O rapto de Cassandra na pintura da cerâmica ática: um estudo sobre a violência contra a mulher na Grécia Antiga

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro, Maria Cristiane (Unifesp)
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/63490
Resumo: O objetivo desta pesquisa fundamenta-se sobre a violência contra a mulher na Grécia antiga e tem a perspectiva de estabelecer construções acerca da iconografia do rapto de Cassandra na pintura da cerâmica ática dos séculos VI-V a.C., a fim de demonstrar que a princesa troiana foi vítima de estupro. Ambíguos são os estudos anteriores sobre a violação de Cassandra por Àjax, mas as evidências presentes nas imagens das cerâmicas se apresentam como um recurso valioso para estabelecer que a narrativa de gênero na arte é diferente da abordada pelas fontes literárias. A hipótese da presente pesquisa é a de que os pintores tinham em mente não só o tema do sacrilégio de Ájax ao capturar a princesa troiana no templo de Atena, local em que ela se refugiou após a tomada de Tróia, mas também o da violação sexual de Cassandra por ele. Os ceramistas áticos do final do século V a.C. retrataram Cassandra nua, e era raro, na arte daquela época a mulher ser assim mostrada. A nudez de Cassandra na iconografia dos vasos áticos faz alusão a sua violação sexual e promove uma discussão dos estudiosos da Antiguidade sobre o tema, pois na arte grega arcaica e clássica somente em contextos específicos é que a nudez feminina poderia ocorrer, como a representação das “hetairas”, nomenclatura pejorativa usada por escritores gregos antigos para nomear como “prostitutas” as mulheres que eram representadas nuas nas iconografias de simpósios, e este não é o caso da princesa troiana. A nudez da princesa nas imagens adquire um aspecto erótico e chocante, principalmente nas iconografias quando ela é a única que aparece nua em um conjunto de cenas em que todos os outros estão vestidos. Cassandra foi uma das únicas figuras que os ceramistas áticos do final do século V a.C. retrataram nua e essas imagens são particularmente importantes porque possuem significados mais amplos na problematização da condição feminina, ainda mais se considerarmos o contexto de guerra, pois ele nos fornece referências de um conjunto de ações como violência, transgressões e estupros, levando a conclusão de que os artesãos queriam evocar a lembrança do estupro do qual ela deve ter sido vítima. Os vasos testemunham, portanto, níveis variáveis de exposição do corpo e de situações relacionadas com a erotização que os textos não apresentavam. As cenas em que Ájax aparece correndo nu atrás da princesa e as cenas em que ele a puxa pelo pescoço ou pelos cabelos, torna explicita a violência física contra a mulher e a intenção libidinosa do agressor, excluindo a ideia de que seria apenas um sacrilégio cometido por Ájax no templo de Atena, já que é a atitude do agressor que configura a violência. A cena do rapto de Cassandra aparece nos vasos áticos quase sempre da mesma maneira, numa repetição icônica de posturas. A violência enunciada fica evidenciada por uma série de conflitos que analisaremos através da composição das imagens. A forma e a imagem se unem para apresentar uma forte conexão visual entre a cena. A representação de Ájax, Cassandra e a estátua do culto de Atena aparece nas pinturas de figuras negras do século VI e continua em quase quarenta vasos sobreviventes até 500 a.C. O rapto no santuário, a violação do templo e a subsequente punição do Ájax estão todos contidos em uma única imagem. Cassandra pode ser ao mesmo tempo uma criança e uma mulher, ou Atena pode ser ao mesmo tempo uma estátua e um adversário vivo defendendo Cassandra de Ájax. Atena é imagem e ícone. Sua imagem é um código com pose, atributos, ação e função que são exclusivamente dela, tendo vindo à vida para vingar a violação de seu templo. Cassandra é arrastada pelos cabelos enquanto estava agarrada a estátua de Atena no intuito de solicitar asilo e proteção da deusa, ao ser arrastada por Ájax a estátua de Atena é derrubada e a este indício devemos analisar o castigo que será imputado pela deusa Atena ao agressor por violar Cassandra em seu templo sagrado. Na Odisseia, será referido o ódio da deusa Atena por Ájax, pois sabemos pela literatura que os gregos sofrem um naufrágio em seu regresso para casa após a destruição de Tróia e que tanto Ájax quanto os gregos irão morrer. Esta pesquisa aborda o tema levando em conta a totalidade dos vasos existentes com a iconografia de Ájax e Cassandra e a análise das imagens ocorre através da abordagem de estratégia narrativa que defende que as artes visuais têm maneiras fundamentalmente diferentes de contar uma história a partir de algumas divisões e abordagens. A narrativa visual é um método de análise utilizado como função de interpretação das imagens afim de obter informações relevantes para a construção e o desfecho de uma história, aliado com o estudo sobre a gestualidade na Arte Grega, é possível “ler” as ações nas imagens, pois o objeto artístico e suas imagens nos possibilitam entender a relação com um outro discurso, especialmente, o papel do observador no processo de elaboração do artista, já que possibilita ao “leitor”, assim como um texto, decodificar os elementos constitutivos da obra para chegar a um sentido. As imagens nos permitem ampliar a nossa interpretação acerca do tema, bem como nos faz refletir sobre a vida, a participação e a evolução das mulheres na história e na História da Arte.
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A hipótese da presente pesquisa é a de que os pintores tinham em mente não só o tema do sacrilégio de Ájax ao capturar a princesa troiana no templo de Atena, local em que ela se refugiou após a tomada de Tróia, mas também o da violação sexual de Cassandra por ele. Os ceramistas áticos do final do século V a.C. retrataram Cassandra nua, e era raro, na arte daquela época a mulher ser assim mostrada. A nudez de Cassandra na iconografia dos vasos áticos faz alusão a sua violação sexual e promove uma discussão dos estudiosos da Antiguidade sobre o tema, pois na arte grega arcaica e clássica somente em contextos específicos é que a nudez feminina poderia ocorrer, como a representação das “hetairas”, nomenclatura pejorativa usada por escritores gregos antigos para nomear como “prostitutas” as mulheres que eram representadas nuas nas iconografias de simpósios, e este não é o caso da princesa troiana. A nudez da princesa nas imagens adquire um aspecto erótico e chocante, principalmente nas iconografias quando ela é a única que aparece nua em um conjunto de cenas em que todos os outros estão vestidos. Cassandra foi uma das únicas figuras que os ceramistas áticos do final do século V a.C. retrataram nua e essas imagens são particularmente importantes porque possuem significados mais amplos na problematização da condição feminina, ainda mais se considerarmos o contexto de guerra, pois ele nos fornece referências de um conjunto de ações como violência, transgressões e estupros, levando a conclusão de que os artesãos queriam evocar a lembrança do estupro do qual ela deve ter sido vítima. Os vasos testemunham, portanto, níveis variáveis de exposição do corpo e de situações relacionadas com a erotização que os textos não apresentavam. As cenas em que Ájax aparece correndo nu atrás da princesa e as cenas em que ele a puxa pelo pescoço ou pelos cabelos, torna explicita a violência física contra a mulher e a intenção libidinosa do agressor, excluindo a ideia de que seria apenas um sacrilégio cometido por Ájax no templo de Atena, já que é a atitude do agressor que configura a violência. A cena do rapto de Cassandra aparece nos vasos áticos quase sempre da mesma maneira, numa repetição icônica de posturas. A violência enunciada fica evidenciada por uma série de conflitos que analisaremos através da composição das imagens. A forma e a imagem se unem para apresentar uma forte conexão visual entre a cena. A representação de Ájax, Cassandra e a estátua do culto de Atena aparece nas pinturas de figuras negras do século VI e continua em quase quarenta vasos sobreviventes até 500 a.C. O rapto no santuário, a violação do templo e a subsequente punição do Ájax estão todos contidos em uma única imagem. Cassandra pode ser ao mesmo tempo uma criança e uma mulher, ou Atena pode ser ao mesmo tempo uma estátua e um adversário vivo defendendo Cassandra de Ájax. Atena é imagem e ícone. Sua imagem é um código com pose, atributos, ação e função que são exclusivamente dela, tendo vindo à vida para vingar a violação de seu templo. Cassandra é arrastada pelos cabelos enquanto estava agarrada a estátua de Atena no intuito de solicitar asilo e proteção da deusa, ao ser arrastada por Ájax a estátua de Atena é derrubada e a este indício devemos analisar o castigo que será imputado pela deusa Atena ao agressor por violar Cassandra em seu templo sagrado. Na Odisseia, será referido o ódio da deusa Atena por Ájax, pois sabemos pela literatura que os gregos sofrem um naufrágio em seu regresso para casa após a destruição de Tróia e que tanto Ájax quanto os gregos irão morrer. Esta pesquisa aborda o tema levando em conta a totalidade dos vasos existentes com a iconografia de Ájax e Cassandra e a análise das imagens ocorre através da abordagem de estratégia narrativa que defende que as artes visuais têm maneiras fundamentalmente diferentes de contar uma história a partir de algumas divisões e abordagens. A narrativa visual é um método de análise utilizado como função de interpretação das imagens afim de obter informações relevantes para a construção e o desfecho de uma história, aliado com o estudo sobre a gestualidade na Arte Grega, é possível “ler” as ações nas imagens, pois o objeto artístico e suas imagens nos possibilitam entender a relação com um outro discurso, especialmente, o papel do observador no processo de elaboração do artista, já que possibilita ao “leitor”, assim como um texto, decodificar os elementos constitutivos da obra para chegar a um sentido. As imagens nos permitem ampliar a nossa interpretação acerca do tema, bem como nos faz refletir sobre a vida, a participação e a evolução das mulheres na história e na História da Arte.The objective of this research is based on violence against women in ancient Greece and has the perspective of establishing the constructions of the iconography of the abduction of Cassandra in the painting of Attic ceramics from the VI-V centuries BC, in order to demonstrate that the princess Trojan was a victim of rape. Ambiguous are the previous studies on the violation of Cassandra by Àjax, but the evidence present in the ceramic images presents itself as a valuable resource to establish that a gender narrative in art is different from the approach by literary sources. The hypothesis of this research is that the painters had in mind not only the theme of Ajax's sacrilege when capturing the Trojan princess in the temple of Athena, the place where she took refuge after the capture of Troy, but also that of rape of Cassandra for him. The Attic potters of the late fifth century BC portrayed Cassandra naked, and it was rare in the art of that time for a woman to be so shown. Cassandra's nudity in the Attic vessel iconography alludes to her sexual violation and promotes a discussion of antiquity scholars on the subject, as in archaic and classical Greek art only in specific contexts could female nudity occur, such as the representation of “hetairas”, pejorative nomenclature used by ancient Greek writers to name as “prostitutes” the women who were depicted naked in symposium iconographies, and this is not the case of the Trojan princess. The princess's nudity in the images takes on an erotic and shocking aspect, especially in the iconographies when she is the only one who appears naked in a set of scenes in which everyone else is dressed. Cassandra was one of the only figures that Attic potters of the late fifth century BC portrayed nude, and these images are particularly important because they have broader meanings in the problematization of the female condition, even more so if we consider the context of war, as it provides us with references to a set of actions such as violence, transgressions and rapes, leading to the conclusion that the artisans wanted to evoke the memory of the rape of which she must have been the victim. Vessels, therefore, testify to varying levels of exposure of the body and situations related to eroticization that the texts did not present. The scenes in which Ajax appears running naked after the princess and the scenes in which he pulls her by the neck or hair, makes explicit the physical violence against the woman and the aggressor's libidinous intention, excluding the idea that it would only be a sacrilege committed by Ajax in the temple of Athena, since it is the attitude of the aggressor that configures the violence. The scene of Cassandra's abduction appears in the Attic vessels in almost the same way, in an iconic repetition of postures. The enunciated violence is evidenced by a series of conflicts that we will analyze through the composition of the images. Shape and image come together to present a strong visual connection between the scene. The depiction of Ajax, Cassandra and the statue of the cult of Athena appears in 6th century black-figure paintings and continues in nearly forty surviving vases to 500 BC The abduction at the sanctuary, the rape of the temple, and the subsequent punishment of the Ajax are all contained in a single image. Cassandra can be both a child and a woman, or Athena can be both a statue and a living adversary defending Cassandra from Ajax. Athena is image and icon. Her image is a code with pose, attributes, action and function that are uniquely hers, having come to life to avenge the violation of her temple. Cassandra is dragged by the hair while holding the statue of Athena in order to request asylum and protection from the goddess. When dragged by Ajax, the statue of Athena is knocked down and for this indication we must analyze the punishment that will be inflicted by the goddess Athena on the aggressor by violate Cassandra in her holy temple. In the Odyssey, the goddess Athena's hatred for Ajax will be referred to, as we know from literature that the Greeks suffer a shipwreck on their return home after the destruction of Troy and that both Ajax and the Greeks will die. This research approaches the theme taking into account the totality of the existing vases with the iconography of Ajax and Cassandra and the analysis of the images takes place through the narrative strategy approach that defends that the visual arts have fundamentally different ways of telling a story from some divisions and approaches. Visual narrative is an analysis method used as a function of image interpretation in order to obtain relevant information for the construction and outcome of a story, combined with the study of gestures in Greek Art, it is possible to "read" the actions in the images , as the artistic object and its images allow us to understand the relationship with another discourse, especially the role of the observer in the artist's elaboration process, as it allows the "reader", as well as a text, to decode the constituent elements of the work to come to a sense. The images allow us to broaden our interpretation of the theme, as well as make us reflect on the life, participation and evolution of women in the history and history of Art.Não recebi financiamento223 f.porUniversidade Federal de São PauloCassandra, violência, mulher, cerâmica ática, estuproCassandra (Personagem lendário)Violência contra as mulheres - GréciaCerâmica gregaO rapto de Cassandra na pintura da cerâmica ática: um estudo sobre a violência contra a mulher na Grécia AntigaThe abduction of Cassandra in Attic ceramic painting: a study of violence against women in Ancient Greeceinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPEscola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH)História da ArteArte e Tradição ClássicaArte e Tradição ClássicaORIGINALDissertaçao Mestrado.pdfDissertaçao Mestrado.pdfDissertação 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Pinheiro, Maria Cristiane (Unifesp)
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description O objetivo desta pesquisa fundamenta-se sobre a violência contra a mulher na Grécia antiga e tem a perspectiva de estabelecer construções acerca da iconografia do rapto de Cassandra na pintura da cerâmica ática dos séculos VI-V a.C., a fim de demonstrar que a princesa troiana foi vítima de estupro. Ambíguos são os estudos anteriores sobre a violação de Cassandra por Àjax, mas as evidências presentes nas imagens das cerâmicas se apresentam como um recurso valioso para estabelecer que a narrativa de gênero na arte é diferente da abordada pelas fontes literárias. A hipótese da presente pesquisa é a de que os pintores tinham em mente não só o tema do sacrilégio de Ájax ao capturar a princesa troiana no templo de Atena, local em que ela se refugiou após a tomada de Tróia, mas também o da violação sexual de Cassandra por ele. Os ceramistas áticos do final do século V a.C. retrataram Cassandra nua, e era raro, na arte daquela época a mulher ser assim mostrada. A nudez de Cassandra na iconografia dos vasos áticos faz alusão a sua violação sexual e promove uma discussão dos estudiosos da Antiguidade sobre o tema, pois na arte grega arcaica e clássica somente em contextos específicos é que a nudez feminina poderia ocorrer, como a representação das “hetairas”, nomenclatura pejorativa usada por escritores gregos antigos para nomear como “prostitutas” as mulheres que eram representadas nuas nas iconografias de simpósios, e este não é o caso da princesa troiana. A nudez da princesa nas imagens adquire um aspecto erótico e chocante, principalmente nas iconografias quando ela é a única que aparece nua em um conjunto de cenas em que todos os outros estão vestidos. Cassandra foi uma das únicas figuras que os ceramistas áticos do final do século V a.C. retrataram nua e essas imagens são particularmente importantes porque possuem significados mais amplos na problematização da condição feminina, ainda mais se considerarmos o contexto de guerra, pois ele nos fornece referências de um conjunto de ações como violência, transgressões e estupros, levando a conclusão de que os artesãos queriam evocar a lembrança do estupro do qual ela deve ter sido vítima. Os vasos testemunham, portanto, níveis variáveis de exposição do corpo e de situações relacionadas com a erotização que os textos não apresentavam. As cenas em que Ájax aparece correndo nu atrás da princesa e as cenas em que ele a puxa pelo pescoço ou pelos cabelos, torna explicita a violência física contra a mulher e a intenção libidinosa do agressor, excluindo a ideia de que seria apenas um sacrilégio cometido por Ájax no templo de Atena, já que é a atitude do agressor que configura a violência. A cena do rapto de Cassandra aparece nos vasos áticos quase sempre da mesma maneira, numa repetição icônica de posturas. A violência enunciada fica evidenciada por uma série de conflitos que analisaremos através da composição das imagens. A forma e a imagem se unem para apresentar uma forte conexão visual entre a cena. A representação de Ájax, Cassandra e a estátua do culto de Atena aparece nas pinturas de figuras negras do século VI e continua em quase quarenta vasos sobreviventes até 500 a.C. O rapto no santuário, a violação do templo e a subsequente punição do Ájax estão todos contidos em uma única imagem. Cassandra pode ser ao mesmo tempo uma criança e uma mulher, ou Atena pode ser ao mesmo tempo uma estátua e um adversário vivo defendendo Cassandra de Ájax. Atena é imagem e ícone. Sua imagem é um código com pose, atributos, ação e função que são exclusivamente dela, tendo vindo à vida para vingar a violação de seu templo. Cassandra é arrastada pelos cabelos enquanto estava agarrada a estátua de Atena no intuito de solicitar asilo e proteção da deusa, ao ser arrastada por Ájax a estátua de Atena é derrubada e a este indício devemos analisar o castigo que será imputado pela deusa Atena ao agressor por violar Cassandra em seu templo sagrado. Na Odisseia, será referido o ódio da deusa Atena por Ájax, pois sabemos pela literatura que os gregos sofrem um naufrágio em seu regresso para casa após a destruição de Tróia e que tanto Ájax quanto os gregos irão morrer. Esta pesquisa aborda o tema levando em conta a totalidade dos vasos existentes com a iconografia de Ájax e Cassandra e a análise das imagens ocorre através da abordagem de estratégia narrativa que defende que as artes visuais têm maneiras fundamentalmente diferentes de contar uma história a partir de algumas divisões e abordagens. A narrativa visual é um método de análise utilizado como função de interpretação das imagens afim de obter informações relevantes para a construção e o desfecho de uma história, aliado com o estudo sobre a gestualidade na Arte Grega, é possível “ler” as ações nas imagens, pois o objeto artístico e suas imagens nos possibilitam entender a relação com um outro discurso, especialmente, o papel do observador no processo de elaboração do artista, já que possibilita ao “leitor”, assim como um texto, decodificar os elementos constitutivos da obra para chegar a um sentido. As imagens nos permitem ampliar a nossa interpretação acerca do tema, bem como nos faz refletir sobre a vida, a participação e a evolução das mulheres na história e na História da Arte.
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