Instrumentos de avaliação do desenvolvimento infantil e o brincar: considerações para a terapia ocupacional

• Autor(a) principal: Neves, Giulia Messias [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69982
• topic: Terapia Ocupacional; Brincar; Instrumentos de avaliação do desenvolvimento infantil; Instruments of evolution of child development; Playing; Occupational Therapist

A infância é uma fase essencial na vida humana e deve receber atenção e cuidado, já que os estímulos, oportunidades, ambientes e recursos que forem ofertados neste período são determinantes para o desenvolvimento infantil. Ainda, o brincar, como principal atividade da infância, atua como uma atividade promotora do desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo da criança e por isso deve ser primordialmente estimulado. Nesse sentido, sabendo que as ocupações são objeto de estudo da Terapia Ocupacional, este trabalho busca compreender como a principal ocupação infantil, o brincar, é considerada pelos instrumentos de avaliação que compõem a clínica de terapia ocupacional na infância. Objetivo: Compreender se os instrumentos de avaliação do desenvolvimento infantil utilizados na clínica da Terapia Ocupacional contemplam a dimensão do brincar. Método: Trata-se de uma pesquisa documental que busca analisar os instrumentos de avaliação Inventário de Avaliação Pediátrica, Protocolo Perfil Sensorial, Medida do Processamento Sensorial e Modelo Lúdico, a fim de averiguar como a dimensão do brincar é abordado em seus conteúdos. Após isso, estes resultados foram correlacionados a outros referenciais teóricos que sustentam a importância do brincar. Resultados: O brincar foi encontrado de forma escassa nos instrumentos Inventário de Avaliação Pediátrica, Protocolo Perfil Sensorial e Medida do Processamento Sensorial, além de ser evidenciado o quanto estes instrumentos estão voltados para a análise de incapacidades e disfunções em relação ao desenvolvimento infantil, com a finalidade de planejar intervenções para a compensação das mesmas, limitando o olhar do terapeuta ocupacional para as atividades e ocupações da infância. Conclusão: Diante das análises minuciosas dos instrumentos Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade, Protocolo Perfil Sensorial, Medida do Processamento da Incapacidade e Modelo Lúdico, e dos únicos estudos encontrados que abordaram o Modelo Lúdico e o brincar, pontua-se a insuficiência dos outros três instrumentos para a prática da Terapia Ocupacional. Isto porque, a mesma tem como pretexto a garantia da ocupação e engajamento dos sujeitos, no caso da infância o principal papel ocupacional é o brincar, que é abordado de forma insuficiente enquanto estes instrumentos voltam-se para a análise de desvios do desenvolvimento infantil e o planejamento de intervenções a fim de compensarem a estes.