A intersecção entre o nervo oculomotor e a artéria carótida interna como parâmetro para a exata localização dos aneurismas paraclinóideos: estabelecendo um novo paradigma

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Doria-Netto, Hugo Leonardo
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11600/62545
Resumo: Introdução: São denominados aneurismas paraclinóideos aqueles que têm relação direta com o processo clinóide anterior, originados nos segmentos cavernoso distal, clinóideo ou oftálmico da artéria carótida interna. A presença de um aneurisma cerebral acima dos limites do seio cavernoso (extracavernoso) infere em um risco elevado de hemorragia subaracnóidea decorrente de sua ruptura, enquanto aneurismas localizados totalmente dentro do seio cavernoso (intracavernoso) têm risco de hemorragia subaracnóidea desprezível. Os aneurismas transicionais são aqueles que possuem uma parte no segmento intracavernoso e outra no segmento extracavernoso. Até o momento, não há um consenso para a identificação exata desse aneurisma. É imprescindível a exata localização de um aneurisma paraclinóideo em estudo pré-operatório, evitando assim o tratamento conservador de um aneurisma paraclinóideo extracavernoso, ou a realização de procedimentos cirúrgicos em pacientes com aneurisma paraclinóideo intracavernoso. Objetivo: Analisar a correlação entre o nervo oculomotor e a artéria carótida interna, assumindo sua intersecção, visualizada em estudo de ressonância magnética 3T e confirmada a partir de biomodelos tridimensionais impressos e pela microcirurgia, como um novo paradigma anatômico-radiológico que demarca o limite superior do segmento cavernoso da artéria carótida interna, distinguindo os aneurismas intracranianos paraclinóideos. Métodos: Este é um estudo retrospectivo realizado em quatro etapas: anatômica, radiológica, etapa de impressão 3D e etapa cirúrgica. Foram dissecadas as artérias carótidas internas em sua topografia clinóidea de 10 espécimes cadavéricos, totalizando 20 hemisférios cerebrais. Imagens de ressonâncias magnéticas e biomodelos 3D de 42 aneurismas em 34 pacientes foram analisadas e classificadas por dois neurorradiologistas e pelo autor, respectivamente, compondo 3 avaliadores independentes. Dentre os aneurismas estudados, 23 foram submetidos à microcirurgia. Resultados: Na etapa anatômica observamos que o nervo oculomotor cruza todo o diâmetro da artéria carótida interna na posição onde se encontra a membrana carótido-oculomotora nos 20 hemisférios estudados. A média da distância entre a artéria carótida interna e o nervo oculomotor foi de 1,19 mm e em 16 espécimes (80%) houve a constatação da existência do cavo carotídeo. As médias das distâncias entre o nervo oculomotor e a artéria carótida interna direita e esquerda, analisadas na etapa radiológica, foram 1,176 mm e 1,009 mm, respectivamente, confirmando os achados anatômicos. Na etapa clínica, dentre os 42 casos analisados, 40 (95,24%) obtiveram compatibilidade entre os 3 avaliadores e 2 foram incompatíveis (4,76%). Dos 42 aneurismas, 22 classificados como extracavernosos e 1 como intracavernoso foram submetidos à microcirurgia, confirmando a classificação realizada nas etapas anteriores. Conclusões: Nosso estudo demonstrou que o teto do seio cavernoso é de fato determinado pela membrana carótido-oculomotora e que há uma correlação íntima desta membrana à intersecção entre a artéria carótida interna e o nervo oculomotor, que a cruza transversalmente em todo seu diâmetro. Portanto, identificando-se radiologicamente esta intersecção, delimita-se a membrana carótido-oculomotora em toda a extensão carotídea possibilitando a distinção exata entre o segmento cavernoso e o segmento clinóideo da artéria carótida interna, diferenciando o aneurisma intracraniano paraclinóideo em intracavernoso, transicional e extracavernoso.
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A presença de um aneurisma cerebral acima dos limites do seio cavernoso (extracavernoso) infere em um risco elevado de hemorragia subaracnóidea decorrente de sua ruptura, enquanto aneurismas localizados totalmente dentro do seio cavernoso (intracavernoso) têm risco de hemorragia subaracnóidea desprezível. Os aneurismas transicionais são aqueles que possuem uma parte no segmento intracavernoso e outra no segmento extracavernoso. Até o momento, não há um consenso para a identificação exata desse aneurisma. É imprescindível a exata localização de um aneurisma paraclinóideo em estudo pré-operatório, evitando assim o tratamento conservador de um aneurisma paraclinóideo extracavernoso, ou a realização de procedimentos cirúrgicos em pacientes com aneurisma paraclinóideo intracavernoso. Objetivo: Analisar a correlação entre o nervo oculomotor e a artéria carótida interna, assumindo sua intersecção, visualizada em estudo de ressonância magnética 3T e confirmada a partir de biomodelos tridimensionais impressos e pela microcirurgia, como um novo paradigma anatômico-radiológico que demarca o limite superior do segmento cavernoso da artéria carótida interna, distinguindo os aneurismas intracranianos paraclinóideos. Métodos: Este é um estudo retrospectivo realizado em quatro etapas: anatômica, radiológica, etapa de impressão 3D e etapa cirúrgica. Foram dissecadas as artérias carótidas internas em sua topografia clinóidea de 10 espécimes cadavéricos, totalizando 20 hemisférios cerebrais. Imagens de ressonâncias magnéticas e biomodelos 3D de 42 aneurismas em 34 pacientes foram analisadas e classificadas por dois neurorradiologistas e pelo autor, respectivamente, compondo 3 avaliadores independentes. Dentre os aneurismas estudados, 23 foram submetidos à microcirurgia. Resultados: Na etapa anatômica observamos que o nervo oculomotor cruza todo o diâmetro da artéria carótida interna na posição onde se encontra a membrana carótido-oculomotora nos 20 hemisférios estudados. A média da distância entre a artéria carótida interna e o nervo oculomotor foi de 1,19 mm e em 16 espécimes (80%) houve a constatação da existência do cavo carotídeo. As médias das distâncias entre o nervo oculomotor e a artéria carótida interna direita e esquerda, analisadas na etapa radiológica, foram 1,176 mm e 1,009 mm, respectivamente, confirmando os achados anatômicos. Na etapa clínica, dentre os 42 casos analisados, 40 (95,24%) obtiveram compatibilidade entre os 3 avaliadores e 2 foram incompatíveis (4,76%). Dos 42 aneurismas, 22 classificados como extracavernosos e 1 como intracavernoso foram submetidos à microcirurgia, confirmando a classificação realizada nas etapas anteriores. Conclusões: Nosso estudo demonstrou que o teto do seio cavernoso é de fato determinado pela membrana carótido-oculomotora e que há uma correlação íntima desta membrana à intersecção entre a artéria carótida interna e o nervo oculomotor, que a cruza transversalmente em todo seu diâmetro. Portanto, identificando-se radiologicamente esta intersecção, delimita-se a membrana carótido-oculomotora em toda a extensão carotídea possibilitando a distinção exata entre o segmento cavernoso e o segmento clinóideo da artéria carótida interna, diferenciando o aneurisma intracraniano paraclinóideo em intracavernoso, transicional e extracavernoso.Universidade Federal de São PauloChaddad-Neto, Feres Eduardo Aparecido [UNIFESP]http://lattes.cnpq.br/9356651929657562http://lattes.cnpq.br/9957923933363092Doria-Netto, Hugo Leonardo2022-01-14T19:18:23Z2022-01-14T19:18:23Z2021info:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion190 f.application/pdfDORIA-NETTO, H.L. A intersecção entre o nervo oculomotor e a artéria carótida interna como parâmetro para a exata localização dos aneurismas paraclinóideos: estabelecendo um novo paradigma. São Paulo, 2021. 190 p. Tese ( Doutorado em Neurologia - Neurociências) - Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2021.https://hdl.handle.net/11600/62545porSão Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-07-26T12:57:39Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/62545Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-07-26T12:57:39Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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