Depressão e ansiedade na adolescência: o papel do baixo peso ao nascer e dos polimorfismos no sistema galaninérgico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Fernanda da Conceição Costa [UNIFESP]
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3911999
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/47926
Resumo: A presente tese foi dividida em dois capítulos. No primeiro capítulo, objetivou-se determinar se os adolescentes com histórico de baixo peso ao nascer são mais propensos a relatarem sintomas de depressão/ansiedade. Para tanto, realizou-se um estudo transversal com 102 adolescentes (40 meninos e 62 meninas) com idade de 10 a 18 anos. Foi observado que a incidência de sintomas de depressão nessa população estava presente em 63% dos adolescentes estratificados no primeiro quartil de peso ao nascer, enquanto que apenas 20% dos adolescentes no último quartil relataram a presença desses sintomas. Similarmente, quando se avaliou a sintomatologia de ansiedade constatou-se a sua presença em 83% dos adolescentes no primeiro quartil seguido por apenas 36% no último quartil de peso ao nascer. A análise logistíca demonstrou que as adolescentes do sexo feminino têm 4,9 vezes maiores chances de apresentar sintomas de ansiedade quando comparadas aos adolescentes do sexo masculino. Além disso, observou-se que os adolescentes cujo peso ao nascer encontrava-se no primeiro quartil demonstraram 8,4 vezes maiores chances de apresentarem sintomas de ansiedade. Por outro lado, os adolescentes que relataram a prática de atividade física maior ou igual a duas vezes por semana, apresentaram redução de 72% na chance de desenvolver sintomas de ansiedade. Resultados semelhantes foram observados quando considerada a sintomatologia depressiva. Também se observou que as adolescentes do sexo feminino tiveram 3,9 vezes maiores chances de apresentarem sintomas de depressão, e os adolescentes cujo peso ao nascer encontrava-se no primeiro quartil apresentaram 5,6 vezes maiores chances de desenvolverem depressão. Já a prática de atividade física regular foi eficaz em reduzir a chance de desenvolver os sintomas depressivos nos adolescentes em 77%. Assim, conclui-se que o estudo confirma os achados da literatura demonstrando que o baixo peso ao nascer está correlacionado com as taxas mais elevadas de sintomas de depressão e ansiedade durante a adolescência. Portanto, a presença de um ambiente fetal deletério parece ter impacto significativo sobre a presença de desordens psiquiátricas. No segundo capítulo, buscou-se investigar a importância de polimorfismos de base única (SNPs) no sistema galaninérgico e a presença de sintomas depressivos e ansiosos. Para isso, realizou-se estudo transversal com 87 adolescentes púberes (51 meninas e 36 meninos) avaliando-se os seguintes SNPs: rs948854 e rs4432027 presentes na região promotora do gene que codifica a galanina (GAL), rs11665337 presente no receptor GALR1 e o rs8836 presente em GALR2. Constatamos apenas em relação aos SNPs rs948854 e rs11665337 que os adolescentes portadores do genótipo GG e AG apresentavam valores medianos de escore de CDI significantemente maiores do que os adolescentes homozigotos AA, sugerindo que os portadores do alelo G para esses SNPs apresentam certa vulnerabilidade genética para o desenvolvimento de depressão. O mesmo não foi observado em relação ao escore do SCARED. Além disso, não encontramos alterações significantes nos escores de CDI e SCARED quando analisamos os SNPs rs4432027 e rs8836. E por fim, não observamos diferenças significantes no tocante à distribuição dos genótipos para os diferentes SNPs do sistema galaninérgico em relação à raça, gênero e ao estado nutricional atual da população estudada. Portanto, conclui-se que o SNP rs948854 que está localizado na região promotora do gene da GAL, bem como, o SNP rs11665337 presente no receptor GALR1, parece estar envolvido na modulação do estado depressivo, principalmente, naqueles indivíduos portadores dos genótipos AG e GG. Contudo, não foi observado relação dos diferentes SNPs no sistema galaninérgico com a presença de transtornos de ansiedade. O presente estudo reforça e complementa os achados da literatura sobre a importância das variações genéticas ocorridas no gene que codifica a GAL e o seu receptor GALR1 sobre a sintomatologia depressiva.
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No primeiro capítulo, objetivou-se determinar se os adolescentes com histórico de baixo peso ao nascer são mais propensos a relatarem sintomas de depressão/ansiedade. Para tanto, realizou-se um estudo transversal com 102 adolescentes (40 meninos e 62 meninas) com idade de 10 a 18 anos. Foi observado que a incidência de sintomas de depressão nessa população estava presente em 63% dos adolescentes estratificados no primeiro quartil de peso ao nascer, enquanto que apenas 20% dos adolescentes no último quartil relataram a presença desses sintomas. Similarmente, quando se avaliou a sintomatologia de ansiedade constatou-se a sua presença em 83% dos adolescentes no primeiro quartil seguido por apenas 36% no último quartil de peso ao nascer. A análise logistíca demonstrou que as adolescentes do sexo feminino têm 4,9 vezes maiores chances de apresentar sintomas de ansiedade quando comparadas aos adolescentes do sexo masculino. Além disso, observou-se que os adolescentes cujo peso ao nascer encontrava-se no primeiro quartil demonstraram 8,4 vezes maiores chances de apresentarem sintomas de ansiedade. Por outro lado, os adolescentes que relataram a prática de atividade física maior ou igual a duas vezes por semana, apresentaram redução de 72% na chance de desenvolver sintomas de ansiedade. Resultados semelhantes foram observados quando considerada a sintomatologia depressiva. Também se observou que as adolescentes do sexo feminino tiveram 3,9 vezes maiores chances de apresentarem sintomas de depressão, e os adolescentes cujo peso ao nascer encontrava-se no primeiro quartil apresentaram 5,6 vezes maiores chances de desenvolverem depressão. Já a prática de atividade física regular foi eficaz em reduzir a chance de desenvolver os sintomas depressivos nos adolescentes em 77%. Assim, conclui-se que o estudo confirma os achados da literatura demonstrando que o baixo peso ao nascer está correlacionado com as taxas mais elevadas de sintomas de depressão e ansiedade durante a adolescência. Portanto, a presença de um ambiente fetal deletério parece ter impacto significativo sobre a presença de desordens psiquiátricas. No segundo capítulo, buscou-se investigar a importância de polimorfismos de base única (SNPs) no sistema galaninérgico e a presença de sintomas depressivos e ansiosos. Para isso, realizou-se estudo transversal com 87 adolescentes púberes (51 meninas e 36 meninos) avaliando-se os seguintes SNPs: rs948854 e rs4432027 presentes na região promotora do gene que codifica a galanina (GAL), rs11665337 presente no receptor GALR1 e o rs8836 presente em GALR2. Constatamos apenas em relação aos SNPs rs948854 e rs11665337 que os adolescentes portadores do genótipo GG e AG apresentavam valores medianos de escore de CDI significantemente maiores do que os adolescentes homozigotos AA, sugerindo que os portadores do alelo G para esses SNPs apresentam certa vulnerabilidade genética para o desenvolvimento de depressão. O mesmo não foi observado em relação ao escore do SCARED. Além disso, não encontramos alterações significantes nos escores de CDI e SCARED quando analisamos os SNPs rs4432027 e rs8836. E por fim, não observamos diferenças significantes no tocante à distribuição dos genótipos para os diferentes SNPs do sistema galaninérgico em relação à raça, gênero e ao estado nutricional atual da população estudada. Portanto, conclui-se que o SNP rs948854 que está localizado na região promotora do gene da GAL, bem como, o SNP rs11665337 presente no receptor GALR1, parece estar envolvido na modulação do estado depressivo, principalmente, naqueles indivíduos portadores dos genótipos AG e GG. Contudo, não foi observado relação dos diferentes SNPs no sistema galaninérgico com a presença de transtornos de ansiedade. O presente estudo reforça e complementa os achados da literatura sobre a importância das variações genéticas ocorridas no gene que codifica a GAL e o seu receptor GALR1 sobre a sintomatologia depressiva.This thesis has been divided into two chapters. In the first chapter, the objective was to determine whether adolescents, with a history of low birth weight, are more likely to report symptoms of depression/anxiety. Therefore, a cross-sectional study, with 102 adolescents (40 boys and 62 girls) aged 10-18 years was conducted. It was observed that the incidence of depression symptoms among this population was present in 63% of the adolescents stratified in the first quartile of birth weight, while only 20% of adolescents in the last quartile reported the presence of these symptoms. Similarly, when assessing the symptomatology of anxiety, it was verified that 83% of the adolescents in the first quartile presented the symptoms, followed only by 36% in the last quartile of birth weight. The logistics analysis showed that female adolescents are 4.9 times more likely to have symptoms of anxiety when compared with male adolescents. In addition, it was observed that the adolescents, whose birth weight was in the first quartile, showed 8,4 times more chances to present the anxiety symptoms. On the other hand, adolescents who reported a physical activity practice greater than or equal to two times a week showed 72% chance to develop anxiety symptoms. Similar results were observed when considering the depressive symptomatology. It was also observed that the female adolescents were 3.9 times more likely to have symptoms of depression, and adolescents in the first quartile of birth weight presented 5.6 times more chances to develop depression. However, the regular practice of physical activity was effective to reduce the chance of developing depression symptoms in 77%. Thus, it is concluded that the study confirms the finding in literature showing that low birth weight is correlated with higher rates of symptoms of depression and anxiety during adolescence. Therefore, the presence of a deleterious fetal environment appears to have a significant impact on the presence of psychiatric disorders. In the second chapter, we sought to investigate the importance of single nucleotide polymorphisms (SNPs) in the galaninergic system, and the presence of depression symptoms and anxiety. For this, a cross-sectional study with 87 pubescent adolescents (51 girls and 36 boys) was realized, evaluating the following SNPs: rs948854 and rs4432027 present in the gene promoter region encoding galanin (GAL), rs11665337 found in the GALR1 receptor and the rs8836 present in GALR2. We verified that, only in relation to the SNPs rs948854 and rs11665337, the adolescents carrying the GG and AG genotype had median scores of CDI significantly higher than adolescents homozygous AA, suggesting that carriers of the G allele for these SNPs have certain genetic vulnerability to develop depression. The same was not observed for the SCARED score. Moreover, we found no significant changes in the scores of CDI and SCARED when analyzing SNPs rs4432027 and rs8836. Finally, we observed no significant differences regarding the distribution of genotypes for the different SNPs of the galaninergic system in relation to race, gender and current nutritional status of the population studied. Therefore, it is concluded that the SNP rs948854 which is located in the promoter gene region of the GAL gene, as well as the SNP rs11665337 present in GALR1 receptor, seem to be involved in the modulation of depressive state, especially in those individuals with genotypes AG and GG. However, we found no relationship between the different SNPs in galaninergic system with the presence of anxiety disorders. This study reinforces and complements the findings in the literature on the importance of genetic variations in the gene encoding GAL and its GALR1 receptor on depressive symptoms.Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)FAPESP: 13/03139-0Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2013 a 2016)90 f.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)AdolescenteDepressãoAnsiedadeRecém-nascido de baixo pesoGalanina/receptores de galaninaPolimorfismo de nucleotídeo únicoTeenagerDepressionAnxietyLow birth weight newbornGalaninGalanin receptorsSingle nucleotide polymorphismDepressão e ansiedade na adolescência: o papel do baixo peso ao nascer e dos polimorfismos no sistema galaninérgicoDepression and anxiety in adolescence: the role of low birth weight and polymorphisms in galaninergic systeminfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPSão Paulo, Escola Paulista de Medicina (EPM)Medicina TranslacionalCiências da saúdeMedicinaORIGINALFernanda da Conceição Costa Machado - PDF A.pdfFernanda da Conceição Costa Machado - PDF A.pdfTese de doutoradoapplication/pdf1490545${dspace.ui.url}/bitstream/11600/47926/2/Fernanda%20da%20Concei%c3%a7%c3%a3o%20Costa%20Machado%20-%20PDF%20A.pdf0f3599142c210a0edb2a5b4ebba3b424MD52open access11600/479262023-08-16 12:35:16.985open accessRepositório InstitucionalPUB
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description A presente tese foi dividida em dois capítulos. No primeiro capítulo, objetivou-se determinar se os adolescentes com histórico de baixo peso ao nascer são mais propensos a relatarem sintomas de depressão/ansiedade. Para tanto, realizou-se um estudo transversal com 102 adolescentes (40 meninos e 62 meninas) com idade de 10 a 18 anos. Foi observado que a incidência de sintomas de depressão nessa população estava presente em 63% dos adolescentes estratificados no primeiro quartil de peso ao nascer, enquanto que apenas 20% dos adolescentes no último quartil relataram a presença desses sintomas. Similarmente, quando se avaliou a sintomatologia de ansiedade constatou-se a sua presença em 83% dos adolescentes no primeiro quartil seguido por apenas 36% no último quartil de peso ao nascer. A análise logistíca demonstrou que as adolescentes do sexo feminino têm 4,9 vezes maiores chances de apresentar sintomas de ansiedade quando comparadas aos adolescentes do sexo masculino. Além disso, observou-se que os adolescentes cujo peso ao nascer encontrava-se no primeiro quartil demonstraram 8,4 vezes maiores chances de apresentarem sintomas de ansiedade. Por outro lado, os adolescentes que relataram a prática de atividade física maior ou igual a duas vezes por semana, apresentaram redução de 72% na chance de desenvolver sintomas de ansiedade. Resultados semelhantes foram observados quando considerada a sintomatologia depressiva. Também se observou que as adolescentes do sexo feminino tiveram 3,9 vezes maiores chances de apresentarem sintomas de depressão, e os adolescentes cujo peso ao nascer encontrava-se no primeiro quartil apresentaram 5,6 vezes maiores chances de desenvolverem depressão. Já a prática de atividade física regular foi eficaz em reduzir a chance de desenvolver os sintomas depressivos nos adolescentes em 77%. Assim, conclui-se que o estudo confirma os achados da literatura demonstrando que o baixo peso ao nascer está correlacionado com as taxas mais elevadas de sintomas de depressão e ansiedade durante a adolescência. Portanto, a presença de um ambiente fetal deletério parece ter impacto significativo sobre a presença de desordens psiquiátricas. No segundo capítulo, buscou-se investigar a importância de polimorfismos de base única (SNPs) no sistema galaninérgico e a presença de sintomas depressivos e ansiosos. Para isso, realizou-se estudo transversal com 87 adolescentes púberes (51 meninas e 36 meninos) avaliando-se os seguintes SNPs: rs948854 e rs4432027 presentes na região promotora do gene que codifica a galanina (GAL), rs11665337 presente no receptor GALR1 e o rs8836 presente em GALR2. Constatamos apenas em relação aos SNPs rs948854 e rs11665337 que os adolescentes portadores do genótipo GG e AG apresentavam valores medianos de escore de CDI significantemente maiores do que os adolescentes homozigotos AA, sugerindo que os portadores do alelo G para esses SNPs apresentam certa vulnerabilidade genética para o desenvolvimento de depressão. O mesmo não foi observado em relação ao escore do SCARED. Além disso, não encontramos alterações significantes nos escores de CDI e SCARED quando analisamos os SNPs rs4432027 e rs8836. E por fim, não observamos diferenças significantes no tocante à distribuição dos genótipos para os diferentes SNPs do sistema galaninérgico em relação à raça, gênero e ao estado nutricional atual da população estudada. Portanto, conclui-se que o SNP rs948854 que está localizado na região promotora do gene da GAL, bem como, o SNP rs11665337 presente no receptor GALR1, parece estar envolvido na modulação do estado depressivo, principalmente, naqueles indivíduos portadores dos genótipos AG e GG. Contudo, não foi observado relação dos diferentes SNPs no sistema galaninérgico com a presença de transtornos de ansiedade. O presente estudo reforça e complementa os achados da literatura sobre a importância das variações genéticas ocorridas no gene que codifica a GAL e o seu receptor GALR1 sobre a sintomatologia depressiva.
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