Ceratites fúngicas: epidemiologia, aspectos clínicos, suscetibilidade aos antifúngicos e alternativas terapêuticas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Linhares, Fernanda Machado Bezerra [UNIFESP]
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11600/72297
Resumo: Objetivo: Este estudo tem por finalidade avaliar aspectos epidemiológicos, clínicos, suscetibilidade antifúngica, estratégias terapêuticas e resultados visuais de pacientes com ceratite fúngica tratados no setor de Córnea e Doenças Externas Oculares do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Escola Paulista de Medicina e resultou em três publicações. 1. Manejo das ceratites fúngicas em centro de córnea de referência no Brasil. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo e observacional, a partir da análise de prontuários, incluindo 66 pacientes com ceratite fúngica e exame de cultura do raspado corneano positivo. Resultados: Quarenta e cinco pacientes eram do sexo masculino (68,2%), e a média de idade foi de 48,06 (± 17,39) anos. A maioria dos pacientes (65,2%) apresentou início dos sintomas há mais de 15 dias. Fusarium spp. foi o fungo mais frequentemente isolado (32 casos; 48,5%), seguido por Candida parapsilosis (12 casos; 18,2%). Trinta e quatro pacientes (51,5%) foram submetidos à injeção intracameral de anfotericina B (5μg por 0,1ml). Destes, onze (32,3%) tiveram a infecção erradicada. Nos outros 23 pacientes (67,7%), o transplante terapêutico foi necessário. Dos 66 pacientes, quarente e três (65,1%) evoluíram para transplante terapêutico, e três (4,5%) foram submetidos à evisceração ou enucleação. Cinquenta e três pacientes (80,3%) apresentaram acuidade visual final pior que 20/200. Conclusões: Os fungos filamentosos foram os mais prevalentes e de maior associação com indicação de procedimentos cirúrgicos e recidiva da infecção após transplante terapêutico. A injeção intracameral de anfotericina B mostrou-se uma alternativa terapêutica segura para ceratites fúngicas refratárias. 2. Ceratites fúngicas causadas por espécies de Candida: identificação molecular, suscetibilidade antifúngica, capacidade de formação de biofilme e aspectos clínicos. Métodos: Estudo transversal, experimental e não intervencionista, incluindo 13 isolados de Candida sp., recuperados de 13 pacientes com diagnóstico de ceratite por Candida. A identificação dos isolados foi feita por meio do CHROMagarTM e confirmada pelo sequenciamento de ácido desoxirribonucleico (DNA). Foi testada a sensibilidade antifúngica dos isolados na forma planctônica (células isoladas) a quatro antifúngicos: fluconazol, anfotericina B, voriconazol e anidulafungina. A capacidade de formação de biofilme de cada cepa foi avaliada pelo método de redução do sal de tetrazol XTT e a sensibilidade antifúngica das amostras de biofilme. Os resultados foram relacionados com os desfechos clínicos de cada paciente. Resultados: Dentre os 13 isolados, dois eram C. albicans, dez eram C. parapsilosis (sensu stricto) e um era C. orthopsilosis. Todos os isolados na forma planctônica foram classificados como suscetíveis ou com suscetibilidade intermediária aos quatro antifúngicos testados. Quatro isolados (30,7%) apresentaram produção muito baixa de biofilme, enquanto os outros nove foram produtores de biofilme (69,3%). Todas as amostras de biofilme não foram suscetíveis aos antifúngicos testados. Cirurgia ocular prévia foi o fator de risco mais comum (84,6%) associado à ceratite fúngica, e C. parapsilosis foi a espécie de Candida mais frequente (76,9%). Quatro pacientes (30,7%) necessitaram de transplante de córnea e dois (15,4%) de evisceração. Conclusões: A suscetibilidade aos antifúngicos foi menor nas amostras de biofilme do que nos isolados de células planctônicas. Apesar da suscetibilidade in vitro, seis pacientes (46,1%) não responderam ao tratamento clínico e necessitaram de cirurgia. 3. Voriconazol intracameral no tratamento das ceratites fúngicas graves: série de casos. Métodos: Estudo prospectivo, longitudinal e intervencionista, incluindo sete pacientes com ceratite fúngica refratária ao tratamento tópico convencional ou com acometimento de câmara anterior. Os pacientes receberam injeção intracameral de voriconazol 50 microgramas (μg)/0,1 mililitro (ml) como tratamento adjuvante (até quatro repetições, com intervalo de 72 horas). O desfecho primário do estudo foi a erradicação da infecção, e os desfechos secundários foram a necessidade de transplante de córnea e a melhor acuidade visual corrigida (MAVC). Resultados: Dos sete pacientes com ceratite fúngica tratados com voriconazol, quatro apresentaram culturas do raspado corneano positivas para fungos, enquanto os outros três foram confirmados por meio da microscopia confocal. A injeção intracameral de voriconazol foi realizada uma vez em quatro casos, três vezes em dois casos e quatro vezes em um caso. Quatro pacientes apresentaram descemetocele com perfuração corneana iminente e foram tratados com adesivo de cianoacrilato e lente de contato terapêutica. Quatro pacientes apresentaram cura da infecção, e três pacientes foram submetidos a transplante de córnea terapêutico. A acuidade visual final melhorou em dois casos, porém, todos os pacientes apresentaram MAVC conta dedos ou pior. Conclusões: O uso de injeção intracameral de voriconazol é uma opção terapêutica segura no tratamento de ceratites fúngicas profundas e refratárias. Apesar de o diagnóstico clínico de erradicação fúngica ter sido observado em todos os casos, três pacientes necessitaram de transplante terapêutico e todos apresentaram perda visual total ou quase total. Outras estratégias de tratamento devem ser consideradas, visando melhorar os resultados visuais dos pacientes.
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A maioria dos pacientes (65,2%) apresentou início dos sintomas há mais de 15 dias. Fusarium spp. foi o fungo mais frequentemente isolado (32 casos; 48,5%), seguido por Candida parapsilosis (12 casos; 18,2%). Trinta e quatro pacientes (51,5%) foram submetidos à injeção intracameral de anfotericina B (5μg por 0,1ml). Destes, onze (32,3%) tiveram a infecção erradicada. Nos outros 23 pacientes (67,7%), o transplante terapêutico foi necessário. Dos 66 pacientes, quarente e três (65,1%) evoluíram para transplante terapêutico, e três (4,5%) foram submetidos à evisceração ou enucleação. Cinquenta e três pacientes (80,3%) apresentaram acuidade visual final pior que 20/200. Conclusões: Os fungos filamentosos foram os mais prevalentes e de maior associação com indicação de procedimentos cirúrgicos e recidiva da infecção após transplante terapêutico. A injeção intracameral de anfotericina B mostrou-se uma alternativa terapêutica segura para ceratites fúngicas refratárias. 2. Ceratites fúngicas causadas por espécies de Candida: identificação molecular, suscetibilidade antifúngica, capacidade de formação de biofilme e aspectos clínicos. Métodos: Estudo transversal, experimental e não intervencionista, incluindo 13 isolados de Candida sp., recuperados de 13 pacientes com diagnóstico de ceratite por Candida. A identificação dos isolados foi feita por meio do CHROMagarTM e confirmada pelo sequenciamento de ácido desoxirribonucleico (DNA). Foi testada a sensibilidade antifúngica dos isolados na forma planctônica (células isoladas) a quatro antifúngicos: fluconazol, anfotericina B, voriconazol e anidulafungina. A capacidade de formação de biofilme de cada cepa foi avaliada pelo método de redução do sal de tetrazol XTT e a sensibilidade antifúngica das amostras de biofilme. Os resultados foram relacionados com os desfechos clínicos de cada paciente. Resultados: Dentre os 13 isolados, dois eram C. albicans, dez eram C. parapsilosis (sensu stricto) e um era C. orthopsilosis. Todos os isolados na forma planctônica foram classificados como suscetíveis ou com suscetibilidade intermediária aos quatro antifúngicos testados. Quatro isolados (30,7%) apresentaram produção muito baixa de biofilme, enquanto os outros nove foram produtores de biofilme (69,3%). Todas as amostras de biofilme não foram suscetíveis aos antifúngicos testados. Cirurgia ocular prévia foi o fator de risco mais comum (84,6%) associado à ceratite fúngica, e C. parapsilosis foi a espécie de Candida mais frequente (76,9%). Quatro pacientes (30,7%) necessitaram de transplante de córnea e dois (15,4%) de evisceração. Conclusões: A suscetibilidade aos antifúngicos foi menor nas amostras de biofilme do que nos isolados de células planctônicas. Apesar da suscetibilidade in vitro, seis pacientes (46,1%) não responderam ao tratamento clínico e necessitaram de cirurgia. 3. Voriconazol intracameral no tratamento das ceratites fúngicas graves: série de casos. Métodos: Estudo prospectivo, longitudinal e intervencionista, incluindo sete pacientes com ceratite fúngica refratária ao tratamento tópico convencional ou com acometimento de câmara anterior. Os pacientes receberam injeção intracameral de voriconazol 50 microgramas (μg)/0,1 mililitro (ml) como tratamento adjuvante (até quatro repetições, com intervalo de 72 horas). O desfecho primário do estudo foi a erradicação da infecção, e os desfechos secundários foram a necessidade de transplante de córnea e a melhor acuidade visual corrigida (MAVC). Resultados: Dos sete pacientes com ceratite fúngica tratados com voriconazol, quatro apresentaram culturas do raspado corneano positivas para fungos, enquanto os outros três foram confirmados por meio da microscopia confocal. A injeção intracameral de voriconazol foi realizada uma vez em quatro casos, três vezes em dois casos e quatro vezes em um caso. Quatro pacientes apresentaram descemetocele com perfuração corneana iminente e foram tratados com adesivo de cianoacrilato e lente de contato terapêutica. Quatro pacientes apresentaram cura da infecção, e três pacientes foram submetidos a transplante de córnea terapêutico. A acuidade visual final melhorou em dois casos, porém, todos os pacientes apresentaram MAVC conta dedos ou pior. Conclusões: O uso de injeção intracameral de voriconazol é uma opção terapêutica segura no tratamento de ceratites fúngicas profundas e refratárias. Apesar de o diagnóstico clínico de erradicação fúngica ter sido observado em todos os casos, três pacientes necessitaram de transplante terapêutico e todos apresentaram perda visual total ou quase total. Outras estratégias de tratamento devem ser consideradas, visando melhorar os resultados visuais dos pacientes. Objective: This study aims to evaluate epidemiological and clinical aspects, antifungal susceptibility, therapeutic strategies and visual outcomes of patients with fungal keratitis treated at the Corneal and External Disease Sector of the Department of Ophthalmology of Federal University of São Paulo, and involved 3 published works. 1. Fungal keratitis management in a referral cornea center in Brazil. Methods: Retrospective, descriptive and observational study, based on analysis of medical records, including 66 patients with fungal keratitis and positive corneal scraping cultures. Results: Forty-five patients (68.2%) were men, and the mean age was 48.06 (±17.39) years. The majority of patients (65.2%) had symptoms for more than 15 days. Fusarium spp. was the most frequently isolated fungus (32 cases; 48.5%), followed by Candida parapsilosis (12 cases; 18.2%). Thirty-four patients (51.5%) underwent intracameral injection of amphotericin B (5μg per 0.1ml). From these, eleven patients (32.3%) had infection eradicated and 23 patients (67.7%) needed therapeutic keratoplasty. Among the 66 patients, forty-three patients (65.1%) ended up with therapeutic keratoplasty, and three patients (4.5%) evolved to evisceration or enucleation. At the last follow-up visit, fifty-three patients (80.3%) had visual acuity worse than 20/200. Conclusions: Filamentous fungi were the most prevalent and most associated with surgical procedures and infection recurrence after therapeutic keratoplasty. Intracameral amphotericin B treatment seems to be a safe and helpful alternative for non-responsive fungal keratitis. 2. Candida species causing fungal keratitis: molecular identification, antifungal susceptibility, biofilm formation, and clinical aspects. Methods: This is a cross-sectional, experimental and noninterventional study, including 13 patients Candida sp. isolates from 13 patients diagnosed with Candida keratitis. The isolates were retrieved and grown in pure culture. Species identification was performed by micromorphology analysis and ITS-rDNA sequencing. The broth microdilution method was used to determine the minimum inhibitory concentration (MIC) of four antifungal drugs (fluconazole, amphotericin B, voriconazole, and anidulafungin) in planktonic cells. Biofilm formation capability was evaluated using the XTT reduction assay, and biofilm antifungal susceptibility was tested. The results were related to clinical outcomes. Results: Among isolates, two were C.albicans, 10 were C. parapsilosis (sensu stricto), and one was C. orthopsilosis. All planktonic isolates were classifed as susceptible or intermediate to all four antifungal drugs. Four isolates (30.7%) were very low bioflm producers. Nine isolates were bioflm producers (69.3%), and all bioflm samples were unsusceptible to all drugs tested. Previous ocular surgery was the most common underlying condition for fungal keratitis (84.6%), and C. parapsilosis was the most frequent Candida species (76.9%). Four patients (30.7%) needed keratoplasty, whereas two (15.4%) required evisceration. Conclusions: The biofilm formation ability of Candida isolates decreased antifungal susceptibility compared with planktonic cells. Despite in vitro antifungal susceptibility, six patients (46.1%) were unresponsive to clinical treatment and needed surgery. 3. Intracameral voriconazole for severe fungal keratitis: a case series. Methods: This is a prospective interventional longitudinal study in which seven patients with fungal keratitis with anterior chamber involvement or a corneal ulcer refractory to conventional topical treatment received intracameral voriconazole 50μg/0.1ml as adjuvant treatment, up to four times within 72 hours. The primary outcome measurement was healing (fungal eradication). The secondary outcomes were the need for therapeutic keratoplasty and the final best-corrected visual acuity (BCVA). Results: Among these seven patients with fungal keritits treated with voriconazole, four cases were proven positive through culture testing, while three cases were confirmed by confocal microscopy. In four cases, intracameral injection was used once, in two cases, three times, and in one case, four times. Four patients had imminent corneal perforations and were treated with cyanoacrylate adhesive and bandage contact lenses. Four patients recovered from the infection, and three underwent therapeutic keratoplasty. Final BCVA improved in two cases; all patients had a final visual acuity of counting fingers or worse. Conclusions: Intracameral voriconazole injections are a safe option for the treatment of deep and persistent fungal keratitis. Although fungal eradication was achieved in all patients, three required therapeutic keratoplasty and all patients had total or near-total visual impairment. Other treatment strategies should be considered to improve the visual outcomes.Universidade Federal de São PauloOliveira, Lauro Augusto de [UNIFESP]Farah, Ana Luisa Hofling de Lima [UNIFESP]Sousa, Luciene Barbosa de [UNIFESP]http://lattes.cnpq.br/7050225867972978http://lattes.cnpq.br/2367491641205774http://lattes.cnpq.br/5591822363508144http://lattes.cnpq.br/5869033836984565Linhares, Fernanda Machado Bezerra [UNIFESP]2024-10-21T18:23:52Z2024-10-21T18:23:52Z2024-10-14info:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion104 f.application/pdfLINHARES, Fernanda Machado Bezerra. Ceratites fúngicas: epidemiologia, aspectos clínicos, suscetibilidade aos antifúngicos e alternativas terapêuticas. 2024. 104 f. Tese (Doutorado em Oftalmologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Sao Paulo, 2024.https://hdl.handle.net/11600/72297porSão Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-10-22T04:02:09Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/72297Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-10-22T04:02:09Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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Trinta e quatro pacientes (51,5%) foram submetidos à injeção intracameral de anfotericina B (5μg por 0,1ml). Destes, onze (32,3%) tiveram a infecção erradicada. Nos outros 23 pacientes (67,7%), o transplante terapêutico foi necessário. Dos 66 pacientes, quarente e três (65,1%) evoluíram para transplante terapêutico, e três (4,5%) foram submetidos à evisceração ou enucleação. Cinquenta e três pacientes (80,3%) apresentaram acuidade visual final pior que 20/200. Conclusões: Os fungos filamentosos foram os mais prevalentes e de maior associação com indicação de procedimentos cirúrgicos e recidiva da infecção após transplante terapêutico. A injeção intracameral de anfotericina B mostrou-se uma alternativa terapêutica segura para ceratites fúngicas refratárias. 2. Ceratites fúngicas causadas por espécies de Candida: identificação molecular, suscetibilidade antifúngica, capacidade de formação de biofilme e aspectos clínicos. Métodos: Estudo transversal, experimental e não intervencionista, incluindo 13 isolados de Candida sp., recuperados de 13 pacientes com diagnóstico de ceratite por Candida. A identificação dos isolados foi feita por meio do CHROMagarTM e confirmada pelo sequenciamento de ácido desoxirribonucleico (DNA). Foi testada a sensibilidade antifúngica dos isolados na forma planctônica (células isoladas) a quatro antifúngicos: fluconazol, anfotericina B, voriconazol e anidulafungina. A capacidade de formação de biofilme de cada cepa foi avaliada pelo método de redução do sal de tetrazol XTT e a sensibilidade antifúngica das amostras de biofilme. Os resultados foram relacionados com os desfechos clínicos de cada paciente. Resultados: Dentre os 13 isolados, dois eram C. albicans, dez eram C. parapsilosis (sensu stricto) e um era C. orthopsilosis. Todos os isolados na forma planctônica foram classificados como suscetíveis ou com suscetibilidade intermediária aos quatro antifúngicos testados. Quatro isolados (30,7%) apresentaram produção muito baixa de biofilme, enquanto os outros nove foram produtores de biofilme (69,3%). Todas as amostras de biofilme não foram suscetíveis aos antifúngicos testados. Cirurgia ocular prévia foi o fator de risco mais comum (84,6%) associado à ceratite fúngica, e C. parapsilosis foi a espécie de Candida mais frequente (76,9%). Quatro pacientes (30,7%) necessitaram de transplante de córnea e dois (15,4%) de evisceração. Conclusões: A suscetibilidade aos antifúngicos foi menor nas amostras de biofilme do que nos isolados de células planctônicas. Apesar da suscetibilidade in vitro, seis pacientes (46,1%) não responderam ao tratamento clínico e necessitaram de cirurgia. 3. Voriconazol intracameral no tratamento das ceratites fúngicas graves: série de casos. Métodos: Estudo prospectivo, longitudinal e intervencionista, incluindo sete pacientes com ceratite fúngica refratária ao tratamento tópico convencional ou com acometimento de câmara anterior. 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