Análise morfométrica de 900 discos intervertebrais lombares obtida a partir de imagens de ressonância magnética - análise de altura discal anterior e posterior

• Autor(a) principal: Onishi, Franz Jooji [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8000625; https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59895
• topic: Disco Lombar; Equilíbrio Sagital; Lordose Lombar; Fusão Vertebral; Intervertebral Disc; Sagittal Balance; Lumbar Lordosis; Interbody Fusion

Introdução​: As doenças degenerativas da coluna lombar costumam acometer os segmentos mais distais – L3-L4, L4-L5 e L5-S1. A estratégia de fusão lombar é um dos procedimentos da coluna mais realizados no mundo, e a fusão intersomática tem se mostrado muito efetiva. Existe falta de catalogação de dados referentes à altura discal em população no Brasil e os materiais de implante cirúrgico costumam ser importados de outros países ou são fabricados no Brasil baseados em modelos estrangeiros. ​Objetivos​: 1) Avaliar e descrever o padrão de altura de discos intervertebrais normais em uma população brasileira de maneira inédita. 2) Analisar adequação de dimensões de dispositivos intersomáticos disponíveis no mercado à nossa população. 3) Analisar a diferença de altura anterior e posterior dos discos citados, com avaliação do papel desta diferença da formação da lordose lombar. 4) Analisar indivíduos de diferentes gêneros, grupos étnicos e etários e descrever as peculiaridades de cada subgrupo. 5) Propor um coeficiente para cálculo de razão ideal entre altura anterior e posterior nos diferentes segmentos estudados, obtido pela divisão entre a altura anterior e posterior dos discos. Métodos: ​Estudo clínico retrospectivo baseado em análise de dados epidemiológicos e imagens seriadas obtidas em ressonância magnética de coluna lombar e de pelve. Foram incluídos pacientes do gênero masculino e feminino com idades de 18 a 75 anos inclusive, que realizaram o exame de ressonância da coluna lombar e ressonância de pelve. Pacientes com cirurgias prévias, doença degenerativa discal avançada, suspeita de infecção, deformidades e tumores foram excluídos do estudo. ​Resultados: 300 pacientes consecutivos tiveram suas imagens de ressonância de coluna lombar e pelve analisadas quanto a altura anterior e posterior dos discos L3-L4, L4-L5 e L5-S1, totalizando 900 discos intervertebrais. A média de altura discal anterior de L3-L4 foi de 9,30 mm, de L4-L5 10,94 mm e L5-S1 12,41. Nos segmentos L3-L4 e L4-L5 as alturas anteriores do gênero masculino foram estatisticamente maiores que no gênero feminino. Observamos uma tendência de diminuição com idade mais acentuada de altura anterior que altura posterior, o que corrobora a perda de lordose lombar com o envelhecimento assim como o desequilíbrio do plano 5 sagital. ​Conclusão: Os discos intervertebrais entre L3 e S1 apresentam altura anterior maior que a posterior e esta diferença tende a diminuir com o envelhecimento. A diferença de altura anterior e posterior é crescente de L3 a S1, sendo portanto segmento L5-S1 o que mais contribui para formação da lordose lombar. Não observamos diferença de altura dos discos entre os diferentes grupos étnicos. Mulheres tendem a apresentar discos intervertebrais mais baixos que homens. No segmento L3-L4 7,7% da população estudada apresenta altura anterior menor que 7mm e 20% menor que 8mm. No subgrupo de mulheres, este número salta para 10% e 24,7% respectivamente. Este estudo demonstra que algumas próteses desenvolvidas no exterior podem não ser ideais para nossa população, especialmente quando o segmento L3-L4 for abordado. Sugerimos utilização da razão ou coeficiente intervertebral nos planejamentos cirúrgicos, sendo eles em L3-L4: 1,4; L4-L5: 1,5; e L5-S1: 1,9.