Percepção de adolescentes quanto as estratégias de prevenção ao uso de álcool e outras drogas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Viana, Ana Jakellyne Pecori [UNIFESP]
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
dARK ID: ark:/48912/00130000199j4
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9783643
https://hdl.handle.net/11600/63540
Resumo: O objetivo principal deste estudo foi compreender a percepção de um grupo de adolescentes escolarizados quanto às estratégias de prevenção ao uso de álcool e outras drogas. A pesquisa qualitativa por meio da pesquisa-ação e a coleta de dados realizada através de grupos focais. Participaram 15 adolescentes de ambos os sexos estudantes entre o primeiro e o terceiro ano do Ensino Médio de uma escola estadual do município de Pariquera-Açu no Vale do Ribeira, SP. Dentre os participantes, três relataram já haver feito uso de drogas (ilegais); cinco nunca o fizeram e sete relataram o uso atual de álcool e outras drogas. A análise foi realizada a partir de três categorias. A primeira categoria atentou para a percepção dos adolescentes sobre drogas. Os jovens relatam a ausência de espaços dentro da instituição escolar dedicados ao tema, quando tais espaços existem há um excesso de informações cujos conteúdos priorizam as consequências danosas do uso em linguagem científica e proibicionista. A segunda categoria analisou a percepção de risco e as possibilidades de autocuidado diante das mesmas. Os riscos enfatizados pelos jovens foram a violência doméstica, o envolvimento com práticas de desvio social, como furtos e roubos e o sofrimento subjetivo diante do próprio uso ou de presenciar familiares queridos fazendo uso. As práticas de autocuidado são pouco conhecidas, o ato de trabalhar é compreendido como uma estratégia de cuidado. A terceira categoria analisou a percepção dos adolescentes quanto ao acolhimento e a escuta ativa dos educadores e pais para com o tema das drogas. Os jovens não percebem uma atenção diferenciada às informações que eles possuem ou comentam, mas antes, recebem orientações e informações, sugerindo que se encontram em uma postura passiva quanto ao tema drogas. Verifica-se que o entendimento de acolhimento presente nas relações estabelecidas dentro do contexto familiar muitas vezes, está permeada pelo discurso proibicionista e punitivo. Os adolescentes percebem não só os educadores, mas também os familiares falando sobre álcool e drogas de forma controladora, punitiva com discurso de culpabilização, marginalização, e que a decisão é fruto de escolha individual, com informações que não permitem o diálogo e inflexibiliza a possibilidade de acolhimento. As informações sobre álcool e outras drogas devem considerar as especificidades do contexto sóciohistórico-cultural no qual o adolescente está inserido para que faça sentido para ele e possa produzir reflexões e avaliar caminhos e possibilidades diante das suas vivências. Destaca-se a importância do envolvimento de todos os adolescentes e a necessidade da participação dos familiares e professores das instituições de ensino nas atividades propostas aos adolescentes, para que assim, possam promover ações que favoreçam a aquisição de novos conhecimentos relacionados ao tema álcool e outras drogas. Com bases nos resultados espera-se buscar novas possibilidades de recursos e estratégias que possam despertar nos educadores, pais e adolescentes, a participação na realização de programas de prevenção às drogas, enquanto Política Pública.
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Os jovens relatam a ausência de espaços dentro da instituição escolar dedicados ao tema, quando tais espaços existem há um excesso de informações cujos conteúdos priorizam as consequências danosas do uso em linguagem científica e proibicionista. A segunda categoria analisou a percepção de risco e as possibilidades de autocuidado diante das mesmas. Os riscos enfatizados pelos jovens foram a violência doméstica, o envolvimento com práticas de desvio social, como furtos e roubos e o sofrimento subjetivo diante do próprio uso ou de presenciar familiares queridos fazendo uso. As práticas de autocuidado são pouco conhecidas, o ato de trabalhar é compreendido como uma estratégia de cuidado. A terceira categoria analisou a percepção dos adolescentes quanto ao acolhimento e a escuta ativa dos educadores e pais para com o tema das drogas. Os jovens não percebem uma atenção diferenciada às informações que eles possuem ou comentam, mas antes, recebem orientações e informações, sugerindo que se encontram em uma postura passiva quanto ao tema drogas. Verifica-se que o entendimento de acolhimento presente nas relações estabelecidas dentro do contexto familiar muitas vezes, está permeada pelo discurso proibicionista e punitivo. Os adolescentes percebem não só os educadores, mas também os familiares falando sobre álcool e drogas de forma controladora, punitiva com discurso de culpabilização, marginalização, e que a decisão é fruto de escolha individual, com informações que não permitem o diálogo e inflexibiliza a possibilidade de acolhimento. As informações sobre álcool e outras drogas devem considerar as especificidades do contexto sóciohistórico-cultural no qual o adolescente está inserido para que faça sentido para ele e possa produzir reflexões e avaliar caminhos e possibilidades diante das suas vivências. Destaca-se a importância do envolvimento de todos os adolescentes e a necessidade da participação dos familiares e professores das instituições de ensino nas atividades propostas aos adolescentes, para que assim, possam promover ações que favoreçam a aquisição de novos conhecimentos relacionados ao tema álcool e outras drogas. Com bases nos resultados espera-se buscar novas possibilidades de recursos e estratégias que possam despertar nos educadores, pais e adolescentes, a participação na realização de programas de prevenção às drogas, enquanto Política Pública.The main objective of this study was to understand the perception of a group of schooled adolescents regarding strategies to prevent the use of alcohol and other drugs. Qualitative research through action research and data collection carried out through focus groups. Fifteen adolescents of both sexes participated between the first and third year of high school at a state school in a municipality in Vale do Ribeira, SP. Among the participants, three reported having already used drugs (illegal); five never did and seven reported current use of alcohol and other drugs. The analysis was carried out from three categories. The first category looked at adolescents' perception of drugs. Young people report the absence of spaces within the school institution dedicated to the theme, when such spaces exist there is an excess of information whose contents prioritize the harmful consequences of using scientific and prohibitionist language. The second category analyzed the perception of risk and the possibilities of self-care in face of them. The risks emphasized by the young people were domestic violence, involvement with practices of social deviation, such as thefts and robberies and subjective suffering in the face of their own use or of witnessing loved ones making use. Self-care practices are little known, the act of working is understood as a care strategy. The third category analyzed the adolescents' perception of welcoming and the active listening of educators and parents to the topic of drugs. Young people do not perceive a differentiated attention to the information they have or comment on, but rather, they receive guidance and information, suggesting that they are in a passive stance on the topic of drugs. It appears that the understanding of welcoming present in the relationships established within the family context is often permeated by the prohibitionist and punitive discourse. The adolescents perceive not only the educators, but also the family members talking about alcohol and drugs in a controlling, punitive manner with a discourse of blame, marginalization, and that the decision is the result of individual choice, with information that does not allow dialogue and inflexibility the possibility host. 9 Information on alcohol and other drugs should consider the specificities of the socio-historical-cultural context in which the adolescent is inserted so that it makes sense to him and can produce reflections and evaluate paths and possibilities in the face of his experiences. The importance of involving all adolescents and the need for the participation of family members and teachers of educational institutions in the activities proposed to adolescents is highlighted, so that they can promote actions that favor the acquisition of new knowledge related to the theme of alcohol and other drugs. Based on the results, it is expected to seek new possibilities of resources and strategies that can awaken in educators, parents and adolescents, participation in the realization of drug prevention programs, as a Public PolicyUniversidade Federal de São PauloTucci, Adriana Marcassa [UNIFESP]http://lattes.cnpq.br/6278405456405903http://lattes.cnpq.br/1029683533825450Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Viana, Ana Jakellyne Pecori [UNIFESP]2022-03-15T16:12:26Z2022-03-15T16:12:26Z2020-10-20info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion148 f.application/pdfhttps://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9783643VIANA, Ana Jakellyne Pecori. Percepção de adolescentes quanto as estratégias de prevenção ao uso de álcool e outras drogas. 2020. 148 f. Dissertação (Mestrado em ) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2020.https://hdl.handle.net/11600/63540ark:/48912/00130000199j4porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-07-26T19:55:27Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/63540Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-12-11T21:05:14.054017Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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