Hipocalcemia e síndrome convulsiva em alcoólatras - uma associação freqüentemente não diagnosticada

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kayath, M.j. [UNIFESP]
Data de Publicação: 1999
Outros Autores: Argentoni, M. [UNIFESP], Vieira, J.g.h. [UNIFESP]
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/743
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42301999000100006
Resumo: Hipocalcemia é um fator importante contribuinte para a epilepsia, e estudos anteriores mostraram que o etanol diminui o cálcio plasmático. OBJETIVO: Estabelecer a prevalência de hipocalcemia na população convulsiva em geral e identificar um subgrupo específico de risco para hipocalcemia. MÉTODOS: Realizamos um estudo prospectivo de dosagem de cálcio ionizado plasmático em 78 pacientes consecutivos admitidos no Serviço de Emergência da Escola Paulista de Medicina devido à síndrome convulsiva. Desses pacientes, 22% eram alcoólatras. Foi também dosado o cálcio ionizado plasmático numa população de 44 alcoólatras não-convulsivos em seguimento ambulatorial. RESULTADOS: Uma alta prevalência de hipocalcemia foi encontrada na população alcoólatra convulsiva (32%), em contraste com os convulsivos não-alcoólatras e o grupo alcoólatra não-convulsivo (ambos os grupos sem distúrbio do cálcio). O cálcio ionizado plasmático do grupo de alcoólatras convulsivos teve valores significantemente menores que o grupo de convulsivos não-alcoólatras (p<0,05) [mediana de 1,20; variação entre 1,04 e 1,32mmol/L/; mediana de 1,24; variação entre 1,16 e 1,29mmol/L, respectivamente]. O grupo de alcoólatras não-convulsivos apresentou valores de cálcio ionizado entre 1,17 e 1,32mmol/L, com mediana de 1,26mmol/L. Estes valores não diferiram dos obtidos nos convulsivos não-alcoólatras, mas foram significantemente maiores que os do grupo de alcoólatras convulsivos (p<0,05). Os níveis de paratormônio sérico, função hepática, fosfatemia e amilasemia estavam normais em todos os pacientes estudados. CONCLUSÃO: Este estudo mostra a importância da dosagem de cálcio plasmático em pacientes alcoólatras com síndrome convulsiva e sugere que a correção da hipocalcemia possa ser medida importante a ser adotada nestes casos.
id UFSP_9f02817e4e3f1fb6978f1321b70e4047
oai_identifier_str oai:repositorio.unifesp.br:11600/743
network_acronym_str UFSP
network_name_str Repositório Institucional da UNIFESP
repository_id_str 3465
spelling Kayath, M.j. [UNIFESP]Argentoni, M. [UNIFESP]Vieira, J.g.h. [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)2015-06-14T13:24:50Z2015-06-14T13:24:50Z1999-03-01Revista da Associação Médica Brasileira. Associação Médica Brasileira, v. 45, n. 1, p. 24-26, 1999.0104-4230http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/743http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42301999000100006S0104-42301999000100006.pdfS0104-4230199900010000610.1590/S0104-42301999000100006Hipocalcemia é um fator importante contribuinte para a epilepsia, e estudos anteriores mostraram que o etanol diminui o cálcio plasmático. OBJETIVO: Estabelecer a prevalência de hipocalcemia na população convulsiva em geral e identificar um subgrupo específico de risco para hipocalcemia. MÉTODOS: Realizamos um estudo prospectivo de dosagem de cálcio ionizado plasmático em 78 pacientes consecutivos admitidos no Serviço de Emergência da Escola Paulista de Medicina devido à síndrome convulsiva. Desses pacientes, 22% eram alcoólatras. Foi também dosado o cálcio ionizado plasmático numa população de 44 alcoólatras não-convulsivos em seguimento ambulatorial. RESULTADOS: Uma alta prevalência de hipocalcemia foi encontrada na população alcoólatra convulsiva (32%), em contraste com os convulsivos não-alcoólatras e o grupo alcoólatra não-convulsivo (ambos os grupos sem distúrbio do cálcio). O cálcio ionizado plasmático do grupo de alcoólatras convulsivos teve valores significantemente menores que o grupo de convulsivos não-alcoólatras (p<0,05) [mediana de 1,20; variação entre 1,04 e 1,32mmol/L/; mediana de 1,24; variação entre 1,16 e 1,29mmol/L, respectivamente]. O grupo de alcoólatras não-convulsivos apresentou valores de cálcio ionizado entre 1,17 e 1,32mmol/L, com mediana de 1,26mmol/L. Estes valores não diferiram dos obtidos nos convulsivos não-alcoólatras, mas foram significantemente maiores que os do grupo de alcoólatras convulsivos (p<0,05). Os níveis de paratormônio sérico, função hepática, fosfatemia e amilasemia estavam normais em todos os pacientes estudados. CONCLUSÃO: Este estudo mostra a importância da dosagem de cálcio plasmático em pacientes alcoólatras com síndrome convulsiva e sugere que a correção da hipocalcemia possa ser medida importante a ser adotada nestes casos.Hypocalcemia can be a contributory factor for epilepsy and previous studies showed that ethanol decreases plasma calcium. PURPOSE: To establish the prevalence of hypocalcemia in the general convulsive population and to ascertain if there was a specific group of risk for hypocalcemia. METHODS: A prospective study of plasma ionized calcium measurement in 78 consecutive patients admitted owing to seizures at the Emergency Department of Escola Paulista de Medicina was performed. 22% of these patients were alcoholics. The plasma ionized calcium in 44 ambulatory non-convulsive alcoholics was also measured. RESULTS: A high prevalence of hypocalcemia was found in the alcoholic convulsive population (32%), in contrast with the non-alcoholic convulsive group and the alcoholic non-convulsive group (no calcium disturbance in both groups). The alcoholic convulsive group had values of ionized calcium statistically lower than the non-alcoholic convulsive group using the Mann-Whitney test (p<0.05) [median value= 1.20mmol/L; range= 1.04 - 1.32mmol/L/ median value= 1.24mmol/L; range= 1.16-1.29mmol/L respectively]. The alcoholic non-convulsive group had values of ionized calcium between 1.17 and 1.32mmol/L with median value of 1.26 mmol/L; these values were not different from those obtained with the non-alcoholic convulsive patients, however they were higher than the calcium levels in the alcoholic convulsive group (p<0.05). PTH levels, liver function tests, phosphatemia and amylasemia were normal in all patients. CONCLUSION: This study emphasizes the importance of serum calcium measurement in alcoholic patients presenting seizures and suggests that hypocalcemia correction might be important in these patients.Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Escola Paulista de MedicinaUNIFESP, EPMSciELO24-26porAssociação Médica BrasileiraRevista da Associação Médica BrasileiraHipocalcemiaAlcoolismoEpilepsiaHypocalcemiaAlcoholismEpilepsyHipocalcemia e síndrome convulsiva em alcoólatras - uma associação freqüentemente não diagnosticadaHypocalcemia and convulsive syndrome in alcoholics: an association frequently not diagnosedinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPORIGINALS0104-42301999000100006.pdfapplication/pdf22180${dspace.ui.url}/bitstream/11600/743/1/S0104-42301999000100006.pdfabe8805c34f023ca78261ad2464e66d9MD51open accessTEXTS0104-42301999000100006.pdf.txtS0104-42301999000100006.pdf.txtExtracted texttext/plain13381${dspace.ui.url}/bitstream/11600/743/2/S0104-42301999000100006.pdf.txt2a36958e30903fd9261cfc8b6f07b8a5MD52open access11600/7432023-02-15 11:39:39.336open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/743Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-02-15T14:39:39Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Hipocalcemia e síndrome convulsiva em alcoólatras - uma associação freqüentemente não diagnosticada
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Hypocalcemia and convulsive syndrome in alcoholics: an association frequently not diagnosed
title Hipocalcemia e síndrome convulsiva em alcoólatras - uma associação freqüentemente não diagnosticada
spellingShingle Hipocalcemia e síndrome convulsiva em alcoólatras - uma associação freqüentemente não diagnosticada
Kayath, M.j. [UNIFESP]
Hipocalcemia
Alcoolismo
Epilepsia
Hypocalcemia
Alcoholism
Epilepsy
title_short Hipocalcemia e síndrome convulsiva em alcoólatras - uma associação freqüentemente não diagnosticada
title_full Hipocalcemia e síndrome convulsiva em alcoólatras - uma associação freqüentemente não diagnosticada
title_fullStr Hipocalcemia e síndrome convulsiva em alcoólatras - uma associação freqüentemente não diagnosticada
title_full_unstemmed Hipocalcemia e síndrome convulsiva em alcoólatras - uma associação freqüentemente não diagnosticada
title_sort Hipocalcemia e síndrome convulsiva em alcoólatras - uma associação freqüentemente não diagnosticada
author Kayath, M.j. [UNIFESP]
author_facet Kayath, M.j. [UNIFESP]
Argentoni, M. [UNIFESP]
Vieira, J.g.h. [UNIFESP]
author_role author
author2 Argentoni, M. [UNIFESP]
Vieira, J.g.h. [UNIFESP]
author2_role author
author
dc.contributor.institution.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
dc.contributor.author.fl_str_mv Kayath, M.j. [UNIFESP]
Argentoni, M. [UNIFESP]
Vieira, J.g.h. [UNIFESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Hipocalcemia
Alcoolismo
Epilepsia
topic Hipocalcemia
Alcoolismo
Epilepsia
Hypocalcemia
Alcoholism
Epilepsy
dc.subject.eng.fl_str_mv Hypocalcemia
Alcoholism
Epilepsy
description Hipocalcemia é um fator importante contribuinte para a epilepsia, e estudos anteriores mostraram que o etanol diminui o cálcio plasmático. OBJETIVO: Estabelecer a prevalência de hipocalcemia na população convulsiva em geral e identificar um subgrupo específico de risco para hipocalcemia. MÉTODOS: Realizamos um estudo prospectivo de dosagem de cálcio ionizado plasmático em 78 pacientes consecutivos admitidos no Serviço de Emergência da Escola Paulista de Medicina devido à síndrome convulsiva. Desses pacientes, 22% eram alcoólatras. Foi também dosado o cálcio ionizado plasmático numa população de 44 alcoólatras não-convulsivos em seguimento ambulatorial. RESULTADOS: Uma alta prevalência de hipocalcemia foi encontrada na população alcoólatra convulsiva (32%), em contraste com os convulsivos não-alcoólatras e o grupo alcoólatra não-convulsivo (ambos os grupos sem distúrbio do cálcio). O cálcio ionizado plasmático do grupo de alcoólatras convulsivos teve valores significantemente menores que o grupo de convulsivos não-alcoólatras (p<0,05) [mediana de 1,20; variação entre 1,04 e 1,32mmol/L/; mediana de 1,24; variação entre 1,16 e 1,29mmol/L, respectivamente]. O grupo de alcoólatras não-convulsivos apresentou valores de cálcio ionizado entre 1,17 e 1,32mmol/L, com mediana de 1,26mmol/L. Estes valores não diferiram dos obtidos nos convulsivos não-alcoólatras, mas foram significantemente maiores que os do grupo de alcoólatras convulsivos (p<0,05). Os níveis de paratormônio sérico, função hepática, fosfatemia e amilasemia estavam normais em todos os pacientes estudados. CONCLUSÃO: Este estudo mostra a importância da dosagem de cálcio plasmático em pacientes alcoólatras com síndrome convulsiva e sugere que a correção da hipocalcemia possa ser medida importante a ser adotada nestes casos.
publishDate 1999
dc.date.issued.fl_str_mv 1999-03-01
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2015-06-14T13:24:50Z
dc.date.available.fl_str_mv 2015-06-14T13:24:50Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv Revista da Associação Médica Brasileira. Associação Médica Brasileira, v. 45, n. 1, p. 24-26, 1999.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/743
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42301999000100006
dc.identifier.issn.none.fl_str_mv 0104-4230
dc.identifier.file.none.fl_str_mv S0104-42301999000100006.pdf
dc.identifier.scielo.none.fl_str_mv S0104-42301999000100006
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv 10.1590/S0104-42301999000100006
identifier_str_mv Revista da Associação Médica Brasileira. Associação Médica Brasileira, v. 45, n. 1, p. 24-26, 1999.
0104-4230
S0104-42301999000100006.pdf
S0104-42301999000100006
10.1590/S0104-42301999000100006
url http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/743
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42301999000100006
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.none.fl_str_mv Revista da Associação Médica Brasileira
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 24-26
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação Médica Brasileira
publisher.none.fl_str_mv Associação Médica Brasileira
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNIFESP
instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron:UNIFESP
instname_str Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron_str UNIFESP
institution UNIFESP
reponame_str Repositório Institucional da UNIFESP
collection Repositório Institucional da UNIFESP
bitstream.url.fl_str_mv ${dspace.ui.url}/bitstream/11600/743/1/S0104-42301999000100006.pdf
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/743/2/S0104-42301999000100006.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv abe8805c34f023ca78261ad2464e66d9
2a36958e30903fd9261cfc8b6f07b8a5
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1802764197957730304