Análise comparativa das cinéticas de infecção entre os Alphavirus Chikungunya e Mayaro em diferentes modelos celulares imortalizados

• Autor(a) principal: Lucchi, Danilo Bancalero Mendonça [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/66990
• topic: Arbovírus; Alphavirus; Cultivo celular; Infecção viral; Vírus Chikungunya; Vírus Mayaro

No século XXI, houve um número considerável de notificações de surtos e de epidemias relacionadas as doenças virais negligenciadas principalmente nas áreas tropicais e subtropicais do mundo, como a América do Sul, Ásia e África. A maioria desses surtos está relacionada a vírus transmitidos ao homem pela picada de insetos hematófagos, denominados arbovírus (arthropod-borne viruses, vírus transmitidos por artrópodes). Os arbovírus compõem um grupo heterogêneo composto majoritariamente por vírus de RNA, mantidos de forma zoonótica e cíclica na natureza em hospedeiros vertebrados, como principalmente primatas não humanos e pássaros, onde atuam como seus reservatórios. Dentre os arbovírus, estão os membros da família Togaviridae que são de grande importância para a virologia humana. Esta família possui apenas um gênero (Alphavirus), contendo vírus capazes de causar encefalites e doenças febris artrálgicas, sendo considerados os arbovírus mais artritogênicos. O Brasil vive no contexto de co-circulação de diversos arbovírus, dentre eles, os Alphavirus Chikungunya (CHIKV) e Mayaro (MAYV), que causam doenças febris agudas de fisiopatologia semelhante. Neste contexto, este projeto teve como objetivo principal o estudo comparativo dos padrões de infecção dos dois vírus em modelos celulares relevantes e imortalizados aos ciclos biológicos de transmissão do CHIKV e do MAYV, escolhendo as células: Vero E6 (hospedeiro vertebrado), C6/36 (vetor artrópode) e Huh-7 (hospedeiro humano). As células foram expostas a multiplicidade de infecção (MOI) de 0,1 partículas virais/célula, e foram acompanhadas ao longo de 72 horas para visualização de possíveis efeitos citopáticos. Além disso, os sobrenadantes dos tempos amostrais de 0, 6, 12, 24, 48 e 72 horas pós infecção foram caracterizados molecularmente para a presença indireta do vírus (genoma viral) pela técnica de RT-qPCR. As linhagens celulares apresentam modificações em relação aos controles, com alterações morfológicas (células Huh-7), presença de vacúolos celulares (C6/36) e morte e desprendimento do tapete celular (Vero E6). A análise da progressão das infecções demonstrou efeitos mais visíveis nas células infectadas por MAYV, indicando maior virulência in vitro deste vírus. A análise molecular dos sobrenadantes não demonstrou diferenças significantes das infecções dos vírus nas linhagens estatísticas, apesar das células C6/36 apresentarem menor carga viral em comparação as outras linhagens. A mimetização in vitro dos ciclos celulares de CHIKV e MAYV foi realizada com sucesso, com observações que corroboram estudos prévios.