Efeito da estimulação acústica por meio de próteses auditivas nos sintomas depressivos, desempenho cognitivo e qualidade de vida em idosos com perda auditiva

• Autor(a) principal: Ghiringhelli, Rosangela [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5745135; https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/53009
• topic: Auxiliares de audição; Percepção da fala; Questionário; Cognição; Depressão; Idosos; Hearing aids; Speech perception; Questionnaire; Cognition; Depression; Elderly

Objetivo: Avaliar o efeito da estimulação acústica por meio das próteses auditivas quanto aos sintomas depressivos, desempenho cognitivo e qualidade de vida em idosos. Método: Esta pesquisa foi subdividida em dois estudos: estudo piloto longitudinal, para avaliar o efeito da amplificação acústica por meio de próteses auditivas antes e após a adaptação de próteses auditivas; e estudo transversal, para avaliar o efeito de diferentes tempos de estimulação acústica por meio de próteses auditivas em idosos. No estudo longitudinal foram avaliados 19 idosos novos usuários de AASIs. No estudo transversal foram formados três grupos de pesquisa pareados segundo idade e sexo com 19 idosos cada um, segundo o tempo de estimulação acústica por meio das próteses auditivas: Grupo GSEA (sem estimulação acústica); Grupo G06M (novos usuários, com estimulação acústica até 6 meses – participantes do estudo longitudinal) e Grupo G18M (usuários, com estimulação acústica superior a 18 meses). Os idosos foram classificados segundo a Classificação Econômica Brasil (ABEP, 2014) e avaliados quanto aos aspectos não auditivos: sintomas depressivos, pela escala de depressão geriátrica (EDG); processos cognitivos, por meio da Triagem Cognitiva de 10 pontos (10CS) ; qualidade de vida, pela Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida “36Item Short Form Survey” (SF36), e quanto aos aspectos auditivos: dificuldades auto percebidas de escuta, pela escala “ClientOriented Scale of Improvement” (COSITM) e acesso aos sons de fala, por meio do Mapeamento de Fala. Os idosos do grupo G06M receberam suas próteses auditivas segundo a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva do Governo Federal – Brasil (Portaria SAS/MS N° 432, de 14 de novembro de 2000). Foram adaptadas próteses auditivas digitais de amplificação não linear e a prescrição dos valores de ganho e saída foram calculados por meio do método prescritivo NAL/NL2. Estes idosos foram reavaliados três a seis meses após o início do uso de próteses auditivas. Os idosos do grupo GSEA e G18M foram submetidos ao protocolo de pesquisa uma única vez. Após coleta dos dados estes foram submetidos à análise estatística com nível de significância de 5%. Resultados: No estudo longitudinal, o resultado da triagem 10CS foi significantemente melhor após seis meses de uso do AASI (p=0,003); não houve diferença significante entre os dois momentos de avaliação nos testes EDG15 e SF36. No estudo transversal, o teste EDG15 apresentou escores significantemente melhores no grupo G18M do que no grupo GSEA (p=0,026); no 10CS houve diferença estatisticamente significante entre os grupos GSEA e G06M (p=0,045). Não houve associação entre os testes 10CS e EDG15 para os grupos GSEA (p=0,063), G06M (p=0,421) e G18M (p=0,624). A avaliação da qualidade de vida por meio do questionário SF36 mostrou que os domínios Estado Geral de Saúde (p=0,024) e Dor (p=0,053) foram significantemente e marginalmente significante melhores quanto maior o tempo de estimulação acústica. Além disso, houve uma correlação linear negativa média entre EDG15 e os domínios Estado Geral de Saúde (p<0,0001). Conclusão: No estudo longitudinal o desempenho cognitivo foi melhor após seis meses de uso das próteses auditivas. No estudo transversal observouse menor sintomatologia depressiva, melhor desempenho cognitivo e melhor qualidade de vida nos domínios Estado geral de Saúde e Dor nos idosos com maior tempo de estimulação acústica. Houve correlação negativa média entre os sintomas depressivos e qualidade de vida nos dois estudos.