Espaço de fé e relações de poder: o recolhimento feminino de Santa Clara de Sorocaba (1800-1850)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Garcia, Bruna De Oliveira [UNIFESP]
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9570505
https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/64917
Resumo: Desde a conquista e o início da colonização na América, a Coroa portuguesa deu preferência ao estabelecimento de ordens religiosas masculinas. O primeiro convento de uma ordem feminina só foi permitido em 1677, o Convento do Desterro, pertencente a Ordem Concepcionista, na Bahia. Apesar das dificuldades impostas pela Coroa, recolhimentos femininos foram fundados nas capitanias da América portuguesa. Alguns obtinham autorização régia, outros possuíam estatutos e funcionavam mesmo sem essa autorização. Essas instituições, que já existiam em Portugal, com outros usos, ajudou a suprir a falta de conventos no Brasil e a desenvolver a vida religiosa feminina, mesmo que tardiamente. Assim o debate sobre as mulheres coloniais e imperiais precisa também ser analisado pelo ponto de vista das mulheres que escolheram ou que lhes foi imposta a condição de religiosa, já que para aquela sociedade apenas dois caminhos eram destinados às mulheres: o casamento ou a religião. O Recolhimento de Santa Clara de Sorocaba se insere nessas questões, fundado por mulheres em uma vila relativamente afastada dos centros de poder, em um momento onde o Brasil estava passando por mudanças importantes como a chagada da Família Real e depois a Proclamação da Independência. A documentação consultada nos permite analisar e entender a complexidade da vida religiosa feminina e de como as instituições religiosas femininas muitas vezes tinham usos diversos dentro da mesma sociedade.
id UFSP_741b744779617e3b081ead77d40def17
oai_identifier_str oai:repositorio.unifesp.br:11600/64917
network_acronym_str UFSP
network_name_str Repositório Institucional da UNIFESP
repository_id_str 3465
spelling Garcia, Bruna De Oliveira [UNIFESP]Universidade Federal de São PauloRodrigues, Jaime [UNIFESP]2022-07-25T14:20:44Z2022-07-25T14:20:44Z2020-02-14https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9570505https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/64917BRUNA DE OLIVEIRA GARCIA.pdfDesde a conquista e o início da colonização na América, a Coroa portuguesa deu preferência ao estabelecimento de ordens religiosas masculinas. O primeiro convento de uma ordem feminina só foi permitido em 1677, o Convento do Desterro, pertencente a Ordem Concepcionista, na Bahia. Apesar das dificuldades impostas pela Coroa, recolhimentos femininos foram fundados nas capitanias da América portuguesa. Alguns obtinham autorização régia, outros possuíam estatutos e funcionavam mesmo sem essa autorização. Essas instituições, que já existiam em Portugal, com outros usos, ajudou a suprir a falta de conventos no Brasil e a desenvolver a vida religiosa feminina, mesmo que tardiamente. Assim o debate sobre as mulheres coloniais e imperiais precisa também ser analisado pelo ponto de vista das mulheres que escolheram ou que lhes foi imposta a condição de religiosa, já que para aquela sociedade apenas dois caminhos eram destinados às mulheres: o casamento ou a religião. O Recolhimento de Santa Clara de Sorocaba se insere nessas questões, fundado por mulheres em uma vila relativamente afastada dos centros de poder, em um momento onde o Brasil estava passando por mudanças importantes como a chagada da Família Real e depois a Proclamação da Independência. A documentação consultada nos permite analisar e entender a complexidade da vida religiosa feminina e de como as instituições religiosas femininas muitas vezes tinham usos diversos dentro da mesma sociedade.Since the conquest and beginning of colonization of America, the Portuguese Crown has given preference to the establishment of male religious orders. The first convent of a female order was not allowed until 1677, in Bahia, the Convent of Desterro, belonging to the Conceptionist Order. Despite the difficulties imposed by the Crown, feminine institutions were founded in the captaincies of Portuguese America. Some obtained royal authorization, others had statutes and functioned even without such authorization. These institutions, which already existed in Portugal, with other uses, helped to fill the lack of convents in Brazil and to develop the female religious life, even late. Thus the debate on colonial and imperial women also needs to be analyzed from the point of view of the women who chosSince the conquest and beginning of colonization of America, the Portuguese Crown has given preference to the establishment of male religious orders. The first convent of a female order was not allowed until 1677, in Bahia, the Convent of Desterro, belonging to the Conceptionist Order. Despite the difficulties imposed by the Crown, feminine institutions were founded in the captaincies of Portuguese America. Some obtained royal authorization, others had statutes and functioned even without such authorization. These institutions, which already existed in Portugal, with other uses, helped to fill the lack of convents in Brazil and to develop the female religious life, even late. Thus the debate on colonial and imperial women also needs to be analyzed from the point of view of the women who chose or received the imposition their religious status, since for that society only two ways were intended for women: marriage or religion. The Santa Clara de Sorocaba Convent fits into these issues, founded by women in a village relatively remote from center political power, at a time when Brazil was undergoing major changes such as the arrival of the Royal Family and then Proclamation of Independence. The documentation consulted allows us to analyze and understand the complexity of women’s religious life and how women’s religious institutions often had other uses within the same society.e or received the imposition their religious status, since for that society only two ways were intended for women: marriage or religion. The Santa Clara de Sorocaba Convent fits into these issues, founded by women in a village relatively remote from center political power, at a time when Brazil was undergoing major changes such as the arrival of the Royal Family and then Proclamation of Independence. The documentation consulted allows us to analyze and understand the complexity of women’s religious life and how women’s religious institutions often had other uses within the same society.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2020)140 p.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)MulheresRecolhimentoSorocabaGêneroBrasil ColôniaWomanConventSorocabaGenderColonial BrazilEspaço de fé e relações de poder: o recolhimento feminino de Santa Clara de Sorocaba (1800-1850)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisMestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPGuarulhos, Escola de Filosofia, Letras e Ciências HumanasHistóriaHistória E HistoriografiaInstituições, Vida Material E ConflitoORIGINALBRUNA DE OLIVEIRA GARCIA.pdfBRUNA DE OLIVEIRA GARCIA.pdfapplication/pdf1046873${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64917/1/BRUNA%20DE%20OLIVEIRA%20GARCIA.pdfd9235cdad41208e74ac5cedefbfb94bdMD51open accessTEXTBRUNA DE OLIVEIRA GARCIA.pdf.txtBRUNA DE OLIVEIRA GARCIA.pdf.txtExtracted texttext/plain317410${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64917/5/BRUNA%20DE%20OLIVEIRA%20GARCIA.pdf.txt26726f1fd6d8fd49ae899153bc8deb0cMD55open accessTHUMBNAILBRUNA DE OLIVEIRA GARCIA.pdf.jpgBRUNA DE OLIVEIRA GARCIA.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3561${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64917/7/BRUNA%20DE%20OLIVEIRA%20GARCIA.pdf.jpgfabf1f4bd8eaca0db720b9d81a9bd2a7MD57open access11600/649172023-05-15 09:16:25.537open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/64917Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-05-15T12:16:25Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Espaço de fé e relações de poder: o recolhimento feminino de Santa Clara de Sorocaba (1800-1850)
title Espaço de fé e relações de poder: o recolhimento feminino de Santa Clara de Sorocaba (1800-1850)
spellingShingle Espaço de fé e relações de poder: o recolhimento feminino de Santa Clara de Sorocaba (1800-1850)
Garcia, Bruna De Oliveira [UNIFESP]
Mulheres
Recolhimento
Sorocaba
Gênero
Brasil Colônia
Woman
Convent
Sorocaba
Gender
Colonial Brazil
title_short Espaço de fé e relações de poder: o recolhimento feminino de Santa Clara de Sorocaba (1800-1850)
title_full Espaço de fé e relações de poder: o recolhimento feminino de Santa Clara de Sorocaba (1800-1850)
title_fullStr Espaço de fé e relações de poder: o recolhimento feminino de Santa Clara de Sorocaba (1800-1850)
title_full_unstemmed Espaço de fé e relações de poder: o recolhimento feminino de Santa Clara de Sorocaba (1800-1850)
title_sort Espaço de fé e relações de poder: o recolhimento feminino de Santa Clara de Sorocaba (1800-1850)
author Garcia, Bruna De Oliveira [UNIFESP]
author_facet Garcia, Bruna De Oliveira [UNIFESP]
author_role author
dc.contributor.institution.pt.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo
dc.contributor.author.fl_str_mv Garcia, Bruna De Oliveira [UNIFESP]
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Rodrigues, Jaime [UNIFESP]
contributor_str_mv Rodrigues, Jaime [UNIFESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Mulheres
Recolhimento
Sorocaba
Gênero
Brasil Colônia
topic Mulheres
Recolhimento
Sorocaba
Gênero
Brasil Colônia
Woman
Convent
Sorocaba
Gender
Colonial Brazil
dc.subject.eng.fl_str_mv Woman
Convent
Sorocaba
Gender
Colonial Brazil
description Desde a conquista e o início da colonização na América, a Coroa portuguesa deu preferência ao estabelecimento de ordens religiosas masculinas. O primeiro convento de uma ordem feminina só foi permitido em 1677, o Convento do Desterro, pertencente a Ordem Concepcionista, na Bahia. Apesar das dificuldades impostas pela Coroa, recolhimentos femininos foram fundados nas capitanias da América portuguesa. Alguns obtinham autorização régia, outros possuíam estatutos e funcionavam mesmo sem essa autorização. Essas instituições, que já existiam em Portugal, com outros usos, ajudou a suprir a falta de conventos no Brasil e a desenvolver a vida religiosa feminina, mesmo que tardiamente. Assim o debate sobre as mulheres coloniais e imperiais precisa também ser analisado pelo ponto de vista das mulheres que escolheram ou que lhes foi imposta a condição de religiosa, já que para aquela sociedade apenas dois caminhos eram destinados às mulheres: o casamento ou a religião. O Recolhimento de Santa Clara de Sorocaba se insere nessas questões, fundado por mulheres em uma vila relativamente afastada dos centros de poder, em um momento onde o Brasil estava passando por mudanças importantes como a chagada da Família Real e depois a Proclamação da Independência. A documentação consultada nos permite analisar e entender a complexidade da vida religiosa feminina e de como as instituições religiosas femininas muitas vezes tinham usos diversos dentro da mesma sociedade.
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-02-14
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-07-25T14:20:44Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-07-25T14:20:44Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.pt.fl_str_mv https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9570505
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/64917
dc.identifier.file.none.fl_str_mv BRUNA DE OLIVEIRA GARCIA.pdf
url https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9570505
https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/64917
identifier_str_mv BRUNA DE OLIVEIRA GARCIA.pdf
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 140 p.
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNIFESP
instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron:UNIFESP
instname_str Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron_str UNIFESP
institution UNIFESP
reponame_str Repositório Institucional da UNIFESP
collection Repositório Institucional da UNIFESP
bitstream.url.fl_str_mv ${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64917/1/BRUNA%20DE%20OLIVEIRA%20GARCIA.pdf
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64917/5/BRUNA%20DE%20OLIVEIRA%20GARCIA.pdf.txt
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64917/7/BRUNA%20DE%20OLIVEIRA%20GARCIA.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv d9235cdad41208e74ac5cedefbfb94bd
26726f1fd6d8fd49ae899153bc8deb0c
fabf1f4bd8eaca0db720b9d81a9bd2a7
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1802764237382090752