(In) Satisfação Corporal e Imagem Corporal em Adolescentes

• Autor(a) principal: Targino, Caroline Feitosa [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2023
• Outros Autores: Silva, Vitória Ventura da [UNIFESP]
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70384
• topic: Satisfação corporal; Estima corporal; Imagem corporal; Adolescentes

Introdução: A adolescência é uma fase de importantes mudanças que podem expor esta população à insegurança alimentar, comprometendo a saúde física e psicológica. Objetivo: Avaliar a satisfação e estima corporal em adolescentes estudantes do ensino médio. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com amostra de estudantes, de ambos os sexos, ingressos no ensino médio na região metropolitana de São Paulo. Os dados foram coletados através de questionários auto-aplicáveis, de forma voluntária, e contabilizados após autorização do responsável, sem implicar qualquer risco de dano físico ou moral. A imagem corporal foi medida pela Escala de Silhuetas, que permite avaliar o grau de satisfação/insatisfação pela diferença entre o corpo percebido e o idealizado. Para a avaliação da imagem corporal foi utilizado o questionário BES - Escala de Estima Corporal (Body Esteem Scale) (Mendelson, White & Mendelson, 2001), composto por 23 itens, com uma escala tipo Likert, variando de nunca (0) sempre (4), dispostos em três fatores - aparência, peso e atribuição, que visam avaliar a satisfação com o corpo. Resultados: Tivemos autorização do uso dos dados de 469 adolecentes, sendo 328 do sexo feminino, 141 do sexo masculino. A partir das respostas da Escala de Silhuetas, verificamos uma maior proporção de insatisfação corporal no sexo feminino, sendo que 54,3% (171) idealizam um corpo mais magro, já no sexo masculino observamos menores graus de insatisfação, sendo que 39,7% (56) buscam emagrecer e 29,8% (42) estão satisfeitos com sua imagem corporal. Além disso, os dados também mostraram uma relação entre insatisfação corporal e idade, de tal forma que os alunos de maior faixa etária (18 anos) possuem menores graus de insatisfação quando comparados as faixas etárias menores (15 anos). No que diz respeito à estima corporal, 39,2% das meninas expressou preocupação com sua aparência, e os meninos 39,6%. Para peso, as meninas mostraram uma proporção mais elevada de baixa estima (35,1%) em comparação com os meninos (31,8%). Na dimensão da atribuição a diferença entre os sexos foi mínima com aproximadamente 39% indicando baixa estima em relação à percepção dos outros sobre seus corpos. Em relação à cor/raça, para aparência, 40,28% dos alunos brancos têm baixa estima corporal, 34,45% para peso e 43,23% para atribuição. Dos alunos pretos, 38,74% obtiveram baixa estima para aparência, 33,72% para peso e 33,86% para atribuição. Os estudantes com a idade de 15, 16 e 18 anos apresentaram proporção de 40%, 40,20% e 40,81% respectivamente, em relação à aparência, e para os alunos de 17 anos, a proporção foi de 37,20%. Para peso, aqueles que possuem 15 anos apresentaram 35,65%, 34,31% para 16, 32,38% para 17 e 31,76% para os alunos de 18 anos. Para atribuição, a proporção foi de 37,63% para aqueles que possuem 15 anos, 37,45% para 16 anos, 40% para 17, e 49,73% para 18, sendo esta idade a que apresentou maior incidência de baixa estima nesta dimensão e na dimensão aparência. Conclusão: A insatisfação com corpo foi presente em ambos os sexos, entretanto é evidente que os alunos que se identificaram com o sexo feminino possuem uma tendência maior a desejarem um corpo mais magro, em contrapartida os do sexo masculino possuem um maior percentual de satisfação corporal, e nos casos de insatisfação a disparidade do corpo percebido para o desejado é menor. Assim, podemos concluir que há grande probabilidade desses jovens estarem sendo influenciados por uma idealização de magreza bastante presente na sociedade ocidental, de forma a prejudicar a percepção imagética principalmente das garotas e com maior impacto nas de menor faixa etária, uma vez que é o momento em que muitas estão passando por processos de mudanças corporais bastante intensas quando comparada a maior faixa etária.