Avaliação das alterações bioquímicas e do prognóstico dos pacientes com COVID-19

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Zanão, Paloma Lemos [UNIFESP]
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/11600/65689
Resumo: INTRODUÇÃO: inúmeras previsões têm sido feitas em relação à evolução da pandemia de COVID-19, que teve início em Wuhan, China, espalhando-se pelo mundo. Muitos pesquisadores se voltaram para a busca de respostas da história natural da doença. OBJETIVOS: avaliar as características clinicas e bioquímicas dos pacientes com COVID-19, a evolução da doença e o prognóstico, e identificar quais as alterações clínicas e bioquímicas mais frequentes que foram preditivas de gravidade nos pacientes que evoluíram na doença do estágio moderado para grave. MÉTODO: estudo de coorte prospectivo, realizado no Hospital São Paulo (HSP), no período de abril de 2020 a dezembro de 2021. Pacientes que foram internados com diagnóstico confirmado de COVID-19 com apresentação moderada e grave da doença foram incluídos no estudo. Foram coletados dos prontuários dados clínicos, morbidade associada, sinais de agravamento da COVID-19, exames laboratoriais tratamento e evolução. Na análise descritiva, os dados foram apresentados utilizando-se frequências absolutas e percentuais, médias, desvios padrão, valores mínimos e máximos, comparando-se os grupos com apresentação moderada e grave da doença. Os Testes do Qui-Quadrado de Pearson, Exato de Fisher, Mann-Whitney ou t de Student foram utilizados, conforme apropriado, para comparar as diferenças entre os grupos dos moderados e graves. O nível de significância adotado foi de 0,05. Para identificar a evolução dos pacientes quanto à gravidade da infecção, foi realizada a abordagem univariada. As variáveis com p<0,05 na análise univariada foram incluídas em um modelo de regressão logística múltipla. RESULTADOS: a média de idade, presença de hipertensão arterial (p<0,001), nefropatia (p<0,001), hepatopatia (p=0,009) e doenças hematológicas (p=0,05) dos pacientes graves foram significantemente maiores em relação aos moderados (p=0,001). A presença de tosse, febre, astenia, sintomas gastrointestinais e cefaleia não foi diferente entre os grupos. O tempo de permanência hospitalar do grupo dos graves foi o dobro de dias em relação ao grupo dos moderados, e a necessidade de diálise foi estatisticamente maior (p<0,001) no grupo dos pacientes graves. Não houve diferença no uso de corticoides, anticoagulantes e antibióticos entre os grupos. Os valores da hemoglobina e plaquetas foram estatisticamente menores no grupo dos pacientes graves, e os de creatinina, proteína C-reativa e D-Dímero, maiores (p<0,001). O número de óbitos foi estatisticamente e significantemente maior nos pacientes que foram internados em estado grave. Verificamos neste grupo que a hemoglobina e plaquetas estavam abaixo dos valores de referência na internação. A creatinina, a proteína C-reativa e o D-Dímero também foram estatisticamente e significantemente maiores nestes pacientes. A presença de nefropatias, hipertensão arterial, diabetes mellitus, imunossupressão, dislipidemia e realização de dialise foram significantemente maiores no grupo dos graves que foram a óbito. CONCLUSÃO: os resultados deste estudo mostram a importância de considerar algumas variáveis bioquímicas e clínicas no momento da internação como preditivas de gravidade. Os achados reportados nesta investigação corroboram com dados da literatura e podem elucidar intervenções precoces para melhor manejo desses pacientes logo na internação.
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Pacientes que foram internados com diagnóstico confirmado de COVID-19 com apresentação moderada e grave da doença foram incluídos no estudo. Foram coletados dos prontuários dados clínicos, morbidade associada, sinais de agravamento da COVID-19, exames laboratoriais tratamento e evolução. Na análise descritiva, os dados foram apresentados utilizando-se frequências absolutas e percentuais, médias, desvios padrão, valores mínimos e máximos, comparando-se os grupos com apresentação moderada e grave da doença. Os Testes do Qui-Quadrado de Pearson, Exato de Fisher, Mann-Whitney ou t de Student foram utilizados, conforme apropriado, para comparar as diferenças entre os grupos dos moderados e graves. O nível de significância adotado foi de 0,05. Para identificar a evolução dos pacientes quanto à gravidade da infecção, foi realizada a abordagem univariada. As variáveis com p<0,05 na análise univariada foram incluídas em um modelo de regressão logística múltipla. RESULTADOS: a média de idade, presença de hipertensão arterial (p<0,001), nefropatia (p<0,001), hepatopatia (p=0,009) e doenças hematológicas (p=0,05) dos pacientes graves foram significantemente maiores em relação aos moderados (p=0,001). A presença de tosse, febre, astenia, sintomas gastrointestinais e cefaleia não foi diferente entre os grupos. O tempo de permanência hospitalar do grupo dos graves foi o dobro de dias em relação ao grupo dos moderados, e a necessidade de diálise foi estatisticamente maior (p<0,001) no grupo dos pacientes graves. Não houve diferença no uso de corticoides, anticoagulantes e antibióticos entre os grupos. Os valores da hemoglobina e plaquetas foram estatisticamente menores no grupo dos pacientes graves, e os de creatinina, proteína C-reativa e D-Dímero, maiores (p<0,001). O número de óbitos foi estatisticamente e significantemente maior nos pacientes que foram internados em estado grave. Verificamos neste grupo que a hemoglobina e plaquetas estavam abaixo dos valores de referência na internação. A creatinina, a proteína C-reativa e o D-Dímero também foram estatisticamente e significantemente maiores nestes pacientes. A presença de nefropatias, hipertensão arterial, diabetes mellitus, imunossupressão, dislipidemia e realização de dialise foram significantemente maiores no grupo dos graves que foram a óbito. CONCLUSÃO: os resultados deste estudo mostram a importância de considerar algumas variáveis bioquímicas e clínicas no momento da internação como preditivas de gravidade. Os achados reportados nesta investigação corroboram com dados da literatura e podem elucidar intervenções precoces para melhor manejo desses pacientes logo na internação.INTRODUCTION: numerous predictions have been made regarding the evolution of the COVID-19 pandemic that began in Wuhan, China, spreading across the world. Many researchers have turned to the search for answers to the natural history of the disease. OBJECTIVES: to assess the clinical and biochemical characteristics of patients with COVID-19, disease evolution and prognosis, and to identify the most frequent clinical and biochemical changes that were predictive of severity in patients who progressed from moderate to severe stage disease. METHODS: a prospective cohort study, carried out at Hospital São Paulo (HSP), from April 2020 to December 2021. Patients hospitalized with a confirmed diagnosis of COVID-19 with moderate and severe presentation of the disease were included in the study. Clinical data, associated morbidity, signs of worsening of COVID-19, laboratory tests, treatment and evolution were collected from medical records. In the descriptive analysis, data are presented using absolute and percentage frequencies, meaning, standard deviations, minimum and maximum values, comparing groups with moderate and severe disease presentation. Pearson’s chi-square, Fisher’s exact, Mann-Whitney or Student’s t-test were considered appropriate to compare differences between the moderate and severe groups. The significance level adopted was 0.05. To identify the evolution of patients regarding the severity of the infection, a univariate approach was performed. Variables with p<0.05 in the univariate analysis were included in a multiple logistic regression model. RESULTS: the mean age, presence of arterial hypertension (p<0,001), nephropathy (p<0.001), liver disease (p=0,009) and hematological diseases (p=0,05) of critically ill patients were significantly higher in relation to moderate patients (p=0,001). The presence of cough, fever, asthenia, gastrointestinal symptoms and headache was not equal between the groups. Length of hospital stay in the severe group was twice as long compared to the moderate group, and the need for dialysis was statistically higher (p<0.001) in the severe group. There was no difference in the use of corticosteroids, anticoagulants and antibiotics between the groups. Hemoglobin and platelet values were statistically lower in the group of critically ill patients, and creatinine, C-reactive protein and D-dimer values were higher (p<0.001). The number of deaths was statistically significantly higher in patients hospitalized in a critical condition. We found in this group that hemoglobin and platelets were below the reference values at admission. Creatinine, C-reactive protein, D-dimer were also statistically significantly higher in these patients. The presence of nephropathies, hypertension, diabetes mellitus, immunosuppression, dyslipidemia and dialysis were significantly higher in the group of severe patients who died. CONCLUSION: the results of this study show the importance of considering some biochemical and clinical variables at the time of admission as predictors of severity. The findings reported in this investigation corroborate data from literature and may elucidate early interventions for better management of these patients after admission.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)88887.508104/2020-0056 f.porUniversidade Federal de São PauloCOVID-19PrognósticoValores de referênciaPreditivoEnfermagemAvaliação das alterações bioquímicas e do prognóstico dos pacientes com COVID-19Assessment of biochemical complications and prognostic of patients with COVID-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPEscola Paulista de Enfermagem (EPE)EnfermagemCuidado Clínico de Enfermagem e SaúdeCuidado Clínico de Enfermagem e SaúdeORIGINALDissertacao Paloma Final.pdfDissertacao Paloma Final.pdfDissertação de 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description INTRODUÇÃO: inúmeras previsões têm sido feitas em relação à evolução da pandemia de COVID-19, que teve início em Wuhan, China, espalhando-se pelo mundo. Muitos pesquisadores se voltaram para a busca de respostas da história natural da doença. OBJETIVOS: avaliar as características clinicas e bioquímicas dos pacientes com COVID-19, a evolução da doença e o prognóstico, e identificar quais as alterações clínicas e bioquímicas mais frequentes que foram preditivas de gravidade nos pacientes que evoluíram na doença do estágio moderado para grave. MÉTODO: estudo de coorte prospectivo, realizado no Hospital São Paulo (HSP), no período de abril de 2020 a dezembro de 2021. Pacientes que foram internados com diagnóstico confirmado de COVID-19 com apresentação moderada e grave da doença foram incluídos no estudo. Foram coletados dos prontuários dados clínicos, morbidade associada, sinais de agravamento da COVID-19, exames laboratoriais tratamento e evolução. Na análise descritiva, os dados foram apresentados utilizando-se frequências absolutas e percentuais, médias, desvios padrão, valores mínimos e máximos, comparando-se os grupos com apresentação moderada e grave da doença. Os Testes do Qui-Quadrado de Pearson, Exato de Fisher, Mann-Whitney ou t de Student foram utilizados, conforme apropriado, para comparar as diferenças entre os grupos dos moderados e graves. O nível de significância adotado foi de 0,05. Para identificar a evolução dos pacientes quanto à gravidade da infecção, foi realizada a abordagem univariada. As variáveis com p<0,05 na análise univariada foram incluídas em um modelo de regressão logística múltipla. RESULTADOS: a média de idade, presença de hipertensão arterial (p<0,001), nefropatia (p<0,001), hepatopatia (p=0,009) e doenças hematológicas (p=0,05) dos pacientes graves foram significantemente maiores em relação aos moderados (p=0,001). A presença de tosse, febre, astenia, sintomas gastrointestinais e cefaleia não foi diferente entre os grupos. O tempo de permanência hospitalar do grupo dos graves foi o dobro de dias em relação ao grupo dos moderados, e a necessidade de diálise foi estatisticamente maior (p<0,001) no grupo dos pacientes graves. Não houve diferença no uso de corticoides, anticoagulantes e antibióticos entre os grupos. Os valores da hemoglobina e plaquetas foram estatisticamente menores no grupo dos pacientes graves, e os de creatinina, proteína C-reativa e D-Dímero, maiores (p<0,001). O número de óbitos foi estatisticamente e significantemente maior nos pacientes que foram internados em estado grave. Verificamos neste grupo que a hemoglobina e plaquetas estavam abaixo dos valores de referência na internação. A creatinina, a proteína C-reativa e o D-Dímero também foram estatisticamente e significantemente maiores nestes pacientes. A presença de nefropatias, hipertensão arterial, diabetes mellitus, imunossupressão, dislipidemia e realização de dialise foram significantemente maiores no grupo dos graves que foram a óbito. CONCLUSÃO: os resultados deste estudo mostram a importância de considerar algumas variáveis bioquímicas e clínicas no momento da internação como preditivas de gravidade. Os achados reportados nesta investigação corroboram com dados da literatura e podem elucidar intervenções precoces para melhor manejo desses pacientes logo na internação.
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