempo do procedimento, aumento do tempo de sangramento do cordão umbilical e bradicardia fetal frente a localização placentária e verificação da associação desses fatores com a ocorrência tanto do óbito fetal quanto do neonatal. Fetos com hidropisia e bradicardia fetal que foram submetidos ao procedimento foram analisados quanto ao desfecho através de modelos logísticos. Resultados: A idade média da população materna estudada foi de 29,3 anos. A maioria dos procedimentos (56,4%) ocorreram em idade gestacional entre 28 e 32 semanas. A taxa global de sobrevida foi de 79%, com 8% de óbitos fetais e 13% de óbitos neonatais. Quanto à localização placentária, 60,6% estavam localizadas na parede anterior e 39,4% na parede posterior. O tempo de realização do procedimento foi menor nas placentas anterioresem relação às posteriores. Em média, as TIUs nas placentas posteriores têm 5,40minutos a mais do que naquelas na parede anterior. TIUs realizadas em pacientes com placenta localizada na parede posterior têm 30,1 vezes maior chance de tempo de sangramento maior. Em nosso estudo, apenas 13,1% das transfusões apresentaram tempo de sangramento superior a 120 segundos. Destes, 31,7% ocorreram em fetos com hidropisia e 60,6% nas placentas localizadas na parede anterior. De forma global, a análise dos óbitos (fetal e neonatal) foram percentualmente maiores no grupo com tempo de sangramento superior a 120 segundos (56,7%) e com placenta localizada na parede posterior (de forma global) em 32,8%. Resta final que a chance de óbito em casos de hidropisia é 97,57 vezes maior do que em casos sem essa condição; de 97,99 vezes maior nos casos de bradicardia em relação aos casos sem essa condição e finalmente 78% maior nos casos de placenta posterior em relação àqueles com sítio de implantação placentário na parede anterior. Conclusões: A TIU para correção da anemia fetal é método seguro. Neste trabalho, conseguimos demonstrar que há correlação entre o sítio de implantação placentário e o maior risco de intercorrências e complicações nesses procedimentos. Nas TIUs de fetos com placenta posterior, a chance de óbito é 78% maior em relação aos fetos com placenta localizada na parede anterior. A hidropisia é condição que sempre remonta a maior risco, sendo marcador importante de gravidade diante de qualquer abordagem terapêutica fetal. Em nosso estudo a chance de óbito fetal nas TIUs nos casos de hidropisia é 131,1 vezes maior e de óbito global (incluindo fetal e neonatal) é 97,57 vezes maior. |
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Correlação do sítio de implantação placentário frente às principais intercorrências da transfusão intrauterina pela aloimunização ao fator RHCorrelation of the placental implantation site in front of the main intercurrences of intrauterine transfusion through Rh factoralloimmunizationAloimunizaçãoAnemia fetalTransfusão intrauterinaBlood transfusion, intrauterineRESUMO Objetivos: este trabalho teve como proposição estudar a correlação do sítio de implantação placentário frente às principais intercorrências da transfusão intrauterina pela aloimunização ao fator Rh, através da análise dos resultados do programa de TIU da Escola Paulista de Medicina (EPM), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no período entre janeiro de 1991 e julho de 2021. Foram também avaliadas as associações entre a localização do sítio placentário com as seguintes intercorrências: aumento do tempo de procedimento, aumento do tempo de sangramento, hidropsia fetal e bradicardia fetal e também em relação ao desfecho adverso do óbito fetal e neonatal, bem como, do óbito global. Método: Foram avaliadas retrospectivamente 388 TIUs realizadas em 169 fetos de mães aloimunizadas, entre janeiro de 1991 e julho de 2021. Regressões logísticas univariadas e multivariadas e também o modelo linear foram utilizados para avaliação da ocorrência das seguintes intercorrências do procedimento: aumento do tempo do procedimento, aumento do tempo de sangramento do cordão umbilical e bradicardia fetal frente a localização placentária e verificação da associação desses fatores com a ocorrência tanto do óbito fetal quanto do neonatal. Fetos com hidropisia e bradicardia fetal que foram submetidos ao procedimento foram analisados quanto ao desfecho através de modelos logísticos. Resultados: A idade média da população materna estudada foi de 29,3 anos. A maioria dos procedimentos (56,4%) ocorreram em idade gestacional entre 28 e 32 semanas. A taxa global de sobrevida foi de 79%, com 8% de óbitos fetais e 13% de óbitos neonatais. Quanto à localização placentária, 60,6% estavam localizadas na parede anterior e 39,4% na parede posterior. O tempo de realização do procedimento foi menor nas placentas anterioresem relação às posteriores. Em média, as TIUs nas placentas posteriores têm 5,40minutos a mais do que naquelas na parede anterior. TIUs realizadas em pacientes com placenta localizada na parede posterior têm 30,1 vezes maior chance de tempo de sangramento maior. Em nosso estudo, apenas 13,1% das transfusões apresentaram tempo de sangramento superior a 120 segundos. Destes, 31,7% ocorreram em fetos com hidropisia e 60,6% nas placentas localizadas na parede anterior. De forma global, a análise dos óbitos (fetal e neonatal) foram percentualmente maiores no grupo com tempo de sangramento superior a 120 segundos (56,7%) e com placenta localizada na parede posterior (de forma global) em 32,8%. Resta final que a chance de óbito em casos de hidropisia é 97,57 vezes maior do que em casos sem essa condição; de 97,99 vezes maior nos casos de bradicardia em relação aos casos sem essa condição e finalmente 78% maior nos casos de placenta posterior em relação àqueles com sítio de implantação placentário na parede anterior. Conclusões: A TIU para correção da anemia fetal é método seguro. Neste trabalho, conseguimos demonstrar que há correlação entre o sítio de implantação placentário e o maior risco de intercorrências e complicações nesses procedimentos. Nas TIUs de fetos com placenta posterior, a chance de óbito é 78% maior em relação aos fetos com placenta localizada na parede anterior. A hidropisia é condição que sempre remonta a maior risco, sendo marcador importante de gravidade diante de qualquer abordagem terapêutica fetal. Em nosso estudo a chance de óbito fetal nas TIUs nos casos de hidropisia é 131,1 vezes maior e de óbito global (incluindo fetal e neonatal) é 97,57 vezes maior.Objectives: The purpose of this study was assessing the correlation between the placental implantation site and the main complications of intrauterine transfusion (IUT) due to Rh alloimmunization, by analyzing the results of the IUT program at the Paulista School of Medicine, Federal University of São Paulo (UNIFESP), between January 1991 and July 2021. Methods: 388 IUTs on 169 fetuses of Rh alloimmunized mothers between January 1991 and July 2021 were retrospectively evaluated. Univariate and multivariate logistic regressions as well as the linear model were used to assess the occurrence of the following procedure complications: procedure time, umbilical cord bleeding time, and fetal bradycardia in relation to placental localization site and to verify the association of these factors with the occurrence of both fetal and neonatal death. Fetuses with hydrops and fetal bradycardia who underwent the IUT were analyzed for outcome using logistic models. Results: The average age of the maternal population studied was 29.3 years. The majority of procedures (56.4%) took place between 28 and 32 weeks of gestation. The overall survival rate was 79%, with 8% of fetal deaths and 13% of neonatal deaths. As for placental location site, 60.6% were located in the anterior wall and 39.4% in the posterior wall. The time taken to perform the IUT was shorter in anterior than in posterior placentas. On mean, IUTs in posterior placentas took 5.40 minutes longer than those in the anterior wall. IUTs performed with a placenta located in the posterior wall are 30.1 times more likely to have a longer umbilical cord bleeding time. In our study, only 13.1% of IUTs had a umbilical cord bleeding time of more than 120 seconds, being that 31.7% occurred in fetuses with hydrops and 60.6% in placentas located on the anterior wall. Overall, the analysis of deaths (fetal and neonatal) was higher in the group with an umbilical cord bleeding time of more than 120 seconds (56.7%) and with a placenta located on the posterior wall in 32.8%. The risk of death in cases of hydrops was 97.57 times higher than in cases without this condition; 97.99 times higher in cases of bradycardia compared to cases without this condition and finally 78% higher in cases of posterior placenta compared to those with placental implantation site on the anterior wall. Conclusion: IUT to correct fetal anemia is a safe method. In this study, we were able to demonstrate that there was a correlation between the placental implantation site and the higher risk of IUT complications. In IUTs of fetuses with a posterior placenta, the risk of death was higher than in fetuses with a placenta located on the anterior wall. Hydrops was a condition that always leads to greater risk and is an important marker of severity in any fetal therapeutic approach.Não recebi financiamentoUniversidade Federal de São PauloPares, David Baptista da Silva [UNIFESP]Lobo, Guilherme Antonio Rago [UNIFESP]http://lattes.cnpq.br/0616754415902415http://lattes.cnpq.br/6323380679327937http://lattes.cnpq.br/1610210738310090Pacheco, Gilda Helena Arruda Sousa [UNIFESP]2024-04-04T11:02:56Z2024-04-04T11:02:56Z2023-12-04info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion103 f.application/pdfPACHECO, Gilda Helena Arruda Sousa. Correlação do sítio de implantação placentário frente às principais intercorrências da transfusão intrauterina pela aloimunização ao fator RH. 2023. Dissertação (Mestrado em Obstetrícia) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, 2023.https://hdl.handle.net/11600/70947porSão Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-08-13T22:37:23Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/70947Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-08-13T22:37:23Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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RESUMO Objetivos: este trabalho teve como proposição estudar a correlação do sítio de implantação placentário frente às principais intercorrências da transfusão intrauterina pela aloimunização ao fator Rh, através da análise dos resultados do programa de TIU da Escola Paulista de Medicina (EPM), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no período entre janeiro de 1991 e julho de 2021. Foram também avaliadas as associações entre a localização do sítio placentário com as seguintes intercorrências: aumento do tempo de procedimento, aumento do tempo de sangramento, hidropsia fetal e bradicardia fetal e também em relação ao desfecho adverso do óbito fetal e neonatal, bem como, do óbito global. Método: Foram avaliadas retrospectivamente 388 TIUs realizadas em 169 fetos de mães aloimunizadas, entre janeiro de 1991 e julho de 2021. Regressões logísticas univariadas e multivariadas e também o modelo linear foram utilizados para avaliação da ocorrência das seguintes intercorrências do procedimento: aumento do tempo do procedimento, aumento do tempo de sangramento do cordão umbilical e bradicardia fetal frente a localização placentária e verificação da associação desses fatores com a ocorrência tanto do óbito fetal quanto do neonatal. Fetos com hidropisia e bradicardia fetal que foram submetidos ao procedimento foram analisados quanto ao desfecho através de modelos logísticos. Resultados: A idade média da população materna estudada foi de 29,3 anos. A maioria dos procedimentos (56,4%) ocorreram em idade gestacional entre 28 e 32 semanas. A taxa global de sobrevida foi de 79%, com 8% de óbitos fetais e 13% de óbitos neonatais. Quanto à localização placentária, 60,6% estavam localizadas na parede anterior e 39,4% na parede posterior. O tempo de realização do procedimento foi menor nas placentas anterioresem relação às posteriores. Em média, as TIUs nas placentas posteriores têm 5,40minutos a mais do que naquelas na parede anterior. TIUs realizadas em pacientes com placenta localizada na parede posterior têm 30,1 vezes maior chance de tempo de sangramento maior. Em nosso estudo, apenas 13,1% das transfusões apresentaram tempo de sangramento superior a 120 segundos. Destes, 31,7% ocorreram em fetos com hidropisia e 60,6% nas placentas localizadas na parede anterior. De forma global, a análise dos óbitos (fetal e neonatal) foram percentualmente maiores no grupo com tempo de sangramento superior a 120 segundos (56,7%) e com placenta localizada na parede posterior (de forma global) em 32,8%. Resta final que a chance de óbito em casos de hidropisia é 97,57 vezes maior do que em casos sem essa condição; de 97,99 vezes maior nos casos de bradicardia em relação aos casos sem essa condição e finalmente 78% maior nos casos de placenta posterior em relação àqueles com sítio de implantação placentário na parede anterior. Conclusões: A TIU para correção da anemia fetal é método seguro. Neste trabalho, conseguimos demonstrar que há correlação entre o sítio de implantação placentário e o maior risco de intercorrências e complicações nesses procedimentos. Nas TIUs de fetos com placenta posterior, a chance de óbito é 78% maior em relação aos fetos com placenta localizada na parede anterior. A hidropisia é condição que sempre remonta a maior risco, sendo marcador importante de gravidade diante de qualquer abordagem terapêutica fetal. Em nosso estudo a chance de óbito fetal nas TIUs nos casos de hidropisia é 131,1 vezes maior e de óbito global (incluindo fetal e neonatal) é 97,57 vezes maior. |
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