Comunicação em saúde: fatores que interferem no vínculo e na comunicação na relação medico-paciente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: De Marco, Mario Alfredo [UNIFESP]
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/20437
Resumo: Introdução: A comunicação e suas perturbações têm recebido crescente atenção no campo da formação e da atenção em saúde, em função da consolidação da percepção de suas importantes repercussões no processo terapêutico. Objetivo: A partir de uma discussão crítica do conceito "pacientes difíceis de ajudar" identificar fatores que perturbam a comunicação e o vínculo na relação médico-paciente, refletindo-se na forma de "dificuldade para ajudar". Método: Numa amostra randômica de 74 leitos foram aplicados para o paciente o Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), Confusion Assessment Mefhod (CAM) e Kamofsky Performance Scale; para os profissionais o questionário de dificuldade para ajudar o paciente (DTH), o HADS e o CAM (ambos sobre o paciente). O estudo de associação entre as dificuldades do médico e as demais variáveis foi feito utilizando o teste t quando numéricas e o teste do qui-quadrado quando categóricas. Para identificarmos que fatores predizem uma maior dificuldade do médico para ajudar o paciente, desenvolvemos um modelo de regressão logística cuja variável dependente foi a categoria dificuldade para ajudar, e as variáveis de controle foram: grau de dependência física pela doença orgânica, procedência do médico, todas as questões do DTH, sintomas psicopatológicos dos pacientes, sintomas psicopatológicos dos pacientes percebidos pelo médico, taxa de acerto/erro diagnóstico do médico. Resultados: Dificuldade do médico para ajudar o paciente apresentou índice de 38,3 por cento. Em relação às características do paciente a única característica estatisticamente significante (p<0,05), para a alta dificuldade de ajudar, foi frente aos pacientes que apresentam grandes limitações físicas. Em relação às percepções do médico, apresentaram associação estatisticamente significante (p<0,05) com alta dificuldade as seguintes percepções: os aspectos psicossociais terem afetado a doença do paciente (88,9 por cento), ter baixa adesão às recomendações terapêuticas (27,8 por cento) e considerar presença de sintomas depressivos (61,1 por cento) e ansiosos (72,2 por cento) no paciente. A análise multivariada da dificuldade de ajudar o paciente, tendo como variáveis independentes aquelas que apresentaram associação com a dificuldade (o médico proceder de outra cidade que não São Paulo, o médico considerar que os fatores psicossociais afetaram o adoecer, que é baixa a adesão do paciente ao tratamento, que o paciente tem sintomas depressivos e ansiosos) mostrou que o médico considerar que o paciente tem sintomas ansiosos aumentou em 19 vezes a chance de ele ter dificuldade para ajudar este paciente, em relação ao médico não considerar que os sintomas estão presentes (p<0,05) e que, o médico ser de fora da cidade de São Paulo aumentou em 15 vezes a chance de ele ter dificuldade para ajudar este paciente, em relação ao médico ser da cidade (p<0,05). Conclusões: Os resultados obtidos no estudo revelam que na amostra abordada não são primordialmente as características do paciente que produzem a condição de dificuldade para ajudar mas, algumas percepções e características dos profissionais, apontando para a importância de uma atenção ao preparo e aos cuidados com os profissionais. Por outro lado, estes resultados reafirmam a vantagem de não se ater a categorizações como "paciente difícil" mas de situar as observações no fenômeno (dificuldade para ajudar), na relação e no vínculo, buscando pesquisar os fatores e as características que promovem as dificuldades
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Método: Numa amostra randômica de 74 leitos foram aplicados para o paciente o Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), Confusion Assessment Mefhod (CAM) e Kamofsky Performance Scale; para os profissionais o questionário de dificuldade para ajudar o paciente (DTH), o HADS e o CAM (ambos sobre o paciente). O estudo de associação entre as dificuldades do médico e as demais variáveis foi feito utilizando o teste t quando numéricas e o teste do qui-quadrado quando categóricas. Para identificarmos que fatores predizem uma maior dificuldade do médico para ajudar o paciente, desenvolvemos um modelo de regressão logística cuja variável dependente foi a categoria dificuldade para ajudar, e as variáveis de controle foram: grau de dependência física pela doença orgânica, procedência do médico, todas as questões do DTH, sintomas psicopatológicos dos pacientes, sintomas psicopatológicos dos pacientes percebidos pelo médico, taxa de acerto/erro diagnóstico do médico. Resultados: Dificuldade do médico para ajudar o paciente apresentou índice de 38,3 por cento. Em relação às características do paciente a única característica estatisticamente significante (p<0,05), para a alta dificuldade de ajudar, foi frente aos pacientes que apresentam grandes limitações físicas. Em relação às percepções do médico, apresentaram associação estatisticamente significante (p<0,05) com alta dificuldade as seguintes percepções: os aspectos psicossociais terem afetado a doença do paciente (88,9 por cento), ter baixa adesão às recomendações terapêuticas (27,8 por cento) e considerar presença de sintomas depressivos (61,1 por cento) e ansiosos (72,2 por cento) no paciente. A análise multivariada da dificuldade de ajudar o paciente, tendo como variáveis independentes aquelas que apresentaram associação com a dificuldade (o médico proceder de outra cidade que não São Paulo, o médico considerar que os fatores psicossociais afetaram o adoecer, que é baixa a adesão do paciente ao tratamento, que o paciente tem sintomas depressivos e ansiosos) mostrou que o médico considerar que o paciente tem sintomas ansiosos aumentou em 19 vezes a chance de ele ter dificuldade para ajudar este paciente, em relação ao médico não considerar que os sintomas estão presentes (p<0,05) e que, o médico ser de fora da cidade de São Paulo aumentou em 15 vezes a chance de ele ter dificuldade para ajudar este paciente, em relação ao médico ser da cidade (p<0,05). Conclusões: Os resultados obtidos no estudo revelam que na amostra abordada não são primordialmente as características do paciente que produzem a condição de dificuldade para ajudar mas, algumas percepções e características dos profissionais, apontando para a importância de uma atenção ao preparo e aos cuidados com os profissionais. Por outro lado, estes resultados reafirmam a vantagem de não se ater a categorizações como "paciente difícil" mas de situar as observações no fenômeno (dificuldade para ajudar), na relação e no vínculo, buscando pesquisar os fatores e as características que promovem as dificuldadesBV UNIFESP: Teses e dissertaçõesFundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP - 02/12918-8Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Yazigi, Latife [UNIFESP]Andreoli, Sérgio Baxter [UNIFESP]http://lattes.cnpq.br/3330444987520974http://lattes.cnpq.br/7964028344093715http://lattes.cnpq.br/8609089865755189De Marco, Mario Alfredo [UNIFESP]2015-12-06T23:05:20Z2015-12-06T23:05:20Z2005info:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion175 f.application/pdfDE MARCO, Mario Alfredo. Comunicação em saúde: fatores que interferem no vínculo e na comunicação na relação medico-paciente. 2005. 175 f. 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