Investigação do efeito da administração de melitina em um modelo de crises convulsivas em ratos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares-Silva, Beatriz [UNIFESP]
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/63776
Resumo: A epilepsia é uma doença neurológica crônica caracterizada por uma hiperatividade anormal dos neurônios que geram impulsos nervosos recorrentes, espontâneos, paradoxais e sincronizados, podendo ou não produzir crises convulsivas. Esse transtorno neurológico é um dos mais comuns e afeta aproximadamente 70 milhões de indivíduos no mundo. Cabe ressaltar que cerca de 30% dos pacientes desenvolvem farmacorresistencia em relação aos antiepilépticos disponíveis na clínica. Ademais, o uso desses fármacos pode estar associado ao surgimento de efeitos adversos graves. Estudos têm mostrado o potencial terapêutico de substâncias bioativas isoladas a partir de produtos naturais no tratamento de doenças do sistema nervoso. Por exemplo, compostos isolados a partir de venenos de artrópodes contem neurotoxinas que apresentam afinidade por estruturas moleculares do tecido nervoso, podendo agir em receptores, transportadores, canais iônicos dependentes de ligante e de voltagem localizados na membrana neuronal ou glial. Nas últimas décadas com o aprimoramento de técnicas de isolamento e síntese de compostos isolados de venenos ocorreu um aumento no número de pesquisas com foco no desenvolvimento de novos fármacos. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos neuroprotetores da administração de melitina (MEL) intracerebral em ratos submetidos ao modelo de crises convulsivas induzidas por bicuculina (BIC). Para isto, ratos Wistar machos (3 meses) foram submetidos a cirurgia para a implantação de cânula unilateral no ventrículo lateral e após o período de recuperação receberam previamente uma microinjeção de solução salina (Grupo controle, NaCl 0,9%) ou MEL (Grupo tratamento, MEL 0,1 mg/por dose). Primeiramente, os animais foram avaliados em um campo aberto (CA) por 20 min e em seguida submetidos ao teste de labirinto em cruz elevado (LCE) por 5 min, e os comportamentos dos animais foram registrados através de filmagem para posterior análise comportamental. Para a avaliação da atividade anticonvulsivante os animais receberam previamente salina ou MEL, e após 30 min os animais receberam microinjeção de BIC (10 mg/ml) e novamente foram observados no CA (20 min). Nossos principais resultados mostram que a administração de MEL provocou um efeito hiperlocomotor nos animais quando avaliados no LCE, além de aumentar o tempo de latência para a primeira crise convulsiva e proteger 90% dos animais de crises tônico-clônicas induzidas pela BIC. Tomados juntos nossos resultados sugerem que a MEL apresenta potencial anticonvulsivante, entretanto, mais pesquisas são necessárias para elucidar seu(s) mecanismo(s) de ação.
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spelling Soares-Silva, Beatriz [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)http://lattes.cnpq.br/8095426379200980http://lattes.cnpq.br/7373640456805525Ribeiro, Alessandra Mussi [UNIFESP]Santos (online)2022-04-29T15:58:25Z2022-04-29T15:58:25Z2020-07-16SOARES-SILVA, Beatriz. Investigação do efeito da administração de melitina em um modelo de crises convulsivas em ratos. 2020. 55 p. Dissertação (Mestrado em Bioprodutos e Bioprocessos) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2020.https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/63776A epilepsia é uma doença neurológica crônica caracterizada por uma hiperatividade anormal dos neurônios que geram impulsos nervosos recorrentes, espontâneos, paradoxais e sincronizados, podendo ou não produzir crises convulsivas. Esse transtorno neurológico é um dos mais comuns e afeta aproximadamente 70 milhões de indivíduos no mundo. Cabe ressaltar que cerca de 30% dos pacientes desenvolvem farmacorresistencia em relação aos antiepilépticos disponíveis na clínica. Ademais, o uso desses fármacos pode estar associado ao surgimento de efeitos adversos graves. Estudos têm mostrado o potencial terapêutico de substâncias bioativas isoladas a partir de produtos naturais no tratamento de doenças do sistema nervoso. Por exemplo, compostos isolados a partir de venenos de artrópodes contem neurotoxinas que apresentam afinidade por estruturas moleculares do tecido nervoso, podendo agir em receptores, transportadores, canais iônicos dependentes de ligante e de voltagem localizados na membrana neuronal ou glial. Nas últimas décadas com o aprimoramento de técnicas de isolamento e síntese de compostos isolados de venenos ocorreu um aumento no número de pesquisas com foco no desenvolvimento de novos fármacos. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos neuroprotetores da administração de melitina (MEL) intracerebral em ratos submetidos ao modelo de crises convulsivas induzidas por bicuculina (BIC). Para isto, ratos Wistar machos (3 meses) foram submetidos a cirurgia para a implantação de cânula unilateral no ventrículo lateral e após o período de recuperação receberam previamente uma microinjeção de solução salina (Grupo controle, NaCl 0,9%) ou MEL (Grupo tratamento, MEL 0,1 mg/por dose). Primeiramente, os animais foram avaliados em um campo aberto (CA) por 20 min e em seguida submetidos ao teste de labirinto em cruz elevado (LCE) por 5 min, e os comportamentos dos animais foram registrados através de filmagem para posterior análise comportamental. Para a avaliação da atividade anticonvulsivante os animais receberam previamente salina ou MEL, e após 30 min os animais receberam microinjeção de BIC (10 mg/ml) e novamente foram observados no CA (20 min). Nossos principais resultados mostram que a administração de MEL provocou um efeito hiperlocomotor nos animais quando avaliados no LCE, além de aumentar o tempo de latência para a primeira crise convulsiva e proteger 90% dos animais de crises tônico-clônicas induzidas pela BIC. Tomados juntos nossos resultados sugerem que a MEL apresenta potencial anticonvulsivante, entretanto, mais pesquisas são necessárias para elucidar seu(s) mecanismo(s) de ação.Epilepsy is a chronic neurological disease characterized by an abnormal hyperactivity of neurons that generate nerve impulses recurrent, spontaneous, paradoxical and synchronized manner leading to seizures or not. This neurological disorder is one of the most common and affects approximately 70 million individuals worldwide. In addition, pharmacoresistance epilepsy may be observed about 30% of patients and, the long-term use of antiepileptic drugs may be associated with the emergence of serious side effects. Previous studies have shown the therapeutic potential of bioactive substances isolated from natural products in the treatment of brain diseases. For example, compounds isolated from arthropod venoms contain neurotoxins that have a high affinity for molecular structures in nerve tissue, such as receptors, transporters, ligand- and voltage-dependent ion channels in the neuronal or glial membrane. Over the last decades, there was the development of new isolation techniques and synthesis of compounds isolated from venoms focusing on the development of new drugs. Thus, the aim of this study was to investigate the neuroprotective effects of intracerebral administration of melitin (MEL) in rats submitted to the bicuculline-induced seizure model (BIC). Male Wistar rats (3 months) underwent surgery for the implantation of a unilateral cannula in the lateral ventricle. After the recovery period, animals received previously microinjection of saline solution (Control group, 0.9% NaCl) or MEL (Treatment group, MEL 0.1 mg/por animal). Firstly, animals were evaluated in open field (CA, for 20 min), afterwards in the elevated plus maze test (LCE, for 5 min). In the second experiment, the animals received microinjection of saline or MEL 30 min prior to the administration of BIC (10 mg/ml), and their behavior were analyzed by 20 min in CA according to a seizure scale. All behavioral data were recorded through the video-tracking software for behavioral analysis. As result, MELtreated rats increased the locomotor activity in the LCE, but no changes were observed in CA. Moreover, 90% of MEL-treated animals were protected against seizures induced by BIC, and there was increase of the latency for onset of seizures. Thus, MEL has an anticonvulsant potential, however, further work is needed to elucidate its mechanisms of actionCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)CNPq: 425694/2016-0FAPESP: 2015/20785-855 p.porUniversidade Federal de São PauloProdutos naturaisVenenosNeuroproteçãoMelitinaCrises convulsivasNatural productsVenomsNeuroprotectionMelittinSeizuresInvestigação do efeito da administração de melitina em um modelo de crises convulsivas em ratosInvestigation of the effect of melittin administration in a rat model of seizuresinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPInstituto de Saúde e Sociedade (ISS)Bioprodutos e BioprocessosBioprospecçãoORIGINALDissertação Final Com ficha Catalográfica.pdfDissertação Final Com ficha Catalográfica.pdfDissertação de mestradoapplication/pdf1796378${dspace.ui.url}/bitstream/11600/63776/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Final%20Com%20ficha%20Catalogr%c3%a1fica.pdf09319f7896bf303b8f124abdd719b2f0MD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-85847${dspace.ui.url}/bitstream/11600/63776/2/license.txt27c90e6faf0e215373d47d758a8ddd3dMD52open accessTEXTDissertação Final Com ficha Catalográfica.pdf.txtDissertação Final Com ficha Catalográfica.pdf.txtExtracted texttext/plain91081${dspace.ui.url}/bitstream/11600/63776/6/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Final%20Com%20ficha%20Catalogr%c3%a1fica.pdf.txtf6e63465f545988eadd137838b625c8dMD56open accessTHUMBNAILDissertação Final Com ficha Catalográfica.pdf.jpgDissertação Final Com ficha Catalográfica.pdf.jpgIM 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author Soares-Silva, Beatriz [UNIFESP]
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description A epilepsia é uma doença neurológica crônica caracterizada por uma hiperatividade anormal dos neurônios que geram impulsos nervosos recorrentes, espontâneos, paradoxais e sincronizados, podendo ou não produzir crises convulsivas. Esse transtorno neurológico é um dos mais comuns e afeta aproximadamente 70 milhões de indivíduos no mundo. Cabe ressaltar que cerca de 30% dos pacientes desenvolvem farmacorresistencia em relação aos antiepilépticos disponíveis na clínica. Ademais, o uso desses fármacos pode estar associado ao surgimento de efeitos adversos graves. Estudos têm mostrado o potencial terapêutico de substâncias bioativas isoladas a partir de produtos naturais no tratamento de doenças do sistema nervoso. Por exemplo, compostos isolados a partir de venenos de artrópodes contem neurotoxinas que apresentam afinidade por estruturas moleculares do tecido nervoso, podendo agir em receptores, transportadores, canais iônicos dependentes de ligante e de voltagem localizados na membrana neuronal ou glial. Nas últimas décadas com o aprimoramento de técnicas de isolamento e síntese de compostos isolados de venenos ocorreu um aumento no número de pesquisas com foco no desenvolvimento de novos fármacos. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos neuroprotetores da administração de melitina (MEL) intracerebral em ratos submetidos ao modelo de crises convulsivas induzidas por bicuculina (BIC). Para isto, ratos Wistar machos (3 meses) foram submetidos a cirurgia para a implantação de cânula unilateral no ventrículo lateral e após o período de recuperação receberam previamente uma microinjeção de solução salina (Grupo controle, NaCl 0,9%) ou MEL (Grupo tratamento, MEL 0,1 mg/por dose). Primeiramente, os animais foram avaliados em um campo aberto (CA) por 20 min e em seguida submetidos ao teste de labirinto em cruz elevado (LCE) por 5 min, e os comportamentos dos animais foram registrados através de filmagem para posterior análise comportamental. Para a avaliação da atividade anticonvulsivante os animais receberam previamente salina ou MEL, e após 30 min os animais receberam microinjeção de BIC (10 mg/ml) e novamente foram observados no CA (20 min). Nossos principais resultados mostram que a administração de MEL provocou um efeito hiperlocomotor nos animais quando avaliados no LCE, além de aumentar o tempo de latência para a primeira crise convulsiva e proteger 90% dos animais de crises tônico-clônicas induzidas pela BIC. Tomados juntos nossos resultados sugerem que a MEL apresenta potencial anticonvulsivante, entretanto, mais pesquisas são necessárias para elucidar seu(s) mecanismo(s) de ação.
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