Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/24469 |
Resumo: | Este estudo propôs-se analisar como a representação política dos trabalhadores atuou nas instâncias de Controle Social do Sistema Único de Saúde, na construção de Políticas Públicas em Saúde do Trabalhador, num período histórico de 1986 a 2005. Foi realizada Pesquisa Documental, utilizando-se da Análise de Conteúdo, além de Entrevista com representante de Central Sindical, com a finalidade de compreender os valores e os significados que compuseram os cenários sobre os quais aconteceram as Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador, a partir da apreensão dos conteúdos que circundaram a sua história. Considerou-se como premissa, que Saúde é um direito constitucional adquirido a partir da luta social e política iniciada nos anos de 1970 e estabelecido legalmente pela Constituição Federal de 1988. Direito este que, para ser garantido, necessita de estreito diálogo entre a Sociedade e o Estado, para superar os obstáculos causados tanto pelas políticas de governo, que neste período passaram por momentos de repressão, na Ditadura Militar, até os anos mais recentes, de convívio democrático e caráter neoliberal, quanto pelas dificuldades de traçar políticas sociais num país com extensão continental e grande desigualdade social. Em se tratando do campo Saúde do Trabalhador, a relação entre o Estado e a Sociedade é estabelecida a partir do exercício da Democracia Participativa, em que o trabalhador, através de entidades representativas, poderá controlar as ações do governo, participar de debates, opinar e deliberar sobre questões relativas à formulação e efetivação de políticas nesse campo. No caso do Sistema Único de Saúde, os espaços destinados à participação, que se convencionou denominar Controle Social, são formados por instâncias colegiadas: os Conselhos e as Conferências de Saúde, tanto na esfera municipal, quanto estadual e nacional. Os períodos delimitados para a análise em questão abrangeram o momento da Ditadura Militar, passando pelo período de redemocratização e pela adoção da ideologia neoliberal a partir da década de 1990, culminando no momento em que foi proposto o projeto de desenvolvimento Nacional Popular, levado como bandeira pelo Partido dos Trabalhadores em 2002. Tais desfechos contribuíram para aumentar a fragilidade da representação política dos trabalhadores pelas entidades sindicais, que perderam, neste trajeto, a capacidade mobilizadora e passaram a assumir funções de intermediadores entre Estado e os trabalhadores e entre empregadores e trabalhadores. Concluiu-se que os trabalhadores do setor informal, que não possuem representação política nos sindicatos e centrais existentes, o que também ocorre com os desempregados, não vêm participando das instâncias de Controle Social. |
id |
UFSP_7f655f78656112cb4bb36e9beedf8786 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.unifesp.br/:11600/24469 |
network_acronym_str |
UFSP |
network_name_str |
Repositório Institucional da UNIFESP |
repository_id_str |
3465 |
spelling |
Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de SaúdeSocial control in worker's health and national health conferencesSaúde do TrabalhadorParticipação ComunitáriaDemocraciaSistema Único de SaúdeControle SocialEste estudo propôs-se analisar como a representação política dos trabalhadores atuou nas instâncias de Controle Social do Sistema Único de Saúde, na construção de Políticas Públicas em Saúde do Trabalhador, num período histórico de 1986 a 2005. Foi realizada Pesquisa Documental, utilizando-se da Análise de Conteúdo, além de Entrevista com representante de Central Sindical, com a finalidade de compreender os valores e os significados que compuseram os cenários sobre os quais aconteceram as Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador, a partir da apreensão dos conteúdos que circundaram a sua história. Considerou-se como premissa, que Saúde é um direito constitucional adquirido a partir da luta social e política iniciada nos anos de 1970 e estabelecido legalmente pela Constituição Federal de 1988. Direito este que, para ser garantido, necessita de estreito diálogo entre a Sociedade e o Estado, para superar os obstáculos causados tanto pelas políticas de governo, que neste período passaram por momentos de repressão, na Ditadura Militar, até os anos mais recentes, de convívio democrático e caráter neoliberal, quanto pelas dificuldades de traçar políticas sociais num país com extensão continental e grande desigualdade social. Em se tratando do campo Saúde do Trabalhador, a relação entre o Estado e a Sociedade é estabelecida a partir do exercício da Democracia Participativa, em que o trabalhador, através de entidades representativas, poderá controlar as ações do governo, participar de debates, opinar e deliberar sobre questões relativas à formulação e efetivação de políticas nesse campo. No caso do Sistema Único de Saúde, os espaços destinados à participação, que se convencionou denominar Controle Social, são formados por instâncias colegiadas: os Conselhos e as Conferências de Saúde, tanto na esfera municipal, quanto estadual e nacional. Os períodos delimitados para a análise em questão abrangeram o momento da Ditadura Militar, passando pelo período de redemocratização e pela adoção da ideologia neoliberal a partir da década de 1990, culminando no momento em que foi proposto o projeto de desenvolvimento Nacional Popular, levado como bandeira pelo Partido dos Trabalhadores em 2002. Tais desfechos contribuíram para aumentar a fragilidade da representação política dos trabalhadores pelas entidades sindicais, que perderam, neste trajeto, a capacidade mobilizadora e passaram a assumir funções de intermediadores entre Estado e os trabalhadores e entre empregadores e trabalhadores. Concluiu-se que os trabalhadores do setor informal, que não possuem representação política nos sindicatos e centrais existentes, o que também ocorre com os desempregados, não vêm participando das instâncias de Controle Social.BV UNIFESP: Teses e dissertaçõesUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Lacaz, Francisco Antonio de Castro [UNIFESP]Flório, Solange Maria Ribeiro [UNIFESP]2015-12-06T23:47:56Z2015-12-06T23:47:56Z2009info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion161 p.application/pdfFLÓRIO, Solange Maria Ribeiro. Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2009.DISSERTAÇÃO_Solange Flório.pdfhttp://repositorio.unifesp.br/handle/11600/24469porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-07-30T12:05:34Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/24469Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-07-30T12:05:34Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde Social control in worker's health and national health conferences |
title |
Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde |
spellingShingle |
Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde Flório, Solange Maria Ribeiro [UNIFESP] Saúde do Trabalhador Participação Comunitária Democracia Sistema Único de Saúde Controle Social |
title_short |
Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde |
title_full |
Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde |
title_fullStr |
Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde |
title_full_unstemmed |
Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde |
title_sort |
Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde |
author |
Flório, Solange Maria Ribeiro [UNIFESP] |
author_facet |
Flório, Solange Maria Ribeiro [UNIFESP] |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Lacaz, Francisco Antonio de Castro [UNIFESP] |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Flório, Solange Maria Ribeiro [UNIFESP] |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Saúde do Trabalhador Participação Comunitária Democracia Sistema Único de Saúde Controle Social |
topic |
Saúde do Trabalhador Participação Comunitária Democracia Sistema Único de Saúde Controle Social |
description |
Este estudo propôs-se analisar como a representação política dos trabalhadores atuou nas instâncias de Controle Social do Sistema Único de Saúde, na construção de Políticas Públicas em Saúde do Trabalhador, num período histórico de 1986 a 2005. Foi realizada Pesquisa Documental, utilizando-se da Análise de Conteúdo, além de Entrevista com representante de Central Sindical, com a finalidade de compreender os valores e os significados que compuseram os cenários sobre os quais aconteceram as Conferências Nacionais de Saúde do Trabalhador, a partir da apreensão dos conteúdos que circundaram a sua história. Considerou-se como premissa, que Saúde é um direito constitucional adquirido a partir da luta social e política iniciada nos anos de 1970 e estabelecido legalmente pela Constituição Federal de 1988. Direito este que, para ser garantido, necessita de estreito diálogo entre a Sociedade e o Estado, para superar os obstáculos causados tanto pelas políticas de governo, que neste período passaram por momentos de repressão, na Ditadura Militar, até os anos mais recentes, de convívio democrático e caráter neoliberal, quanto pelas dificuldades de traçar políticas sociais num país com extensão continental e grande desigualdade social. Em se tratando do campo Saúde do Trabalhador, a relação entre o Estado e a Sociedade é estabelecida a partir do exercício da Democracia Participativa, em que o trabalhador, através de entidades representativas, poderá controlar as ações do governo, participar de debates, opinar e deliberar sobre questões relativas à formulação e efetivação de políticas nesse campo. No caso do Sistema Único de Saúde, os espaços destinados à participação, que se convencionou denominar Controle Social, são formados por instâncias colegiadas: os Conselhos e as Conferências de Saúde, tanto na esfera municipal, quanto estadual e nacional. Os períodos delimitados para a análise em questão abrangeram o momento da Ditadura Militar, passando pelo período de redemocratização e pela adoção da ideologia neoliberal a partir da década de 1990, culminando no momento em que foi proposto o projeto de desenvolvimento Nacional Popular, levado como bandeira pelo Partido dos Trabalhadores em 2002. Tais desfechos contribuíram para aumentar a fragilidade da representação política dos trabalhadores pelas entidades sindicais, que perderam, neste trajeto, a capacidade mobilizadora e passaram a assumir funções de intermediadores entre Estado e os trabalhadores e entre empregadores e trabalhadores. Concluiu-se que os trabalhadores do setor informal, que não possuem representação política nos sindicatos e centrais existentes, o que também ocorre com os desempregados, não vêm participando das instâncias de Controle Social. |
publishDate |
2009 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2009 2015-12-06T23:47:56Z 2015-12-06T23:47:56Z |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
FLÓRIO, Solange Maria Ribeiro. Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2009. DISSERTAÇÃO_Solange Flório.pdf http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/24469 |
identifier_str_mv |
FLÓRIO, Solange Maria Ribeiro. Controle social em Saúde do trabalhador e as conferências nacionais de Saúde. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2009. DISSERTAÇÃO_Solange Flório.pdf |
url |
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/24469 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
161 p. application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UNIFESP instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) instacron:UNIFESP |
instname_str |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
instacron_str |
UNIFESP |
institution |
UNIFESP |
reponame_str |
Repositório Institucional da UNIFESP |
collection |
Repositório Institucional da UNIFESP |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) |
repository.mail.fl_str_mv |
biblioteca.csp@unifesp.br |
_version_ |
1814268436737425408 |