Projeção da carga econômica das doenças crônicas não transmissíveis atribuível ao excesso de peso no Brasil entre 2020-2030

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Giannichi, Beatriz Vitória [UNIFESP]
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67589
Resumo: Objetivo: Estimar a projeção do custo econômico das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) atribuível ao excesso de peso no Brasil até 2030. Métodos: Este estudo utilizou uma modelagem por simulação de coorte por tabela de vida multiestado para estimar custos atribuíveis ao excesso de peso no Brasil. As projeções dos custos diretos e indiretos das DCNT atribuíveis ao excesso de peso até 2030 levaram em consideração diferentes cenários da prevalência do excesso de peso no Brasil. Inicialmente, estimamos os custos diretos e indiretos atribuíveis ao excesso de peso em 2030 considerando “o custo da inação” (business-as-usual – BAU), ou seja, se o excesso de peso continuar a crescer na mesma velocidade dos últimos dez anos nas capitais brasileiras. Em seguida, comparamos custos diretos (ambulatoriais e hospitalares no Sistema Único de Saúde - SUS) e indiretos (por mortalidade prematura e, consequentemente, anos de vida produtiva perdidos) obtidos no cenário BAU em comparação a três cenários contrafactuais. O primeiro cenário contrafactual representou uma redução pela metade do coeficiente de aumento anual do IMC. O segundo representou a manutenção do excesso de peso, ou seja, se houver uma manutenção da prevalência atual de excesso de peso até 2030. O terceiro representou uma redução de 6,7% na prevalência de excesso de peso. Representando, respectivamente, os cenários pessimista, intermediário e otimista. Resultados: Estimamos que serão gastos entre 2020 e 2030 cerca de R$ 4,2 bilhões com custo direto das DCNT no SUS mediante a continuidade de crescimento da prevalência de excesso de peso observada entre 2006 e 2019 (BAU). O custo indireto por mortalidade precoce atribuível ao excesso de peso, por sua vez, será de R$ 45,5 bilhões. Estimamos que, se houver uma redução pela metade do coeficiente de aumento anual do IMC até 2030, serão economizados R$ 46 milhões com custos diretos e indiretos atribuíveis ao excesso de peso entre 2020 e 2030. No cenário intermediário, ou seja, manutenção da prevalência de excesso de peso e obesidade até 2030, a economia será de R$ 93 milhões. No cenário otimista, em que haveria uma redução de 6,7% na prevalência de excesso de peso até 2030, serão economizados R$ 169 milhões. Conclusões: Esses resultados sugerem que a redução da alta carga econômica das DCNT será obtida apenas por meio da elaboração de políticas públicas arrojadas que permitam não apenas o impedimento do avanço, mas uma redução da prevalência do excesso de peso no Brasil.
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Inicialmente, estimamos os custos diretos e indiretos atribuíveis ao excesso de peso em 2030 considerando “o custo da inação” (business-as-usual – BAU), ou seja, se o excesso de peso continuar a crescer na mesma velocidade dos últimos dez anos nas capitais brasileiras. Em seguida, comparamos custos diretos (ambulatoriais e hospitalares no Sistema Único de Saúde - SUS) e indiretos (por mortalidade prematura e, consequentemente, anos de vida produtiva perdidos) obtidos no cenário BAU em comparação a três cenários contrafactuais. O primeiro cenário contrafactual representou uma redução pela metade do coeficiente de aumento anual do IMC. O segundo representou a manutenção do excesso de peso, ou seja, se houver uma manutenção da prevalência atual de excesso de peso até 2030. O terceiro representou uma redução de 6,7% na prevalência de excesso de peso. Representando, respectivamente, os cenários pessimista, intermediário e otimista. Resultados: Estimamos que serão gastos entre 2020 e 2030 cerca de R$ 4,2 bilhões com custo direto das DCNT no SUS mediante a continuidade de crescimento da prevalência de excesso de peso observada entre 2006 e 2019 (BAU). O custo indireto por mortalidade precoce atribuível ao excesso de peso, por sua vez, será de R$ 45,5 bilhões. Estimamos que, se houver uma redução pela metade do coeficiente de aumento anual do IMC até 2030, serão economizados R$ 46 milhões com custos diretos e indiretos atribuíveis ao excesso de peso entre 2020 e 2030. No cenário intermediário, ou seja, manutenção da prevalência de excesso de peso e obesidade até 2030, a economia será de R$ 93 milhões. No cenário otimista, em que haveria uma redução de 6,7% na prevalência de excesso de peso até 2030, serão economizados R$ 169 milhões. Conclusões: Esses resultados sugerem que a redução da alta carga econômica das DCNT será obtida apenas por meio da elaboração de políticas públicas arrojadas que permitam não apenas o impedimento do avanço, mas uma redução da prevalência do excesso de peso no Brasil.Objective: To estimate the projected economic cost of noncommunicable diseases (NCDs) attributable to overweight in Brazil by 2030. Methods: This study used cohort simulation modeling based on a multistate lifetable of cases and deaths to estimate attributable costs of overweight in Brazil. Projections of direct and indirect costs of NCDs attributable to overweight until 2030 considered different scenarios of the prevalence of overweight in Brazil. First, we estimate the direct and indirect costs attributable to overweight in 2030 considering “the cost of inaction” (business­as­usual – BAU), that is, if overweight continues to grow at the same rate as in the last ten years in Brazilian capitals. Then, we compare direct costs (outpatient and inpatient expenses in the Brazilian Unified Health System) and indirect costs (due to premature mortality and, consequently, years of lost productive life) obtained in the BAU scenario with three counterfactual scenarios. The first counterfactual scenario represented a halving of the annual increase in BMI. The second represented the maintenance of overweight, that is, if there is a maintenance of the current prevalence of overweight until 2030. The third represented a 6.7% reduction in the prevalence of overweight. Representing, respectively, the pessimistic, intermediate and optimistic scenarios. Results: We estimated that around R$ 4.2 billion would be spent on the direct cost of NCDs, through the continued increase in the prevalence of overweight observed between 2006 and 2019. The indirect costs would be R$ 45.5 billion. We estimate that halving of the annual increase in BMI by 2030, R$ 46 million would be saved with direct and indirect costs. In the intermediate scenario (maintenance of the prevalence of overweight by 2030) the savings would be of R$ 93 million. In the optimistic scenario (6.7% reduction in the prevalence of overweight by 2030), R$ 169 million would be saved. Conclusions: These results suggest that the economic burden of associated diseases tends to increase significantly, therefore, bold public policies are needed that allow not only the impediment of the advance, but a reduction in the prevalence of overweight in Brazil.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)CNPq - 442658/2019­2Universidade Federal de São PauloRezende, Leandro Fórnias Machado de [UNIFESP]Nilson, Eduardo Augusto Fernandeshttp://lattes.cnpq.br/6831630987055645http://lattes.cnpq.br/9091512207659059http://lattes.cnpq.br/0108116399102322Giannichi, Beatriz Vitória [UNIFESP]2023-06-02T14:01:20Z2023-06-02T14:01:20Z2023-04-26info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion59 f.application/pdfhttps://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67589porSão Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-08-12T17:26:34Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/67589Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-08-12T17:26:34Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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