Efeitos da fluoxetina na amígdala basolateral sobre as fases da memória e do comportamento tipo-ansioso em ratos submetidos à esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | https://repositorio.unifesp.br/11600/69613 |
Resumo: | A memória e a ansiedade são fenômenos relacionados, de modo que a ansiedade modula diferentes etapas da formação da memória, assim como déficits cognitivos estão presentes em transtornos de ansiedade. Sabe-se que tanto o complexo amigdaloide quanto a transmissão serotoninérgica influenciam ambos. Recentemente verificamos que manipulações da transmissão serotonérgica na amígdala influenciam a aquisição da esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado (EDL, utilizada para estudar a relação entre memória e ansiedade em roedores). Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é avaliar os efeitos da administração do inibidor seletivo da recaptação de serotonina fluoxetina na amígdala basolateral (ABL) sobre o comportamento tipo ansioso e nas diferentes fases da memória (consolidação, evocação e extinção) de ratos submetidos à EDL. O aparato da EDL consiste em dois braços abertos opostos a dois braços fechados, um dos quais com acionamento de estímulos aversivos (luz e ruído) à entrada do animal (braço aversivo). Após 24 (evocação) e 48h (extinção), são realizados o teste e o reteste, respectivamente, na ausência de estimulação aversiva. A exploração dos braços fechados aversivo e não-aversivo é utilizada como medida de aprendizado (treino), consolidação e evocação (teste) e extinção (reteste). Ao mesmo tempo, avalia-se o comportamento tipo ansioso pela exploração dos braços abertos. Ratos Wistar machos de 3 meses receberam salina ou fluoxetina 1,6 nmol (inibidor da recaptação de serotonina) na ABL (0,5L a 0,5L/min); e salina ou fluoxetina (10mg/Kg) por via intraperitoneal (IP) em um dos seguintes momentos: logo após o treino (para avaliação dos efeitos na consolidação); 15 minutos antes da sessão de teste (para avaliação dos efeitos na evocação); logo após o teste e 15 minutos previamente a uma sessão de reteste (para avaliação da extinção). Os principais resultados mostraram que: (1) a administração intra-amígdala de fluoxetina gerou déficit nos processos de evocação e extinção; (2) a administração local não teve efeito sobre ansiedade; (3) a administração sistêmica de fluoxetina gerou déficit na evocação da memória, mas não na extinção; (4) a administração sistêmica de fluoxetina gerou um efeito ansiogênico e efeito hipolocomotor, os quais não ocorreram com a administração local. Nossos dados mostraram que os efeitos da fluoxetina sobre os fenômenos de memória e ansiedade parecem desassociados. Além disso, a presença do efeito ansiogênico da fluoxetina apenas quando administrada sistemicamente sugere a participação de outras regiões cerebrais nessa ação. Por fim, o efeito da fluoxetina sobre a extinção ocorreu apenas com a administração local, ao contrário dos efeitos sobre a evocação, sugerindo que mecanismos diferentes embasam a participação da transmissão serotonérgica da amígdala nas fases da memória. |
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Kurita, João Paulo de Freitashttps://lattes.cnpq.br/3052025665611785http://lattes.cnpq.br/0101190051087933Silva, Regina HelenaUniversidade Federal de São PauloSão Paulo2023-12-08T18:27:03Z2023-12-08T18:27:03Z2023-06-28KURITA, João Paulo de Freitas. Efeitos da fluoxetina na amígdala basolateral sobre as fases da memória e do comportamento tipo-ansioso em ratos submetidos à esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado. 2023. Tese (Doutorado em Farmacologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, 2023.https://repositorio.unifesp.br/11600/69613A memória e a ansiedade são fenômenos relacionados, de modo que a ansiedade modula diferentes etapas da formação da memória, assim como déficits cognitivos estão presentes em transtornos de ansiedade. Sabe-se que tanto o complexo amigdaloide quanto a transmissão serotoninérgica influenciam ambos. Recentemente verificamos que manipulações da transmissão serotonérgica na amígdala influenciam a aquisição da esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado (EDL, utilizada para estudar a relação entre memória e ansiedade em roedores). Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é avaliar os efeitos da administração do inibidor seletivo da recaptação de serotonina fluoxetina na amígdala basolateral (ABL) sobre o comportamento tipo ansioso e nas diferentes fases da memória (consolidação, evocação e extinção) de ratos submetidos à EDL. O aparato da EDL consiste em dois braços abertos opostos a dois braços fechados, um dos quais com acionamento de estímulos aversivos (luz e ruído) à entrada do animal (braço aversivo). Após 24 (evocação) e 48h (extinção), são realizados o teste e o reteste, respectivamente, na ausência de estimulação aversiva. A exploração dos braços fechados aversivo e não-aversivo é utilizada como medida de aprendizado (treino), consolidação e evocação (teste) e extinção (reteste). Ao mesmo tempo, avalia-se o comportamento tipo ansioso pela exploração dos braços abertos. Ratos Wistar machos de 3 meses receberam salina ou fluoxetina 1,6 nmol (inibidor da recaptação de serotonina) na ABL (0,5L a 0,5L/min); e salina ou fluoxetina (10mg/Kg) por via intraperitoneal (IP) em um dos seguintes momentos: logo após o treino (para avaliação dos efeitos na consolidação); 15 minutos antes da sessão de teste (para avaliação dos efeitos na evocação); logo após o teste e 15 minutos previamente a uma sessão de reteste (para avaliação da extinção). Os principais resultados mostraram que: (1) a administração intra-amígdala de fluoxetina gerou déficit nos processos de evocação e extinção; (2) a administração local não teve efeito sobre ansiedade; (3) a administração sistêmica de fluoxetina gerou déficit na evocação da memória, mas não na extinção; (4) a administração sistêmica de fluoxetina gerou um efeito ansiogênico e efeito hipolocomotor, os quais não ocorreram com a administração local. Nossos dados mostraram que os efeitos da fluoxetina sobre os fenômenos de memória e ansiedade parecem desassociados. Além disso, a presença do efeito ansiogênico da fluoxetina apenas quando administrada sistemicamente sugere a participação de outras regiões cerebrais nessa ação. Por fim, o efeito da fluoxetina sobre a extinção ocorreu apenas com a administração local, ao contrário dos efeitos sobre a evocação, sugerindo que mecanismos diferentes embasam a participação da transmissão serotonérgica da amígdala nas fases da memória.Memory and anxiety are related phenomena. While anxiety modulates memory, cognitive deficits are present in anxiety disorders. The neural mechanisms of this relationship are not fully understood, but both the amygdaloid complex and serotonergic transmission influence both. In addition, anxiety can interfere with memory at different stages of the process. The plus-maze discriminative avoidance task (PMDAT) is used to study memory in rodents, concomitantly providing information about the animals' anxiety levels. We have recently verified that manipulations of serotonergic transmission in the amygdala influence the acquisition of PMDAT. The aim of this study is to evaluate the effects of the selective serotonin reuptake inhibitor fluoxetine into the basolateral amygdala (BLA) on anxiety-like behavior and the other memory phases (consolidation, retrieval and extinction) of rats submitted to PMDAT. The PMDAT apparatus consists of two open arms opposite to two closed arms, in one of which aversive stimuli (light and noise) are triggered upon the animal's entrance (aversive arm). The test and retest sessions are performed after 24 and 48 hours, respectively, in the absence of aversive stimulation. The exploration of the aversive and non-aversive closed arms is used as a measure of learning (training), consolidation and retrieval (test), and extinction (retest). At the same time, anxiety-like behavior is assessed by open-arms exploration. Three-month-old male Wistar rats received saline or 1.6 nmol fluoxetine in the BLA (0.5L at 0.5L/min) and saline or fluoxetine (10 mg/Kg) intraperitoneally (IP) at one of the following time points: right after training (to assess effects on consolidation); 15 minutes before the test session (to assess effects on retrieval); right after the test and 15 minutes prior to a retest session (to assess extinction). The main results showed that: (1) intra-amigdala fluoxetine administration generated deficits in retrieval and extinction processes; (2) the local administration had no effect on anxiety; (3) systemic administration of fluoxetine generated retrieval, but not extinction, deficits; (4) systemic fluoxetine produced anxiogenic and hypolocomotor effects, which were not observed after intra-amígdala administration. In conclusion, our results indicate that the effects of fluoxetine on memory and anxiety phenomena seem to be dissociated. In addition, the fact that the anxiogenic effect of the drug is present only after systemic injection suggests a role for other brain regions. Finally, the effect of fluoxetine on extinction occurred only after local injection, opposite to the effects on retrieval, suggesting that different underlying mechanisms for the role of serotonergic transmission in memory stages.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)88882.330497/2019-01261 f.porUniversidade Federal de São PauloMemóriaAnsiedadeAmígdala basolateralTransmissão serotoninérgicaSerotoninaFluoxetinaEfeitos da fluoxetina na amígdala basolateral sobre as fases da memória e do comportamento tipo-ansioso em ratos submetidos à esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevadoEffects of fluoxetine in the basolateral amygdala on memory stages and anxiety-like behavior in rats submitted to plus-maze discriminative avoidance taskinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPEscola Paulista de Medicina (EPM)FarmacologiaFarmacologiaNeuropsicofarmacologiaTEXTTese de Doutorado João Paulo Kurita PDF-A.pdf.txtTese de Doutorado João Paulo Kurita PDF-A.pdf.txtExtracted texttext/plain325549${dspace.ui.url}/bitstream/11600/69613/6/Tese%20de%20Doutorado%20Jo%c3%a3o%20Paulo%20Kurita%20PDF-A.pdf.txtf28455685d034d51bafcc792f15fe798MD56open accessTHUMBNAILTese de Doutorado João Paulo Kurita PDF-A.pdf.jpgTese de Doutorado João Paulo Kurita PDF-A.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg4001${dspace.ui.url}/bitstream/11600/69613/8/Tese%20de%20Doutorado%20Jo%c3%a3o%20Paulo%20Kurita%20PDF-A.pdf.jpg7b6e11919271785ee44dd670541f6246MD58open accessORIGINALTese de Doutorado João Paulo Kurita PDF-A.pdfTese de Doutorado João Paulo Kurita PDF-A.pdfTese de doutorado pós defesaapplication/pdf1297595${dspace.ui.url}/bitstream/11600/69613/1/Tese%20de%20Doutorado%20Jo%c3%a3o%20Paulo%20Kurita%20PDF-A.pdfbe963378b474c1caa9bc06c92dced77fMD51open 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Efeitos da fluoxetina na amígdala basolateral sobre as fases da memória e do comportamento tipo-ansioso em ratos submetidos à esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado |
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Effects of fluoxetine in the basolateral amygdala on memory stages and anxiety-like behavior in rats submitted to plus-maze discriminative avoidance task |
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Efeitos da fluoxetina na amígdala basolateral sobre as fases da memória e do comportamento tipo-ansioso em ratos submetidos à esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado Kurita, João Paulo de Freitas Memória Ansiedade Amígdala basolateral Transmissão serotoninérgica Serotonina Fluoxetina |
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A memória e a ansiedade são fenômenos relacionados, de modo que a ansiedade modula diferentes etapas da formação da memória, assim como déficits cognitivos estão presentes em transtornos de ansiedade. Sabe-se que tanto o complexo amigdaloide quanto a transmissão serotoninérgica influenciam ambos. Recentemente verificamos que manipulações da transmissão serotonérgica na amígdala influenciam a aquisição da esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado (EDL, utilizada para estudar a relação entre memória e ansiedade em roedores). Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é avaliar os efeitos da administração do inibidor seletivo da recaptação de serotonina fluoxetina na amígdala basolateral (ABL) sobre o comportamento tipo ansioso e nas diferentes fases da memória (consolidação, evocação e extinção) de ratos submetidos à EDL. O aparato da EDL consiste em dois braços abertos opostos a dois braços fechados, um dos quais com acionamento de estímulos aversivos (luz e ruído) à entrada do animal (braço aversivo). Após 24 (evocação) e 48h (extinção), são realizados o teste e o reteste, respectivamente, na ausência de estimulação aversiva. A exploração dos braços fechados aversivo e não-aversivo é utilizada como medida de aprendizado (treino), consolidação e evocação (teste) e extinção (reteste). Ao mesmo tempo, avalia-se o comportamento tipo ansioso pela exploração dos braços abertos. Ratos Wistar machos de 3 meses receberam salina ou fluoxetina 1,6 nmol (inibidor da recaptação de serotonina) na ABL (0,5L a 0,5L/min); e salina ou fluoxetina (10mg/Kg) por via intraperitoneal (IP) em um dos seguintes momentos: logo após o treino (para avaliação dos efeitos na consolidação); 15 minutos antes da sessão de teste (para avaliação dos efeitos na evocação); logo após o teste e 15 minutos previamente a uma sessão de reteste (para avaliação da extinção). Os principais resultados mostraram que: (1) a administração intra-amígdala de fluoxetina gerou déficit nos processos de evocação e extinção; (2) a administração local não teve efeito sobre ansiedade; (3) a administração sistêmica de fluoxetina gerou déficit na evocação da memória, mas não na extinção; (4) a administração sistêmica de fluoxetina gerou um efeito ansiogênico e efeito hipolocomotor, os quais não ocorreram com a administração local. Nossos dados mostraram que os efeitos da fluoxetina sobre os fenômenos de memória e ansiedade parecem desassociados. Além disso, a presença do efeito ansiogênico da fluoxetina apenas quando administrada sistemicamente sugere a participação de outras regiões cerebrais nessa ação. Por fim, o efeito da fluoxetina sobre a extinção ocorreu apenas com a administração local, ao contrário dos efeitos sobre a evocação, sugerindo que mecanismos diferentes embasam a participação da transmissão serotonérgica da amígdala nas fases da memória. |
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